sexta-feira, 24 de junho de 2011

DISLEXIA: UM APRENDER DIFERENTE

Conhecida como um distúrbio de aprendizagem, a patologia tem alta incidência nas salas de aula; pesquisas mostram que 17% da população mundial é disléxica.

Pessoas que marcaram a história da humanidade, como Albert Einstein, Charles Darwin, Leonardo DaVinci e Michaelangelo também foram um dia crianças e, como toda criança, viveram pequenas dificuldades ao aprender os primeiros ensinamentos escolares. Além da genialidade de cada um, todos contavam com uma característica em comum: a dislexia, distúrbio que acomete outros 17% da população mundial.

Conhecida por ser um problema de aprendizagem com origem neurológica, a dislexia é marcada pela dificuldade da fluência da leitura, da soletração e da decodificação de palavras. Quanto mais cedo pais e familiares identificarem o problema, mais rápido a criança conseguirá vencer a dificuldade no aprender.

De acordo com a fonoaudióloga e psicopedagoga da Clínica Interação, Thayssa Brasil, além de não conseguir compreender facilmente a leitura, o disléxico também não adquire vocabulário com facilidade, o que resulta em diversos comprometimentos na alfabetização e aprendizagem escolar. ´´O adulto sofre mais na hora de tratar da dislexia porque chegou num ponto que conseguiu conviver com os problemas do distúrbio. No caso das crianças, quanto antes for diagnosticado e feito uma intervenção, melhor´´, diz.

O diagnóstico da dislexia é clínico e só pode ser confirmado depois que o paciente passa por exames realizados por uma equipe multidisciplinar, que envolve fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo e neurologista. Além disso, somente crianças a partir dos 8 anos de idade podem ser consideradas disléxicas.

Antes disso, trata-se de uma fase normal de aprendizagem. Segundo a fonoaudióloga, o sucesso da intervenção vai depender do desempenho do paciente, mas ela afirma que, em média, com dois meses de tratamento a criança já apresenta melhoras significativas no desempenho de aprendizagem.

Assim que passa a conhecer as dificuldade, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente para tratá-lo. São diversas as formas de intervenção que se intercalam entre técnicas e exercícios que trabalham com a fala, além da produção de palavras e textos.

´´Ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. São muito bons na área exata, também se destacando em atividades ligadas aos números´´, comenta a profissional.

Ainda segundo Thayssa, existem crianças encaminhadas por escolas que chegam à clínica conseguindo escrever apenas algumas palavras e com dificuldades até mesmo na pronúncia. ´´Muitos desses casos são considerados críticos, mas ainda assim é possível reverter porque o disléxico consegue aprender normalmente, a diferença é que o aprender dele se difere dos demais. Outra coisa que muitos não sabem é que o Q.I. do disléxico é completamente normal ao de outras pessoas e em alguns casos até maior´´, finaliza.

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