A FAMÍLA,que mais conhece a história da CRIANÇA,é essencial na relação com a ESCOLA e o ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
A escola surge na vida da criança como um dos principais ambientes extrafamiliares.Lá ela inicia a socialização,compartilha conhecimentos e amplia seu universo.Essa ampliação deve funcionar como continuidade do processo iniciado em casa,onde há muito tempo ela constrói sua história.O ser humano é um todo,não se fragmenta nos espaços aos quais pertence.Em cada um deles,é um ser por inteiro.Se na família se inicia a trajetória pessoal,na escola muitos capítulos serão escritos.
Além dessas duas instâncias,outra faz parte da vida da criança com necessidades especiais:os diversos profissionais e os serviços com os quais tem contato,como o ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO.Ela é o ponto de convergência de todos esses atendimentos,que devem ser integrados.
A necessidade de consistência e de articulação entre os diversos contextos coloca os pais e outros responsáveis na estratégica posição de articuladores e mediadores.
São eles que podem fazer fluir a comunicação para integrar os envolvidos no trabalho que visa ao bem-estar e ao desenvolvimento dos pequenos.Essa mediação possibilita também que a família se beneficie das ofertas de aprendizagem,adaptações e flexibili-
zações,valendo-se delas para dar continuidade a essas práticas no cotidiano dos fi-
lhos em casa.
A Educação como meio de aperfeiçoar as aptidões físicas,intelectuais e morais acon-
tece tanto no convívio familiar como em sala de aula.A construção de mundo e a com -
preensão do universo escolar e do sentido da aprendizagem serão facilitadas se hou-
ver consistência entre o que o estudante vivencia no ambiente de ensino e nos demais a que pertence.
Como depositária da história do filho,a família revela características,hábitos,mo-
dalidades de relacionamento e estilos de comunicação que podem funcionar como um pon-
to de partida para a construção da ligação afetiva entre a criança e o professor.
Estudar na rede de ensino regular possibilita ao aluno com necessidades educacio-
nais especiais acesso aos elementos necessários para construir uma representação de
mundo que lhe permita transformar-se num adulto autônomo e participativo.Tanto na fa-
mília como na escola,ele pode experimentar o pertencimento e a diferenciação.Perten-
cimento,por conviver com um grupo e se perceber semelhante.Diferenciação,por ser úni-
co,não por sua deficiência,mas por sua singularidade.
As crianças com deficiência não se reduzem a um diagnóstico.As que têm síndrome de
Down não são iguais nem parecidas.Também aquelas com autismo são diferentes entre si
- e isso vale para qualquer outro transtorno ou síndrome.Os pais sabem disso.As in -
formações científicas são pertinentes para ampliar a compreensão da criança,não para
rotulá-la.
A busca do professor por informações sobre transtornos e síndromes é,sem dúvida,im-
portante.Mas,para compreender o estudante em si mesmo,é preciso recorrer à família.
Só ela pode revelar com clareza a criança em sua subjetividade e particularidade.Por
isso,a relação com ela deve ser valorizada.
Sonia Casarin
novaescola@atleitor.com.br
domingo, 24 de janeiro de 2010
APRENDER A SUPERAR
Conhecer o que afeta seu aluno é o primeiro passo para criar estratégias que garantam a aprendizagem.
Com apoio da família e da escola e o uso de próteses,o SURDO aprende a falar.
Ainda que demore mais tempo,a criança com PERDA AUDITIVA se alfabetiza.
Um estudante com síndrome de RETT se sai bem se houver estratégias adequadas de comunicação.
Com instruções visuais,o aluno com síndrome de DOWN entende melhor.
Sentados na frente,muitos alunos com BAIXA VISÃO podem enxergar o quadro.
Adaptações no ambiente escolar facilitam a orientação dos que apresentam DEFICIÊNCIA VISUAL.
Elementos sensoriais ajudam na comunicação dos estudantes com DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA.
Alguns AUTISTAS têm habilidades especiais e viram gênios da Matemática ou da Informática.
Alguns temas cativam crianças com síndrome de ASPERGER.
Alunos com DEFICIÊNCIA FÍSICA ,em geral,não têm dificuldades para aprender.
TODA CRIANÇA É CAPAZ DE AVANÇAR,DESDE QUE BEM ASSISTIDA POR PROFESSORES E PELA ESCOLA.
Com apoio da família e da escola e o uso de próteses,o SURDO aprende a falar.
Ainda que demore mais tempo,a criança com PERDA AUDITIVA se alfabetiza.
Um estudante com síndrome de RETT se sai bem se houver estratégias adequadas de comunicação.
Com instruções visuais,o aluno com síndrome de DOWN entende melhor.
Sentados na frente,muitos alunos com BAIXA VISÃO podem enxergar o quadro.
Adaptações no ambiente escolar facilitam a orientação dos que apresentam DEFICIÊNCIA VISUAL.
Elementos sensoriais ajudam na comunicação dos estudantes com DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA.
Alguns AUTISTAS têm habilidades especiais e viram gênios da Matemática ou da Informática.
Alguns temas cativam crianças com síndrome de ASPERGER.
Alunos com DEFICIÊNCIA FÍSICA ,em geral,não têm dificuldades para aprender.
TODA CRIANÇA É CAPAZ DE AVANÇAR,DESDE QUE BEM ASSISTIDA POR PROFESSORES E PELA ESCOLA.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
MATERIAIS MULTISSENSORIAIS
MATERIAIS MULTISSENSORIAIS COMO FERRAMENTAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Por que são tão eficientes? As crianças com dislexia – na verdade, todas as crianças – aprendem de maneiras diferentes e o uso de materiais multissensoriais fornece uma variedade de oportunidades para ajudar seu filho a aprender. Imagine que seu professor sempre deu aula na frente da turma, na lousa. Depois, imagine o quanto esse professor seria mais eficiente para ensinar seus alunos se os deixasse trabalhar com projetos, conduzir experiências ou fazer uma pesquisa de campo.
A idéia que impulsiona o uso dos materiais multissensoriais é suprir as necessidades individuais da criança e deixá-Ia usar seus sentidos, especialmente o tato e a audição. Algumas crianças podem aprender a soletrar se Ihes for dada a chance de explorarem a escrita com um elemento tátil real. Por exemplo, escrever com mostarda, creme de barbear ou gel para o cabelo ou com o dedo, usando vidros de brocal ou sal colorido, pode auxiliar no processo de aprendizagem. Outra opção é construir palavras com letras, blocos ou peças de madeira. Um projetor e um sistema de som também podem ser usados para estimular a aprendizagem. Entretanto, vale lembrar que algumas crianças (como as com TDAH) podem achar alguns aspectos dessa abordagem estimulantes demais. A chave é ter certeza de que o professor compreende o que seu filho precisa e ajusta os materiais multissensoriais usados para seu estilo de aprendizag
Por que são tão eficientes? As crianças com dislexia – na verdade, todas as crianças – aprendem de maneiras diferentes e o uso de materiais multissensoriais fornece uma variedade de oportunidades para ajudar seu filho a aprender. Imagine que seu professor sempre deu aula na frente da turma, na lousa. Depois, imagine o quanto esse professor seria mais eficiente para ensinar seus alunos se os deixasse trabalhar com projetos, conduzir experiências ou fazer uma pesquisa de campo.
A idéia que impulsiona o uso dos materiais multissensoriais é suprir as necessidades individuais da criança e deixá-Ia usar seus sentidos, especialmente o tato e a audição. Algumas crianças podem aprender a soletrar se Ihes for dada a chance de explorarem a escrita com um elemento tátil real. Por exemplo, escrever com mostarda, creme de barbear ou gel para o cabelo ou com o dedo, usando vidros de brocal ou sal colorido, pode auxiliar no processo de aprendizagem. Outra opção é construir palavras com letras, blocos ou peças de madeira. Um projetor e um sistema de som também podem ser usados para estimular a aprendizagem. Entretanto, vale lembrar que algumas crianças (como as com TDAH) podem achar alguns aspectos dessa abordagem estimulantes demais. A chave é ter certeza de que o professor compreende o que seu filho precisa e ajusta os materiais multissensoriais usados para seu estilo de aprendizag
DICAS PARA REUNIÕES
PROFESSORES X PAIS E FILHOS DISLÉXICOS
As dicas a seguir vão ajudá-Io a tirar o máximo proveito das reuniões como professor de seu filho.
√ Reserve um tempo antes da reunião para conversar com seu filho e ver se ele tem preocupações que gostaria de trazer à tona.
√ Prepare suas perguntas com antecedência e faça uma lista.
√ Leve seu cônjuge, se possível. Para uma reunião do PEl, leve um especialista de sua confiança (assistente social ou amigo que esteja familiarizado com a terminologia usada).
√ Chegue na hora marcada.
√ Esteja preparado para ouvir.
√ Mantenha a calma e a compostura, mesmo se ficar irritado. Se achar que uma pergunta não está sendo respondida direito ou de maneira adequada, reformule a questão ou peça para reformularem a resposta.
√ Pergunte primeiro sobre as dúvidas mais importantes. Se faltar tempo, peça uma segunda reunião em algumas semanas e marque-a antes de sair.
√ Peça sugestões e exemplos específicos para o professor de seu filho durante a reunião.
√ Pergunte o que você pode fazer em casa para apoiar e estimular o progresso de seu filho.
PROFESSORES X PAIS E FILHOS DISLÉXICOS
As dicas a seguir vão ajudá-Io a tirar o máximo proveito das reuniões como professor de seu filho.
√ Reserve um tempo antes da reunião para conversar com seu filho e ver se ele tem preocupações que gostaria de trazer à tona.
√ Prepare suas perguntas com antecedência e faça uma lista.
√ Leve seu cônjuge, se possível. Para uma reunião do PEl, leve um especialista de sua confiança (assistente social ou amigo que esteja familiarizado com a terminologia usada).
√ Chegue na hora marcada.
√ Esteja preparado para ouvir.
√ Mantenha a calma e a compostura, mesmo se ficar irritado. Se achar que uma pergunta não está sendo respondida direito ou de maneira adequada, reformule a questão ou peça para reformularem a resposta.
√ Pergunte primeiro sobre as dúvidas mais importantes. Se faltar tempo, peça uma segunda reunião em algumas semanas e marque-a antes de sair.
√ Peça sugestões e exemplos específicos para o professor de seu filho durante a reunião.
√ Pergunte o que você pode fazer em casa para apoiar e estimular o progresso de seu filho.
DEZ ERROS COMUNS COMETIDOS POR PAIS DE
CRIANÇAS COM DISLEXIA
Não há duvida de que educar um filho com dislexia pode ser um desafio, mas o trabalho se torna mais fácil quando você aprende com os erros - e acertos - de outros pais. Acredito que estas sejam as dez áreas problemáticas mais comuns que os pais de crianças com dislexia encontram:
Pensar que seu filho vai ser "normal" algum dia e a dislexia, curada.
Culpar-se pela dislexia de seu filho.
Acreditar que entende exatamente o que seu filho está passando.
Não compreender o que seu filho pode e não fazer.
Ajudar seu filho em tarefas que ele pode fazer sozinho.
Esconder a dislexia de seu filho das pessoas.
Baixar as expectativas em vez de reformulá-Ias.
Tentar proteger seu filho do mundo real.
Brigar com o sistema de ensino em vez de trabalhar junto com ele.
Focalizar as incapacidades de seu filho ao invés das capacidades.
CRIANÇAS COM DISLEXIA
Não há duvida de que educar um filho com dislexia pode ser um desafio, mas o trabalho se torna mais fácil quando você aprende com os erros - e acertos - de outros pais. Acredito que estas sejam as dez áreas problemáticas mais comuns que os pais de crianças com dislexia encontram:
Pensar que seu filho vai ser "normal" algum dia e a dislexia, curada.
Culpar-se pela dislexia de seu filho.
Acreditar que entende exatamente o que seu filho está passando.
Não compreender o que seu filho pode e não fazer.
Ajudar seu filho em tarefas que ele pode fazer sozinho.
Esconder a dislexia de seu filho das pessoas.
Baixar as expectativas em vez de reformulá-Ias.
Tentar proteger seu filho do mundo real.
Brigar com o sistema de ensino em vez de trabalhar junto com ele.
Focalizar as incapacidades de seu filho ao invés das capacidades.
A DISLEXIA e o ENSINO da LECTOESCRITA
A dislexia e o ensino da lectoescrita
Cumpre-nos, agora, provocar algumas reflexões pertinentes a este momento muito especial de início de século. Qual o papel do professores, pedagogos, psicopedagogos, lingüistas, psicolingüistas no ensino da leitura, na perspectiva de trabalho com os bons e maus leitores?
Surge, agora, no meio universitário, uma atmosfera acadêmica de especulações sobre a atuação dos de magistério no novo milênio. Assim, gostaria de, nesse clima, especular um pouco sobre a atuação dos profissionais de Letras na sociedade pós-industrial.
De logo, levanto algumas questões fundamentos para nossa reflexão: teremos nós, educadores e letrados, espaço profissional na sociedade informática? O ensino de línguas sobreviverá ao desenvolvimento tecnológico persistindo o modelo trabalhado hoje em nossas salas de aula? E como fica a situação dos professores da rede pública de ensino, enquanto servidores estaduais, portanto, participante da estrutura do poder público, na nova organização do capitalismo pós-industrial?
Para responder a estas questões, permitam-me que me aproprie de três referências teóricas para esta reflexão, a saber: Capitalismo desorganizado, de Claus Offe (Brasiliense), A sociedade de informática, de Adam Schaff (Brasiliense) e O Culto da Informação, de Theodore Roszak (Brasiliense).
Com certeza, na sociedade informática, nós, profissionais de Letras, não vamos desaparecer enquanto especialistas do ensino de línguas materna e estrangeira. Perderemos, sim, a natureza do nosso trabalho que vai transcender os limites escolares e chegará ao novo mercado de trabalho, isto é, o mercado de serviços. Claus Offe diz que nesse processo passaremos a participar de uma espécie de "classe de serviços".
É possível, porém, que haja uma perda de identidade histórica de "professor" e com ela todas as prerrogativas inerentes à tradição do magistério (aposentadoria especial, por exemplo) e passaremos a ser instrutores de português, inglês, etc. atendendo a uma clientela muito variada que vai da formação de um profissional de instrução de escolar ao guia de turismo.
No que toca ao mercado de trabalho, o que eqüivale a dizer espaço de atuação profissional de Letras, no século XXI, as expectativas são otimistas, melhor dizendo, são predominantemente otimistas, pelas seguintes razões:
A sociedade informática carecerá cada vez mais de instrutores (ou professores) de símbolos e signos lingüísticos e que lidem com pessoas na perspectiva de atenuar o trabalho individual, pesado, da produção de material; será intensificada o treinamento das habilidades associadas à Escrita e à Leitura (lamentavelmente, em detrimento da Fala e da Escuta, duas habilidades fundamentais na comunicação social) e os profissionais de Letras atuarão na formação de trabalho (na área de turismo, em particular, uma vez que na sociedade informática as pessoas terão mais tempo para o lazer) resultante da política social provocada pelo Estado de Bem-Estar Social que vai procurar evitar a crise do desempenho estrutural. Em resumo, ganharemos muito com a chamada expansão do setor de serviços.
A demanda por serviços na área de Letras continuará a crescer como, por exemplo, o de retreinamento ocupacional através de cursos por correspondência de leitura e escrita e cursos de línguas. É uma realidade que, nós, professores e alunos, já no início deste século, já nos comuniquemos mais intensamente em nossas próprias casas através de nossas webmails.
É possível imaginarmos ainda a seguinte situação virtual para o futuro dos letrados, já com indícios de práxis bastante reais nos nossos dias: o professor de Português, em particular de Redação escrita, não só dando notas aos alunos eletronicamente mas também se comunicando com eles a qualquer hora do dia ou da noite e, talvez, observando, via on-line, se um texto está sendo bem estruturado, obedecendo uma planilha previamente negociada entre professor e aluno e processado tudo na tela do vídeo, fazendo sugestões que possam auxiliar à distância.
A escrita, na perspectiva de um Theodore Roszak, exigirá a intervenção docente uma vez que qualquer tentativa randômica, isto é, de produção textual aleatória, comunicará palavras, informações, menos idéias e significados que levem em conta as intenções do emissor. E nós, sabemos que, por trás de um texto bem escrito, exige muito suor, muito ziguezague, ida e volta e um olhar, uma leitura preliminar do professor e seu jeito de acompanhar o sucesso ou o insucesso do aluno tem muito a ver com a aprendizagem.
O ensino de línguas, da escrita, em particular, exige da escola do futuro o professor nos moldes modernos de hoje: observador, leitor das intenções dos alunos e seu maior interlocutor. Enfim: a escrita e a leitura são duas habilidades escolares que trazem consigo uma espontaneidade biológica, dependem de um fluxo natural, numa palavra: dependem do diálogo humano livre. Se analisarmos o contexto da sociedade informática sob a ótica capitalista, ou melhor, dos fabricantes dos computadores, a situação do ensino da Escrita e da Leitura, no século XXI, será avassaladora: os computadores farão tudo, inclusive ajudar na produção significativa de um texto escolar. No entanto, há nessa especulação mais folclore do que verdade.
De qualquer maneira, sua propaganda no meio escolar poderá trazer conseqüências funestas, entre as quais a de fazer que um profissional, por exemplo, letrado, creia que a escrita pode ser realmente, uma questão de processamento de informação e não de idéias e mais uma vez reafirmo: um texto vai além de informações.
A sintaxe de um texto não é apenas uma relação sintagmática de, substantivos e adjetivos, verbos e sujeitos, mecânica; daí, dificilmente os computadores esgotarem, no futuro, todas as possibilidades de relações de interdependência da frase (concordância, regência e colocação) porque mais do que coerência de regras ou de imposição de normas ou coerções gramaticais há intenção, estilo, de natureza imaginativa, criativa, subjetiva e que surpreende todas as determinações da realidade objetiva ou descritiva.
Para não demorar mais sobre essas especulações, diria que está claro que, no Século XXI, profissionais que hoje estão se formando em Filosofia, História e Letras terão grande espaço no mercado de trabalho.
Seremos nós, que dentro ou fora da escola, auxiliaremos as pessoas a perguntarem sobre as suas perspectivas de vida e nós, de Letras, seremos ainda mais significativos, porque todas as profissões do futuro são baseadas no literacy (capacidade de ler e escrever).
Por fim, diria que somente com a lectoescrita, isto é, com as habilidades de leitura e escrita, as pessoas serão capazes de superar as dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem (dislexia, disgrafia e disortografia), de acessar os livros, as idéias dos livros contidas ou não nos computadores, insights éticos e visão social do mundo que a lógica da inteligência artificial não conseguirá decifrar a partir de um rubor, de uma piscadela ou de um gaguejar que revelem a natureza do problema do estudante e sejam ponto de partida para o magistério do professor-aluno.
Cumpre-nos, agora, provocar algumas reflexões pertinentes a este momento muito especial de início de século. Qual o papel do professores, pedagogos, psicopedagogos, lingüistas, psicolingüistas no ensino da leitura, na perspectiva de trabalho com os bons e maus leitores?
Surge, agora, no meio universitário, uma atmosfera acadêmica de especulações sobre a atuação dos de magistério no novo milênio. Assim, gostaria de, nesse clima, especular um pouco sobre a atuação dos profissionais de Letras na sociedade pós-industrial.
De logo, levanto algumas questões fundamentos para nossa reflexão: teremos nós, educadores e letrados, espaço profissional na sociedade informática? O ensino de línguas sobreviverá ao desenvolvimento tecnológico persistindo o modelo trabalhado hoje em nossas salas de aula? E como fica a situação dos professores da rede pública de ensino, enquanto servidores estaduais, portanto, participante da estrutura do poder público, na nova organização do capitalismo pós-industrial?
Para responder a estas questões, permitam-me que me aproprie de três referências teóricas para esta reflexão, a saber: Capitalismo desorganizado, de Claus Offe (Brasiliense), A sociedade de informática, de Adam Schaff (Brasiliense) e O Culto da Informação, de Theodore Roszak (Brasiliense).
Com certeza, na sociedade informática, nós, profissionais de Letras, não vamos desaparecer enquanto especialistas do ensino de línguas materna e estrangeira. Perderemos, sim, a natureza do nosso trabalho que vai transcender os limites escolares e chegará ao novo mercado de trabalho, isto é, o mercado de serviços. Claus Offe diz que nesse processo passaremos a participar de uma espécie de "classe de serviços".
É possível, porém, que haja uma perda de identidade histórica de "professor" e com ela todas as prerrogativas inerentes à tradição do magistério (aposentadoria especial, por exemplo) e passaremos a ser instrutores de português, inglês, etc. atendendo a uma clientela muito variada que vai da formação de um profissional de instrução de escolar ao guia de turismo.
No que toca ao mercado de trabalho, o que eqüivale a dizer espaço de atuação profissional de Letras, no século XXI, as expectativas são otimistas, melhor dizendo, são predominantemente otimistas, pelas seguintes razões:
A sociedade informática carecerá cada vez mais de instrutores (ou professores) de símbolos e signos lingüísticos e que lidem com pessoas na perspectiva de atenuar o trabalho individual, pesado, da produção de material; será intensificada o treinamento das habilidades associadas à Escrita e à Leitura (lamentavelmente, em detrimento da Fala e da Escuta, duas habilidades fundamentais na comunicação social) e os profissionais de Letras atuarão na formação de trabalho (na área de turismo, em particular, uma vez que na sociedade informática as pessoas terão mais tempo para o lazer) resultante da política social provocada pelo Estado de Bem-Estar Social que vai procurar evitar a crise do desempenho estrutural. Em resumo, ganharemos muito com a chamada expansão do setor de serviços.
A demanda por serviços na área de Letras continuará a crescer como, por exemplo, o de retreinamento ocupacional através de cursos por correspondência de leitura e escrita e cursos de línguas. É uma realidade que, nós, professores e alunos, já no início deste século, já nos comuniquemos mais intensamente em nossas próprias casas através de nossas webmails.
É possível imaginarmos ainda a seguinte situação virtual para o futuro dos letrados, já com indícios de práxis bastante reais nos nossos dias: o professor de Português, em particular de Redação escrita, não só dando notas aos alunos eletronicamente mas também se comunicando com eles a qualquer hora do dia ou da noite e, talvez, observando, via on-line, se um texto está sendo bem estruturado, obedecendo uma planilha previamente negociada entre professor e aluno e processado tudo na tela do vídeo, fazendo sugestões que possam auxiliar à distância.
A escrita, na perspectiva de um Theodore Roszak, exigirá a intervenção docente uma vez que qualquer tentativa randômica, isto é, de produção textual aleatória, comunicará palavras, informações, menos idéias e significados que levem em conta as intenções do emissor. E nós, sabemos que, por trás de um texto bem escrito, exige muito suor, muito ziguezague, ida e volta e um olhar, uma leitura preliminar do professor e seu jeito de acompanhar o sucesso ou o insucesso do aluno tem muito a ver com a aprendizagem.
O ensino de línguas, da escrita, em particular, exige da escola do futuro o professor nos moldes modernos de hoje: observador, leitor das intenções dos alunos e seu maior interlocutor. Enfim: a escrita e a leitura são duas habilidades escolares que trazem consigo uma espontaneidade biológica, dependem de um fluxo natural, numa palavra: dependem do diálogo humano livre. Se analisarmos o contexto da sociedade informática sob a ótica capitalista, ou melhor, dos fabricantes dos computadores, a situação do ensino da Escrita e da Leitura, no século XXI, será avassaladora: os computadores farão tudo, inclusive ajudar na produção significativa de um texto escolar. No entanto, há nessa especulação mais folclore do que verdade.
De qualquer maneira, sua propaganda no meio escolar poderá trazer conseqüências funestas, entre as quais a de fazer que um profissional, por exemplo, letrado, creia que a escrita pode ser realmente, uma questão de processamento de informação e não de idéias e mais uma vez reafirmo: um texto vai além de informações.
A sintaxe de um texto não é apenas uma relação sintagmática de, substantivos e adjetivos, verbos e sujeitos, mecânica; daí, dificilmente os computadores esgotarem, no futuro, todas as possibilidades de relações de interdependência da frase (concordância, regência e colocação) porque mais do que coerência de regras ou de imposição de normas ou coerções gramaticais há intenção, estilo, de natureza imaginativa, criativa, subjetiva e que surpreende todas as determinações da realidade objetiva ou descritiva.
Para não demorar mais sobre essas especulações, diria que está claro que, no Século XXI, profissionais que hoje estão se formando em Filosofia, História e Letras terão grande espaço no mercado de trabalho.
Seremos nós, que dentro ou fora da escola, auxiliaremos as pessoas a perguntarem sobre as suas perspectivas de vida e nós, de Letras, seremos ainda mais significativos, porque todas as profissões do futuro são baseadas no literacy (capacidade de ler e escrever).
Por fim, diria que somente com a lectoescrita, isto é, com as habilidades de leitura e escrita, as pessoas serão capazes de superar as dificuldades de aprendizagem relacionadas à linguagem (dislexia, disgrafia e disortografia), de acessar os livros, as idéias dos livros contidas ou não nos computadores, insights éticos e visão social do mundo que a lógica da inteligência artificial não conseguirá decifrar a partir de um rubor, de uma piscadela ou de um gaguejar que revelem a natureza do problema do estudante e sejam ponto de partida para o magistério do professor-aluno.
A DISLEXIA e a DELINQUÊNCIA JUVENIL
A Dislexia e a delinqüência juvenil
Uma dificuldade de leitura pode levar uma criança à delinqüência juvenil? Cremos que sim. Há uma relação muito estreita entre leitura e pensamento, entre leitura e atitude e mais estreita ainda é a relação entre rechaço e maus leitores, de que modo que as investigações recentes, na psicopedagogia, apontam para um grau de contiguidade entre leitura e delinqüência juvenil. O comportamento do delinqüente, no meio escolar, em geral está associado com alguma dificuldade de aprendizagem relacionada linguagem. As crianças com dificuldade parcial de ler bem, quase sempre, são alunos isolados, mas alunos que procuram superar suas limitações lingüísticas com comportamentos mais agressivos, rebeldes e violentos.
As notas baixas nas disciplinas escolas refletem muito as limitações cognitivas e lingüísticas dos maus leitores, mas a destreza no esporte, na arte, muitas vezes podem, doutra sorte, revelar um sentimento de rebeldia que pode perdurar na fase adulta. Não há aqui, intenção de estabelecer dicotomia ou maniqueísmo, todavia os maus leitores são potencialmente os alunos que mais oferecerão problemas de indisciplina ao setor psicopedagógico da escola.
Durante dois anos observamos e constatamos que as dificuldades de leitura e a delinqüência juvenil são tipos de problemas que caminham juntos e, portanto, exigem uma intervenção por parte dos agentes e autoridades educacionais. Uma política de leitura não apenas compensaria o déficit cultural dos alunos como também iria engajá-los no discurso da sociedade da informação.
Enquanto isso, sobra a difícil tarefa de domesticação de atitudes dos alunos por parte dos abnegados professores, em particular, os da rede pública de ensino, que se deparam hoje não apenas com dificuldades domésticas, materiais e pedagógicas nas salas de aula, mas têm , também, como tarefa árdua o enfrentamento da questão social a que a escola pública está inserta. Refiro-me à delinqüência juvenil revelada na gangs e nas brincadeiras violentas e agressivas no meio escolar.
Muitos alunos cometem atos anti-sociais não porque são pobres ou por passarem privação cultural, e sim, porque, estando nas escolas (sejam públicas ou não), não têm rendimento escolar e padecem com transtornos de linguagem como as dificuldades de ler e escrever bem e, conseqüentemente, têm baixo rendimento na avaliação escolar. Quanto mais a criança é inculta, mais propensa à violência por motivos frívolos e banais. Quanto mais a criança é arisca, mais tímida para os embates da vida.
Na minha rápida passagem pela rede estadual de ensino, tomei algumas providências iniciais para o trabalho com os alunos agressivos e com problemas de conduta: a primeira, conhecer seus pais e conhecendo sua família ter uma "etiologia" mais clara e definida da forma de intervenção pedagógica a tomar com relação ao educando; a segunda providência foi a de levar meu aluno à consciência de suas limitações cognitivas, de natureza secundária, e mostrar-lhes, por exemplo, que, através de uma boa orientação ou reeducação da leitura, poderiam mudar as próprias atitudes, ideais aspirações pessoais e, finalmente, promover através da leitura aquisição de conhecimentos e a integração social. Quanto mais a criança compreende ideologicamente o mundo mais se envolve com uma práxis da concidadania e se inquieta com as questões de ordem social.
Os alunos com dificuldades de leitura e, a cada tentativa, frustrados, são levados a gazear aulas e a freqüentar companhias indesejáveis. Um aluno que fracassa na leitura, fracassa também na hora de ler um problema na matemática ou na hora de fazer um exercício de gramática. Um aluno que fracassa na leitura não encontra sentido algum em ler um Machado de Assis ou ler os versos de um Camões que estão parafraseados na sua canção predileta de Legião Urbana. Um aluno que constantemente fracassa é empurrado de forma perversa para a delinqüência.
Uma última palavra: a privação da leitura interfere no desenvolvimento da personalidade dos alunos. Um aluno com deficiência de leitura é triste e deprimido, agressivo e angustiado, potencialmente um delinqüente.
Numa sociedade de informação, ler ou escrever bem é condição de superação da desigualdade social: se alguns duvidam da tese, eis a rede mundial de computadores revelando um mundo de novas ocupações fundadas na fluência verbal e na comunicação eficaz.
A dislexia e a intervenção pedagógica
Nos últimos sete anos, venho desenvolvendo estudos sobre a contribuição da lingüística para o diagnóstico da dislexia e intervenção pedagógica.
A dislexia é uma síndrome pouco conhecida e pouco diagnosticada por pais e educadores, especialmente os pedagogos e médicos, que se voltam ao desenvolvimento cognitivo das crianças na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio)
A dislexia é uma perturbação ou transtorno ao nível de leitura. A criança disléxica é um mau leitor: é capaz de ler, mas não é capaz de entender eficientemente o que lê.
O que nos chama atenção, à primeira vista, é que uma criança disléxica é inteligente, habilidosa em tarefas manuais, mas persiste um quadro de dificuldade de leitura da educação infantil à educação superior.
Minha estimativa, por baixo, é a de que, no Brasil, pelo menos, 15 milhões crianças e jovens sofram com distúrbios de letras. Creio que a dislexia é a maior causa do baixo rendimento escolar.
A linguagem é fundamental para o sucesso escolar. Ela está presente em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua materna como instrumento de transmissão de informações.
Muitas vezes uma dificuldade no ensino da matemática está relacionada à compreensão do enunciado do que ao processo operatório da solução do problema.
Os disléxicos, em geral, sofrem com a discalculia (dificuldade de calcular) porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões.
É necessário que diagnóstico da dislexia seja precoce, isto é, os pais e educadores se preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças aparentemente normais, já nos primeiros anos de educação infantil, envolvendo as crianças de 4 a 5 anos de idade.
Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística.
Uma criança disléxica encontra dificuldade de lê e as frustrações acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-sociais, à agressividade e a uma situação de marginalização progressiva.
Os pais, professores e educadores devem estar atentar a dois importantes indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita.
Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominância lateral. Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos,
psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas. No plano da linguagem, os disléxicos fazem confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.
As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.
As crianças disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como " b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e". A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.
Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, educadores, professores e pais devem ter atenção para as inversões de sílabas ou palavras como "sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como "casa-casaco", repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.
Por fim, com os novos recursos da sociedade informática, pais e educadores devem redobrar os cuidados. O mau uso do computador, por exemplo, pode levar a criança a ter algum distúrbio de letras. Até agora, não há estudos científicos sobre o assunto, mas, pelo relato de pais e professores, dirigidos ao meu site (http://sites.uol.com.br/vicente.martins), na Internet, revelam que posições pouco ergonômicas perante a um computador, pode comprometer o sistema perceptivo da criança, levando à dificuldade de leitura e escrita.
Acredito também que o transporte inadequado de mochilas pode também comprometer o sistema perceptivo da crianças, de modo a embaraçar sua visão na hora de ler ou escrever.
Uma dificuldade de leitura pode levar uma criança à delinqüência juvenil? Cremos que sim. Há uma relação muito estreita entre leitura e pensamento, entre leitura e atitude e mais estreita ainda é a relação entre rechaço e maus leitores, de que modo que as investigações recentes, na psicopedagogia, apontam para um grau de contiguidade entre leitura e delinqüência juvenil. O comportamento do delinqüente, no meio escolar, em geral está associado com alguma dificuldade de aprendizagem relacionada linguagem. As crianças com dificuldade parcial de ler bem, quase sempre, são alunos isolados, mas alunos que procuram superar suas limitações lingüísticas com comportamentos mais agressivos, rebeldes e violentos.
As notas baixas nas disciplinas escolas refletem muito as limitações cognitivas e lingüísticas dos maus leitores, mas a destreza no esporte, na arte, muitas vezes podem, doutra sorte, revelar um sentimento de rebeldia que pode perdurar na fase adulta. Não há aqui, intenção de estabelecer dicotomia ou maniqueísmo, todavia os maus leitores são potencialmente os alunos que mais oferecerão problemas de indisciplina ao setor psicopedagógico da escola.
Durante dois anos observamos e constatamos que as dificuldades de leitura e a delinqüência juvenil são tipos de problemas que caminham juntos e, portanto, exigem uma intervenção por parte dos agentes e autoridades educacionais. Uma política de leitura não apenas compensaria o déficit cultural dos alunos como também iria engajá-los no discurso da sociedade da informação.
Enquanto isso, sobra a difícil tarefa de domesticação de atitudes dos alunos por parte dos abnegados professores, em particular, os da rede pública de ensino, que se deparam hoje não apenas com dificuldades domésticas, materiais e pedagógicas nas salas de aula, mas têm , também, como tarefa árdua o enfrentamento da questão social a que a escola pública está inserta. Refiro-me à delinqüência juvenil revelada na gangs e nas brincadeiras violentas e agressivas no meio escolar.
Muitos alunos cometem atos anti-sociais não porque são pobres ou por passarem privação cultural, e sim, porque, estando nas escolas (sejam públicas ou não), não têm rendimento escolar e padecem com transtornos de linguagem como as dificuldades de ler e escrever bem e, conseqüentemente, têm baixo rendimento na avaliação escolar. Quanto mais a criança é inculta, mais propensa à violência por motivos frívolos e banais. Quanto mais a criança é arisca, mais tímida para os embates da vida.
Na minha rápida passagem pela rede estadual de ensino, tomei algumas providências iniciais para o trabalho com os alunos agressivos e com problemas de conduta: a primeira, conhecer seus pais e conhecendo sua família ter uma "etiologia" mais clara e definida da forma de intervenção pedagógica a tomar com relação ao educando; a segunda providência foi a de levar meu aluno à consciência de suas limitações cognitivas, de natureza secundária, e mostrar-lhes, por exemplo, que, através de uma boa orientação ou reeducação da leitura, poderiam mudar as próprias atitudes, ideais aspirações pessoais e, finalmente, promover através da leitura aquisição de conhecimentos e a integração social. Quanto mais a criança compreende ideologicamente o mundo mais se envolve com uma práxis da concidadania e se inquieta com as questões de ordem social.
Os alunos com dificuldades de leitura e, a cada tentativa, frustrados, são levados a gazear aulas e a freqüentar companhias indesejáveis. Um aluno que fracassa na leitura, fracassa também na hora de ler um problema na matemática ou na hora de fazer um exercício de gramática. Um aluno que fracassa na leitura não encontra sentido algum em ler um Machado de Assis ou ler os versos de um Camões que estão parafraseados na sua canção predileta de Legião Urbana. Um aluno que constantemente fracassa é empurrado de forma perversa para a delinqüência.
Uma última palavra: a privação da leitura interfere no desenvolvimento da personalidade dos alunos. Um aluno com deficiência de leitura é triste e deprimido, agressivo e angustiado, potencialmente um delinqüente.
Numa sociedade de informação, ler ou escrever bem é condição de superação da desigualdade social: se alguns duvidam da tese, eis a rede mundial de computadores revelando um mundo de novas ocupações fundadas na fluência verbal e na comunicação eficaz.
A dislexia e a intervenção pedagógica
Nos últimos sete anos, venho desenvolvendo estudos sobre a contribuição da lingüística para o diagnóstico da dislexia e intervenção pedagógica.
A dislexia é uma síndrome pouco conhecida e pouco diagnosticada por pais e educadores, especialmente os pedagogos e médicos, que se voltam ao desenvolvimento cognitivo das crianças na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio)
A dislexia é uma perturbação ou transtorno ao nível de leitura. A criança disléxica é um mau leitor: é capaz de ler, mas não é capaz de entender eficientemente o que lê.
O que nos chama atenção, à primeira vista, é que uma criança disléxica é inteligente, habilidosa em tarefas manuais, mas persiste um quadro de dificuldade de leitura da educação infantil à educação superior.
Minha estimativa, por baixo, é a de que, no Brasil, pelo menos, 15 milhões crianças e jovens sofram com distúrbios de letras. Creio que a dislexia é a maior causa do baixo rendimento escolar.
A linguagem é fundamental para o sucesso escolar. Ela está presente em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua materna como instrumento de transmissão de informações.
Muitas vezes uma dificuldade no ensino da matemática está relacionada à compreensão do enunciado do que ao processo operatório da solução do problema.
Os disléxicos, em geral, sofrem com a discalculia (dificuldade de calcular) porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões.
É necessário que diagnóstico da dislexia seja precoce, isto é, os pais e educadores se preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças aparentemente normais, já nos primeiros anos de educação infantil, envolvendo as crianças de 4 a 5 anos de idade.
Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística.
Uma criança disléxica encontra dificuldade de lê e as frustrações acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-sociais, à agressividade e a uma situação de marginalização progressiva.
Os pais, professores e educadores devem estar atentar a dois importantes indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura e escrita.
Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominância lateral. Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos,
psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas. No plano da linguagem, os disléxicos fazem confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.
As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.
As crianças disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como " b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e". A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.
Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, educadores, professores e pais devem ter atenção para as inversões de sílabas ou palavras como "sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como "casa-casaco", repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.
Por fim, com os novos recursos da sociedade informática, pais e educadores devem redobrar os cuidados. O mau uso do computador, por exemplo, pode levar a criança a ter algum distúrbio de letras. Até agora, não há estudos científicos sobre o assunto, mas, pelo relato de pais e professores, dirigidos ao meu site (http://sites.uol.com.br/vicente.martins), na Internet, revelam que posições pouco ergonômicas perante a um computador, pode comprometer o sistema perceptivo da criança, levando à dificuldade de leitura e escrita.
Acredito também que o transporte inadequado de mochilas pode também comprometer o sistema perceptivo da crianças, de modo a embaraçar sua visão na hora de ler ou escrever.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Palavras Positivas para os FILHOS DISLÉXICOS
PALAVRAS POSITIVAS PARA OS FIHOS DISLÉXICOS
Assim como os adultos, as crianças podem cair na armadilha de fazer comentários negativos sobre si próprias. Ajude seu filho a converter pensamentos negativos em afirmações positivas.
Em vez de "Sou tão burro", tente "Não sou burro; apenas tenho um problema de aprendizagem".
Em vez de "Não consigo fazer isso", tente "Consigo fazer isso; só preciso tentar de outro jeito ou ter mais tempo".
Em vez de "Por que isso é tão fácil para Billy?", diga "Posso fazer coisas que Billy não pode. Todo mundo tem pontos fortes e fracos".
Em vez de "Minha professora está sempre gritando; devo ser estúpido", diga "Ela não sabe lidar com a dislexia. Preciso falar com alguém sobre isso e conseguir ajuda".
Em vez de "Levo muito mais tempo que os outros", tente "Preciso me esforçar mais, mas sei que posso conseguir os mesmos resultados".
Em vez de "Nunca vou terminar", tente "Posso fazer".
Em vez de "Não é justo eu ter dislexia", tente "Tenho sorte por ter grandes amigos e uma família que me apóia".
Em vez de "Porque isso aconteceu comigo?", tente "Não se trata de mim".
Assim como os adultos, as crianças podem cair na armadilha de fazer comentários negativos sobre si próprias. Ajude seu filho a converter pensamentos negativos em afirmações positivas.
Em vez de "Sou tão burro", tente "Não sou burro; apenas tenho um problema de aprendizagem".
Em vez de "Não consigo fazer isso", tente "Consigo fazer isso; só preciso tentar de outro jeito ou ter mais tempo".
Em vez de "Por que isso é tão fácil para Billy?", diga "Posso fazer coisas que Billy não pode. Todo mundo tem pontos fortes e fracos".
Em vez de "Minha professora está sempre gritando; devo ser estúpido", diga "Ela não sabe lidar com a dislexia. Preciso falar com alguém sobre isso e conseguir ajuda".
Em vez de "Levo muito mais tempo que os outros", tente "Preciso me esforçar mais, mas sei que posso conseguir os mesmos resultados".
Em vez de "Nunca vou terminar", tente "Posso fazer".
Em vez de "Não é justo eu ter dislexia", tente "Tenho sorte por ter grandes amigos e uma família que me apóia".
Em vez de "Porque isso aconteceu comigo?", tente "Não se trata de mim".
PARA os PAIS de FILHOS DISLÉXICOS
PALAVRAS POSITIVAS PARA OS PAIS DE FILHOS DISLÉXICOS
Os pais tendem a se sentir culpados pelos problemas de seus filhos. Quando você se sentir caindo nessa armadilha, tente buscar mensagens internas mais positivas.
Em vez de "Não acho que ele possa fazer isso", diga "Vamos tentar uma abordagem nova".
Em vez de "Não consigo continuar ajudando", diga "Se eu continuar tentando, uma hora ele vai conseguir fazer sozinho".
Em vez de "Estou cansado disso", tente "É hora de fazer um intervalo".
Em vez de "Outras pais não precisam fazer isso", tente "Outros pais têm outras questões".
Em vez de "Sou um pai ruim; isso é tudo culpa minha", diga "Não diz nada para causar esse problema".
Em vez de "Talvez fulano esteja certo. Ele realmente é burro", tente "Sei que não é isso que sua avaliação diz".
Em vez de "Por que isso aconteceu comigo?", tente "Não se trata de mim".
Os pais tendem a se sentir culpados pelos problemas de seus filhos. Quando você se sentir caindo nessa armadilha, tente buscar mensagens internas mais positivas.
Em vez de "Não acho que ele possa fazer isso", diga "Vamos tentar uma abordagem nova".
Em vez de "Não consigo continuar ajudando", diga "Se eu continuar tentando, uma hora ele vai conseguir fazer sozinho".
Em vez de "Estou cansado disso", tente "É hora de fazer um intervalo".
Em vez de "Outras pais não precisam fazer isso", tente "Outros pais têm outras questões".
Em vez de "Sou um pai ruim; isso é tudo culpa minha", diga "Não diz nada para causar esse problema".
Em vez de "Talvez fulano esteja certo. Ele realmente é burro", tente "Sei que não é isso que sua avaliação diz".
Em vez de "Por que isso aconteceu comigo?", tente "Não se trata de mim".
IMPULSIONADORES de AUTOESTIMA
IMPULSIONADORES DE AUTO-ESTIMA
Ajude seu filho vivenciar o sucesso. Deixe-o encontrar um lugar onde possa brilhar, seja nos esportes, na arte, como escoteiro, em um curso de informática seja em qualquer outro local. Fazer parte de uma equipe é uma maneira maravilhosa de conhecer pessoas, aprender sobre os outros e contribuir. No entanto, seu filho deve estar se divertindo e não se tornando competitivo demais. Os esportes devem ser divertidos; a competição aparece naturalmente quando as crianças crescem. Até mais ou menos a oitava série, os esportes devem estar relacionados ao jogo e ao divertimento, não à vitória.
Encoraje-o a ser voluntário. As crianças que ajudam em um hospital, asilo ou organização de caridade vão descobrir que ajudar os outros faz com que se sintam bem. Uma criança com dislexia pode cantar para um vizinho idoso, entregar flores em um asilo ou levar ursinhos para um hospital infantil e se sair tão bem quanto qualquer outra criança. Existem muitas oportunidades de elas contribuírem com a comunidade e essa é uma maneira valiosa de aprenderem que outras pessoas também têm problemas, assim como de elevar seu sentimento de autovalorização. Além disso, elas saem da condição de receber tanta atenção especial dos outros e passam a dá-la. Elas podem achar isso um alívio e uma satisfação.
Desenvolva as habilidades. Durante o livro, estimulei você a se envolver e a participar ativamente da vida do seu filho, ajudando-o com a tarefa escolar. Porém, também quero enfatizar uma vez mais que você deve ajudá-lo com as coisas que ele não consegue fazer, não com as que consegue. Seu filho precisa ser independente e desenvolver suas próprias capacidades; seu papel é guiá-lo e ajudá-lo, não fazer coisas por ele. Ensine-o a solucionar os problemas. Uma das melhores maneiras de aumentar a confiança é dar a seu filho as ferramentas para alcançar o próprio sucesso.
Deixe seu filho tomar decisões. Você, como pai, não pode se esquecer de que um dos componentes de um individuo confiante é a capacidade que tem de tomar decisões. Assim, você deve envolver seu filho na determinação das metas que ele deve atingir e dar a ele outras oportunidades de tomar decisões e expressar sua opinião. Peça ajuda a ele para programar o próximo passeio da família ou escolher o filme que verão no fim de semana. Talvez ele possa planejar e ajudar a fazer o jantar uma vez por semana. Oferecer às crianças a oportunidade de fazer escolhas é uma maneira importante de ajudá-las a se sentirem melhor.
Dê responsabilidades ao seu filho. A confiança provém das realizações. A criança com dislexia pode ser especialmente vulnerável nesse sentido, porque luta com os estudos. Dar responsabilidades a seu filho vai ajudar em sua auto-estima, mesmo se seu trabalho for o de alimentar e levar o cachorro para passear ou pôr a mesa todas as noites. Saber que ele contribui com a família vai ajudá-lo a se sentir importante.
Ofereça respeito. Escute e respeite seu filho. Pode parecer óbvio, mas geralmente os pais estão muito apressados ou ocupados para realmente prestarem atenção ao que os filhos estão dizendo. A mensagem que você passa a seu filho quando está ocupado demais para escutá-lo é a de que ele não é assim tão importante. Claro que a maioria dos pais está apressada, todos nós vivemos uma vida agitada; mas, se você programar um tempo para ouvir e conversar com seu filho – mesmo se for na hora de dormir ou durante o jantar –, ele saberá que seus pensamentos e sentimentos realmente importam. O respeito é um poderoso impulsionador da auto-estima.
Faça seu filho ter opiniões positivas sobre si mesmo. As crianças elevam sua auto-estima a partir do momento em que aprendem a reagir a si próprias de forma positiva, quando as metas são atingidas. Usar frases como "Sei como fazer isso se começar com bastante antecedência" e "Uau, me saí bem nessa tarefa!" são exemplos de opiniões positivas que você pode motivar seu filho a aprender a usar.
Ajude seu filho vivenciar o sucesso. Deixe-o encontrar um lugar onde possa brilhar, seja nos esportes, na arte, como escoteiro, em um curso de informática seja em qualquer outro local. Fazer parte de uma equipe é uma maneira maravilhosa de conhecer pessoas, aprender sobre os outros e contribuir. No entanto, seu filho deve estar se divertindo e não se tornando competitivo demais. Os esportes devem ser divertidos; a competição aparece naturalmente quando as crianças crescem. Até mais ou menos a oitava série, os esportes devem estar relacionados ao jogo e ao divertimento, não à vitória.
Encoraje-o a ser voluntário. As crianças que ajudam em um hospital, asilo ou organização de caridade vão descobrir que ajudar os outros faz com que se sintam bem. Uma criança com dislexia pode cantar para um vizinho idoso, entregar flores em um asilo ou levar ursinhos para um hospital infantil e se sair tão bem quanto qualquer outra criança. Existem muitas oportunidades de elas contribuírem com a comunidade e essa é uma maneira valiosa de aprenderem que outras pessoas também têm problemas, assim como de elevar seu sentimento de autovalorização. Além disso, elas saem da condição de receber tanta atenção especial dos outros e passam a dá-la. Elas podem achar isso um alívio e uma satisfação.
Desenvolva as habilidades. Durante o livro, estimulei você a se envolver e a participar ativamente da vida do seu filho, ajudando-o com a tarefa escolar. Porém, também quero enfatizar uma vez mais que você deve ajudá-lo com as coisas que ele não consegue fazer, não com as que consegue. Seu filho precisa ser independente e desenvolver suas próprias capacidades; seu papel é guiá-lo e ajudá-lo, não fazer coisas por ele. Ensine-o a solucionar os problemas. Uma das melhores maneiras de aumentar a confiança é dar a seu filho as ferramentas para alcançar o próprio sucesso.
Deixe seu filho tomar decisões. Você, como pai, não pode se esquecer de que um dos componentes de um individuo confiante é a capacidade que tem de tomar decisões. Assim, você deve envolver seu filho na determinação das metas que ele deve atingir e dar a ele outras oportunidades de tomar decisões e expressar sua opinião. Peça ajuda a ele para programar o próximo passeio da família ou escolher o filme que verão no fim de semana. Talvez ele possa planejar e ajudar a fazer o jantar uma vez por semana. Oferecer às crianças a oportunidade de fazer escolhas é uma maneira importante de ajudá-las a se sentirem melhor.
Dê responsabilidades ao seu filho. A confiança provém das realizações. A criança com dislexia pode ser especialmente vulnerável nesse sentido, porque luta com os estudos. Dar responsabilidades a seu filho vai ajudar em sua auto-estima, mesmo se seu trabalho for o de alimentar e levar o cachorro para passear ou pôr a mesa todas as noites. Saber que ele contribui com a família vai ajudá-lo a se sentir importante.
Ofereça respeito. Escute e respeite seu filho. Pode parecer óbvio, mas geralmente os pais estão muito apressados ou ocupados para realmente prestarem atenção ao que os filhos estão dizendo. A mensagem que você passa a seu filho quando está ocupado demais para escutá-lo é a de que ele não é assim tão importante. Claro que a maioria dos pais está apressada, todos nós vivemos uma vida agitada; mas, se você programar um tempo para ouvir e conversar com seu filho – mesmo se for na hora de dormir ou durante o jantar –, ele saberá que seus pensamentos e sentimentos realmente importam. O respeito é um poderoso impulsionador da auto-estima.
Faça seu filho ter opiniões positivas sobre si mesmo. As crianças elevam sua auto-estima a partir do momento em que aprendem a reagir a si próprias de forma positiva, quando as metas são atingidas. Usar frases como "Sei como fazer isso se começar com bastante antecedência" e "Uau, me saí bem nessa tarefa!" são exemplos de opiniões positivas que você pode motivar seu filho a aprender a usar.
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