quinta-feira, 30 de junho de 2011

PROPOSTAS DE TRABALHOS p/ os DISLÉXICOS

DISLEXIA

A dislexia é um distúrbio de origem neurológica, congênito e hereditário, comum apresentar em parentes próximos. A dislexia mostra-se evidente na época da alfabetização, pois aparecem as dificuldades no processo de leitura, escrita, soletração e ortografia. Mas, outros sintomas ocorrem em fases anteriores à alfabetização, freqüentemente os pais percebem seu filho “diferente”; a criança pode apresentar um atraso na aquisição e uso da linguagem falada, mas freqüentemente, a família não valoriza esse sinal e conseqüentemente essa conduta atrasa o processo terapêutico adequado.
A dislexia independe de causas intelectuais, emocionais e culturais, a criança disléxica falha no processo de aquisição de linguagem, ocorre uma discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender e seu desempenho escolar.
O diagnóstico de dislexia é feito por equipe multidisciplinar uma vez que, o mesmo é realizado por exclusão, pois na maioria das vezes os exames clínicos convencionais apresentam resultados dentro da normalidade.
O disléxico tratado adequadamente controla a dispersão, desenvolve a atenção e a disciplina, que são fatores fundamentais para o seu sucesso e êxito nas habilidades de linguagem e escolares. Os pontos positivos do disléxico devem ser exaltados, alguns exemplos: ótimo nível intelectual, criatividade acima do esperado, bom humor, fácil socialização, facilidade em quebrar paradigmas, genialidade, inventividade, aptidões intuitivas e artísticas, habilidade em lidar com múltiplas situações ao mesmo tempo, em alguns casos o disléxico apresenta facilidade em cálculos ou muita dificuldade resultando em Discalculia (que pode vir acompanhada da Dislexia).
Como todos transtornos de aprendizagem na leitura e escrita, requer um bom diagnóstico, para um tratamento adequado e um prognóstico satisfatório para família e criança, é preciso conhecer as terminologias e adequar-se a elas.

Dislexia, refere-se ao distúrbio específico no aprendizado de leitura e escrita;
Disgrafia, a ocorrência de trocas, omissões, aglutinações, transtornos sintáticos-semânticos da língua;
Disortografia, refere-se a incapacidade motora fina e habilidades de lidar com espaços (linhas), e todas distorções léxicas de linguagem;
Discalculia, a incapacidade e dificuldade com raciocínio lógico matemático, em fazer cálculos simples até a compreensão complexa das propostas matemáticas.

Quando realizado diagnóstico multidisciplinar; priorizar tratamento e focar as dificuldades, utilizando suas habilidades para o alcance de êxito nas terapias propostas.
A família, escola, e o próprio individuo deve ter conhecimento do seu diagnóstico e tratamento, pois em equipe com a mesma linguagem, o resultado será satisfatório.

Sugestões e Conduta para Escola:

- Orientar professor a utilizar um combinado multisenssorial: visão, audição e tato, e estratégias como:
- Relógio digital;
- Calculadora;
- Gravador;
- Confecção do próprio material de alfabetização;
- Usar gravuras e fotografias, pois a imagem é essencial para a sua aprendizagem;
- Folhas quadriculadas para a matemática;
- Máscara para leitura de texto;
- Letras com várias texturas;

Algumas Atitudes Éticas Elevam a Auto-Estima dos Educandos que Apresentam Dislexia e Disgrafia:

- Evitar menospreza-los diante dos amigos não os forçando a ler em voz alta nem dizendo seus erros ou suas notas baixas para que todos escutem;
- Rever falas e mensagens constantemente;
- Ser paciente quando estiverem copiando do quadro ou fazendo alguma avaliação, dando-lhe mais tempo do que aos outros e estimulando-os;
- Ao ler palavras longas, ensine-os a separa-la com a ponta do lápis;
- Usar sempre uma linguagem clara e, em línguas estrangeiras, utilizar trabalhos e pesquisa, pois eles têm ainda mais dificuldade;

Propostas Terapêuticas para Equipe Multidisciplinar:

Intencionado em colaborar no tratamento desses distúrbios, Valett propôs algumas atividades relevantes a serem realizadas em sala de aula, tais como:

- Imitar ações: sentar, levantar, tocar o nariz, orelhas, boca, bater os pés, bater palmas, etc;
- Imitar ações e sons: bater palmas e dizer e dizer BANG, tocar tambor e falar BUM;
- Imitar sons: de animais, iniciando por sons simples como os do gato, cachorro, vaca, cabra, indo gradativamente para sons mais complexos como os do cavalo, leão, tigre, etc;
- Ditado mudo: apresentar gravuras do dia a dia e pedir que a criança escreva as palavras correspondentes às gravuras;
- Jogos ativos e marchas rítmicas: incluir sons;
- Analisar palavras foneticamente: identificar palavras através de sons vocálicos ou consonantais;
- Trabalhar com rimas: cantigas infantis, recitar rimas e poesias, trva-língua, charadas, etc;
- Histórias em rodízio: o professor inicia uma história e os demais alunos vão continuando um a um;
- Envolver os alunos em atividades complexas: confecção de murais artísticos, encenação de peças teatrais, descrição de envolvimentos em situações ou eventos globais;
- Trabalhar com histórias em quadrinhos: através de recortes de revistas ou desenhos próprios os alunos poderão elaborar histórias orais e escritas seqüencialmente;
- Jogos de quebra-cabeça em seqüência;
- Copiar e escrever palavras soletradas de memória através de palavras cruzadas;
- Desenhos e pinturas livres ou sugestionados;

Algumas Dicas de como os Pais Podem Ajudar seus Filhos:

- Descobrir sua habilidade e investir com dedicação;
- Diminuir a ansiedade. Procurar mais informações sobre dislexia;
- Manter a auto-estima da criança;
- Escolher um objetivo e uma alternativa de tratamento;
- Auxiliar a criança nos tratamentos necessários: fonoaudiológico, psicopedagógico, e atividades escolares;
- Traçar prioridades e objetivos a curto prazo;
- Falar abertamente com a criança sobre suas dificuldades e a necessidade de empenho;
- Respeitar o tempo de aprendizagem da criança;
- Colocar limites e disciplina nos estudos e na vida.
- Não comparar a criança com outras;

Quanto aos pais, cabe o apoio em procurar ajuda profissional de Fonoaudiólogos, Psicólogos, Neurologistas e Psicopedagogos. Devem ainda encoraja-los a possuir outras atividades fora do colégio como a prática de esportes, cursos de música, fotografia, desenho, etc. Um alerta aos pais é não permitir que suas dificuldades impliquem em um mal comportamento e na falta de limites.


Autoras:
Simony Gomes de Almeida Rezende Fonoaudióloga
Lana Cristina de Paula Bianchi Fonoaudióloga

Nenhum comentário: