domingo, 24 de junho de 2012

BREVE HISTÓRICO da DISLEXIA

Breve Histórico da Dislexia Identificada pela primeira vez por Berklan em 1881, o termo "dislexia" foi cunhado em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha. Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. Em 1896, W. Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford, Inglaterra publicou uma descrição de uma desordem específica de aprendizado na leitura no British Medical Journal, intitulado "Congenital Word Blindness". O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido a ler, demonstrando, contudo, inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns de uma criança dessa idade. Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James Hinshelwood, oftalmologista escocês, publicou uma série de artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares, entre eles uma monografia publicada em 1917 sobre Cegueira Verbal Congênita, caracterizada por uma deficiência no processamento verbal dos sons encontrados em pacientes com inteligência normal, mas que tinham dificuldades para aprender a ler e escrever. Um dos primeiros pesquisadores a estudar a dislexia foi sarnuei T. Orton (apud Iak, 2004), um neurologista que trabalhou inicialmente em vítimas de traumatismos. Em 1925, Orton conheceu o caso de um menino que não conseguia ler e que apresentava sintomas perecidos aos de algumas vítimas de traumatismo. Estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome não correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a dificuldade no aprendizado da leitura. Chamou essa condição por strephosymbolia (com o significado de 'símbolos invertidos') baseado na especial característica dos disléxicos de inverter as letras, sílabas ou palavras, para descrever sua teoria a respeito de indivíduos com dislexia. Observou também que a dificuldade em leitura da dislexia aparentemente não estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais. Afirmou que na infância esses distúrbios estariam relacionados a um defeito no reconhecimento de orientação das letras e de sua sequência nas palavras, visto que a percepção visual e a orientação espacial de sujeitos disléxicos permanecem intactas. Ele acreditava que essa condição era causada por uma falha na laterização do cérebro, portanto, levantou a hipótese de uma inadequada instalação da dominância lateral (teoria formulada por Broca em 1863). Para ele, a escrita em espelho seria explicada por uma luta ou conflito entre os dois hemisférios, em função da predominância e, então, postulou a mesma explicação para o atraso na linguagem e gagueira. No ano de 1945, a Fiel Foundation recebeu verbas para uma pesquisa das características neurológicas e perceptuais de quinze crianças que apresentavam dificuldades de leitura e esses resultados da pesquisa foram apresentados pela Ora Lauretta Bender, em 1950, na Seção de Neurologia e Psiquiatria da New York Academy of Medicine e em Congresso da Orton Dyslexia Society, no ano de 1951. Por ser disléxica a Ora Lauretta Bender dedicou-se aos estudos que a auxiliaram a compreender o problema da dislexia. A hipótese referente à especialização dos hemisférios cerebrais de Orton foi alvo de novos estudos póstumos na década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo do pia num temporale, uma região cerebral associada ao processamento da linguagem é fisicamente maior que a região direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo ligeiramente maior no lado direito do cérebro. Pesquisadores estão atualmente buscando uma correlação neurológica e genética para a dificuldade em leitura.

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