DEZ ERROS COMUNS COMETIDOS POR PAIS DE
CRIANÇAS COM DISLEXIA
Não há duvida de que educar um filho com dislexia pode ser um desafio, mas o trabalho se torna mais fácil quando você aprende com os erros - e acertos - de outros pais. Acredito que estas sejam as dez áreas problemáticas mais comuns que os pais de crianças com dislexia encontram:
Pensar que seu filho vai ser "normal" algum dia e a dislexia, curada.
Culpar-se pela dislexia de seu filho.
Acreditar que entende exatamente o que seu filho está passando.
Não compreender o que seu filho pode e não fazer.
Ajudar seu filho em tarefas que ele pode fazer sozinho.
Esconder a dislexia de seu filho das pessoas.
Baixar as expectativas em vez de reformulá-Ias.
Tentar proteger seu filho do mundo real.
Brigar com o sistema de ensino em vez de trabalhar junto com ele.
Focalizar as incapacidades de seu filho ao invés das capacidades.
domingo, 21 de março de 2010
ATIVIDADE DE ENSINAR VAI ALÉM DA ESCRITA NA LOUSA
DISLEXIA: COMO TRABALHAR COM ELA?
ATIVIDADE DE ENSINAR VAI ALÉM DA ESCRITA NA LOUSA
Autor: Dr. José Rigoni Jr. (S.P.)
Professor de geografia no ensino básico do Colégio Objetivo, em São Paulo (SP), José Rigoni Júnior, 27 anos, acredita que a didática, a compreensão, a capacidade de se expressar oralmente e explicar o conteúdo para o aluno são pontos muito mais importantes para o professor do que a capacidade de escrever na lousa.
Disléxico, Rigoni tem dificuldade com a fonética – “a escrita na lousa ainda é um desafio” –, mas diz que isso não lhe traz problemas para lidar com as turmas. “Quando um erro ortográfico aparece e vira até motivo de risadas, explico minha dificuldade. Os alunos entendem. Eles são muito abertos à mudança e têm capacidade de absorver esses conceitos e lidar com essas pseudo-dificuldades muito bem”, acredita.
Professor há seis anos, Rigoni conta que já sofreu preconceito e chegou até a ser demitido de uma escola, por causa da dislexia. Quando estudante, também sentiu reações preconceituosas: “nunca de colegas, sempre de professores, que não sabiam que meu problema não era falta de empenho e sim uma patologia que dificulta a fixação do aprendizado da leitura e da escrita.”
Segundo Rigoni, a sociedade acadêmica deve ensinar os alunos disléxicos com uma postura diferente, com mecanismos que possam ajudá-lo ao invés de recriminá-lo pelo mau desempenho na leitura e na escrita. Em sua opinião, é preciso propor ao aluno novas maneiras de mostrar suas aptidões, que não o deixem circunscrito à forma de linguagem onde tem mais dificuldade. “Não adianta pedir para o estudante escrever um texto ou ler e explicar um livro se ele tem exatamente essa dificuldade. Isso é avaliar pela dificuldade”, argumenta.
Rigoni diz que foi difícil concluir o curso superior, em função da própria instituição acadêmica, ainda muito fechada à mudança. “Estou com problemas até hoje para comprovar algumas coisas de avaliações, que foram oralizadas”, conta o professor, que atua ainda como pesquisador na Universidade de São Paulo (USP), na área de clima. Ele conta que já teve vários alunos com dislexia e diz que a experiência foi muito boa. “A figura espelhada do professor e o fato de o aluno saber que o professor apresenta os mesmos distúrbios que ele dá um ânimo muito legal aos alunos. Mostra que a condição de vitória acadêmica pode acontecer para qualquer um,” destaca.
“Minha dica para alunos disléxicos é: estudem ao máximo e saibam que existem outras maneiras de aprender: não é só a apostila, não é só o livro. A TV, a internet, a discussão com o professor também são importantes e prestar atenção na oralidade do professor é fundamental”, destaca. Mas para ele, a principal sugestão deve ser dada aos professores, porque os alunos disléxicos, mesmo que não tenham sido diagnosticados, sabem que têm dificuldades e vão tentar se ajudar, mas os professores não sabem disso e acabam repassando o mau desempenho dos alunos para os próprios alunos.
Avaliação – “Quem tem que ajudar o aluno no processo escolar são os professores. Devem observar o aluno, suas dificuldades e deficiências e propor a ele uma avaliação, que possa indicar se apresenta tal distúrbio ou não,” enfatiza. Ele próprio só descobriu que tinha dislexia por volta dos 18 anos, por meio de um professor. “Eu fazia letras e tinha um desempenho oralizado muito bom na sala de aula. Como fiquei com nota um na primeira prova, o professor veio saber o que estava acontecendo, surpreso com os erros encontrados na escrita”, relembra. Foi então que o professor sugeriu a Rigoni que fizesse uma avaliação para saber o diagnóstico do problema.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br
ATIVIDADE DE ENSINAR VAI ALÉM DA ESCRITA NA LOUSA
Autor: Dr. José Rigoni Jr. (S.P.)
Professor de geografia no ensino básico do Colégio Objetivo, em São Paulo (SP), José Rigoni Júnior, 27 anos, acredita que a didática, a compreensão, a capacidade de se expressar oralmente e explicar o conteúdo para o aluno são pontos muito mais importantes para o professor do que a capacidade de escrever na lousa.
Disléxico, Rigoni tem dificuldade com a fonética – “a escrita na lousa ainda é um desafio” –, mas diz que isso não lhe traz problemas para lidar com as turmas. “Quando um erro ortográfico aparece e vira até motivo de risadas, explico minha dificuldade. Os alunos entendem. Eles são muito abertos à mudança e têm capacidade de absorver esses conceitos e lidar com essas pseudo-dificuldades muito bem”, acredita.
Professor há seis anos, Rigoni conta que já sofreu preconceito e chegou até a ser demitido de uma escola, por causa da dislexia. Quando estudante, também sentiu reações preconceituosas: “nunca de colegas, sempre de professores, que não sabiam que meu problema não era falta de empenho e sim uma patologia que dificulta a fixação do aprendizado da leitura e da escrita.”
Segundo Rigoni, a sociedade acadêmica deve ensinar os alunos disléxicos com uma postura diferente, com mecanismos que possam ajudá-lo ao invés de recriminá-lo pelo mau desempenho na leitura e na escrita. Em sua opinião, é preciso propor ao aluno novas maneiras de mostrar suas aptidões, que não o deixem circunscrito à forma de linguagem onde tem mais dificuldade. “Não adianta pedir para o estudante escrever um texto ou ler e explicar um livro se ele tem exatamente essa dificuldade. Isso é avaliar pela dificuldade”, argumenta.
Rigoni diz que foi difícil concluir o curso superior, em função da própria instituição acadêmica, ainda muito fechada à mudança. “Estou com problemas até hoje para comprovar algumas coisas de avaliações, que foram oralizadas”, conta o professor, que atua ainda como pesquisador na Universidade de São Paulo (USP), na área de clima. Ele conta que já teve vários alunos com dislexia e diz que a experiência foi muito boa. “A figura espelhada do professor e o fato de o aluno saber que o professor apresenta os mesmos distúrbios que ele dá um ânimo muito legal aos alunos. Mostra que a condição de vitória acadêmica pode acontecer para qualquer um,” destaca.
“Minha dica para alunos disléxicos é: estudem ao máximo e saibam que existem outras maneiras de aprender: não é só a apostila, não é só o livro. A TV, a internet, a discussão com o professor também são importantes e prestar atenção na oralidade do professor é fundamental”, destaca. Mas para ele, a principal sugestão deve ser dada aos professores, porque os alunos disléxicos, mesmo que não tenham sido diagnosticados, sabem que têm dificuldades e vão tentar se ajudar, mas os professores não sabem disso e acabam repassando o mau desempenho dos alunos para os próprios alunos.
Avaliação – “Quem tem que ajudar o aluno no processo escolar são os professores. Devem observar o aluno, suas dificuldades e deficiências e propor a ele uma avaliação, que possa indicar se apresenta tal distúrbio ou não,” enfatiza. Ele próprio só descobriu que tinha dislexia por volta dos 18 anos, por meio de um professor. “Eu fazia letras e tinha um desempenho oralizado muito bom na sala de aula. Como fiquei com nota um na primeira prova, o professor veio saber o que estava acontecendo, surpreso com os erros encontrados na escrita”, relembra. Foi então que o professor sugeriu a Rigoni que fizesse uma avaliação para saber o diagnóstico do problema.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br
sábado, 20 de março de 2010
QUANDO É DIFÍCIL APRENDER
QUANDO É DIFÍCIL APRENDER
O que acontece com alunos que aparentemente fazem tudo como manda o figurino, mas não atingem bons resultados
A mãe é convocada pelo colégio e descobre que o aluno, seu filho, não está acompanhando a classe. Ela se defende. O menino faz as lições, é esforçado e nunca reclama de nada. Então vem o golpe duro: o professor alerta que, se continuar desse jeito, ele repetirá a série. Neste ponto, o momento que a coordenação pedagógica informa que o estudante tem dificuldades de aprendizagem, uma batalha informal é estabelecida. De um lado, a mãe, abalada, desconfia que, se o filho chegou a esse ponto, é porque a escola não ajudou. Admitir qualquer limitação do filho é algo obviamente difícil para uma mãe. Do outro, os professores defendem o colégio e os métodos usados. No meio do bombardeio, o aluno, com a auto-estima abalada e, não raro, um discurso de menosprezo às matérias como tentativa de consolo.
Dificuldades de aprendizado afetam dois em cada dez estudantes, atestam as pesquisas internacionais. Mas os educadores alertam: são raríssimos, residuais os casos de alunos dedicados, e sem nenhum problema familiar, físico, de saúde, psicológico ou pessoal, que se esforçam e mesmo assim não aprendem nada. Em outras palavras: o ser humano limitado pela natureza, que o povo chamaria de burro, e praticamente um mito. Na quase totalidade dos casos, há algum problema que pais e professores não identificam. Eles podem ir de uma crise doméstica - a separação dos pais, por exemplo - a um trauma que provocou insegurança, passando por falta de organização, excesso de cobranças e de atividades, métodos de ensino inadequados e até a conhecida preguiça. Para a coordenadora do curso de pedagogia da Universidade de Campinas (Unicamp), Ângela Soligo, existem momentos críticos para o surgimento das dificuldades: Entre os pequenos, elas se manifestam na alfabetização e nos primeiros contatos com a matemática. "A criança pode lidar com letras e números desde cedo, mas o processo de ensino é uma novidade", diz. Caso o filho não consiga seguir o método, pode oferecer resistência às aulas. Outra possível consequência é o sentimento de inferioridade. Normalmente, as escolas ressaltam as crianças bem-sucedidas. Há o risco de algumas acharem que são incapazes, levando essa sensação para a frente.
Outro momento em que surgem os obstáculos é a quinta série do ensino fundamental. É um período de mudanças, quando o aluno deixa de ter um único professor e passa a contar com vários mestres. A sétima série também pode exigir mais do estudante, agora envolvido com questões típicas da adolescência. Um olhar mais atento pode evitar complicações maiores - desde que os pais não cobrem demais dos filhos. "Alguns chegam destruídos ao consultório. Tem mãe que entra com o diagnóstico pronto: ele é um vagabundo", conta a neuropsicóloga Ana Olmos, especializada em crianças e adolescentes. Às vezes, o estudante não quer mesmo saber da escola - por considerá-la chata ou sentir que nunca é ouvido. Mas existem casos em que o jovem tenta aprender e não consegue. "Se ele passa o dia sem ânimo para nada, pode estar com depressão", observa Ana.
O diagnóstico correto é essencial. O processo começa com a investigação da saúde. A família Fanucchi demorou para descobrir que Bruno, 12 anos, sofria de dislexia, um distúrbio que provoca alterações neurológicas. "Sempre passei raspando em inglês. Estudava e ia mal", recorda-se ele. A mãe, Silvia, recebia reclamação desde que o filho era pequeno. "Achavam que era problema de atenção. Ele fez aulas particulares. Até que detectaram a dislexia", afirma. Com o acompanhamento certo, o menino passou sem recuperação. Em geral, as famílias partem logo para a aula particular. "Sem investigar direito a causa, a aula particular vira muleta e o problema se arrasta", afirma a psicopedagoga Raquel Caruso, que atende alunos com distúrbios de aprendizagem.
A solução deve ser negociada entre família, estudante e escola. É importante ponderar se o colégio e sua metodologia estão adequados ao filho. Outro ponto a considerar é se a instituição está preparada para lidar com a diversidade. O educador espanhol Álvaro Marchesi, autor de o que será de nós, os maus alunos?, argumenta que as dificuldades serão maiores no futuro. "O incremento da imigração e as mudanças na família vão levar a multiplicação da diversidade", afirma ele. Mas o preparo para essa realidade não é comum. Na opinião de Silvia Colello, professora de psicologia da educação da USP, as escolas tradicionalmente orientam suas atividades pressupondo uma certa homogeneidade das turmas. O professor ensina o mesmo conteúdo, do mesmo modo, prevendo um único caminho de evolução. Silvia recomenda que colégios e educadores repensem suas responsabilidades. "É preciso derrubar alguns mitos", sustenta. Pelo bem de todos.
COMO AJUDAR
Uma avaliação médica apontará problemas como os de visão e audição. Eles atrapalham o aprendizado.
Procure os outros pais e descubra se há muitos casos de alunos com dificuldades na mesma matéria. Se houver, converse com o professor a respeito da metodologia.
Crises familiares podem estar associadas às dificuldades escolares. É recomendável a psicoterapia.
Use atividades do cotidiano para treinar os pontos fracos, como conferir o troco das compras com a criança. E incentive os fortes. Isso melhora a confiança e a auto-estima.
Não compare a performance ao filho com a dos demais estudantes. Cada um tem seu tempo e seu jeito de aprender.
Barreiras são superadas com ações que envolvem os pais, o colégio, o aluno. Assuma sua parte sem entrar em desespero e cobre a do filho sem esquecer que ele precisa também de afeto, além do apoio em casa.
O que acontece com alunos que aparentemente fazem tudo como manda o figurino, mas não atingem bons resultados
A mãe é convocada pelo colégio e descobre que o aluno, seu filho, não está acompanhando a classe. Ela se defende. O menino faz as lições, é esforçado e nunca reclama de nada. Então vem o golpe duro: o professor alerta que, se continuar desse jeito, ele repetirá a série. Neste ponto, o momento que a coordenação pedagógica informa que o estudante tem dificuldades de aprendizagem, uma batalha informal é estabelecida. De um lado, a mãe, abalada, desconfia que, se o filho chegou a esse ponto, é porque a escola não ajudou. Admitir qualquer limitação do filho é algo obviamente difícil para uma mãe. Do outro, os professores defendem o colégio e os métodos usados. No meio do bombardeio, o aluno, com a auto-estima abalada e, não raro, um discurso de menosprezo às matérias como tentativa de consolo.
Dificuldades de aprendizado afetam dois em cada dez estudantes, atestam as pesquisas internacionais. Mas os educadores alertam: são raríssimos, residuais os casos de alunos dedicados, e sem nenhum problema familiar, físico, de saúde, psicológico ou pessoal, que se esforçam e mesmo assim não aprendem nada. Em outras palavras: o ser humano limitado pela natureza, que o povo chamaria de burro, e praticamente um mito. Na quase totalidade dos casos, há algum problema que pais e professores não identificam. Eles podem ir de uma crise doméstica - a separação dos pais, por exemplo - a um trauma que provocou insegurança, passando por falta de organização, excesso de cobranças e de atividades, métodos de ensino inadequados e até a conhecida preguiça. Para a coordenadora do curso de pedagogia da Universidade de Campinas (Unicamp), Ângela Soligo, existem momentos críticos para o surgimento das dificuldades: Entre os pequenos, elas se manifestam na alfabetização e nos primeiros contatos com a matemática. "A criança pode lidar com letras e números desde cedo, mas o processo de ensino é uma novidade", diz. Caso o filho não consiga seguir o método, pode oferecer resistência às aulas. Outra possível consequência é o sentimento de inferioridade. Normalmente, as escolas ressaltam as crianças bem-sucedidas. Há o risco de algumas acharem que são incapazes, levando essa sensação para a frente.
Outro momento em que surgem os obstáculos é a quinta série do ensino fundamental. É um período de mudanças, quando o aluno deixa de ter um único professor e passa a contar com vários mestres. A sétima série também pode exigir mais do estudante, agora envolvido com questões típicas da adolescência. Um olhar mais atento pode evitar complicações maiores - desde que os pais não cobrem demais dos filhos. "Alguns chegam destruídos ao consultório. Tem mãe que entra com o diagnóstico pronto: ele é um vagabundo", conta a neuropsicóloga Ana Olmos, especializada em crianças e adolescentes. Às vezes, o estudante não quer mesmo saber da escola - por considerá-la chata ou sentir que nunca é ouvido. Mas existem casos em que o jovem tenta aprender e não consegue. "Se ele passa o dia sem ânimo para nada, pode estar com depressão", observa Ana.
O diagnóstico correto é essencial. O processo começa com a investigação da saúde. A família Fanucchi demorou para descobrir que Bruno, 12 anos, sofria de dislexia, um distúrbio que provoca alterações neurológicas. "Sempre passei raspando em inglês. Estudava e ia mal", recorda-se ele. A mãe, Silvia, recebia reclamação desde que o filho era pequeno. "Achavam que era problema de atenção. Ele fez aulas particulares. Até que detectaram a dislexia", afirma. Com o acompanhamento certo, o menino passou sem recuperação. Em geral, as famílias partem logo para a aula particular. "Sem investigar direito a causa, a aula particular vira muleta e o problema se arrasta", afirma a psicopedagoga Raquel Caruso, que atende alunos com distúrbios de aprendizagem.
A solução deve ser negociada entre família, estudante e escola. É importante ponderar se o colégio e sua metodologia estão adequados ao filho. Outro ponto a considerar é se a instituição está preparada para lidar com a diversidade. O educador espanhol Álvaro Marchesi, autor de o que será de nós, os maus alunos?, argumenta que as dificuldades serão maiores no futuro. "O incremento da imigração e as mudanças na família vão levar a multiplicação da diversidade", afirma ele. Mas o preparo para essa realidade não é comum. Na opinião de Silvia Colello, professora de psicologia da educação da USP, as escolas tradicionalmente orientam suas atividades pressupondo uma certa homogeneidade das turmas. O professor ensina o mesmo conteúdo, do mesmo modo, prevendo um único caminho de evolução. Silvia recomenda que colégios e educadores repensem suas responsabilidades. "É preciso derrubar alguns mitos", sustenta. Pelo bem de todos.
COMO AJUDAR
Uma avaliação médica apontará problemas como os de visão e audição. Eles atrapalham o aprendizado.
Procure os outros pais e descubra se há muitos casos de alunos com dificuldades na mesma matéria. Se houver, converse com o professor a respeito da metodologia.
Crises familiares podem estar associadas às dificuldades escolares. É recomendável a psicoterapia.
Use atividades do cotidiano para treinar os pontos fracos, como conferir o troco das compras com a criança. E incentive os fortes. Isso melhora a confiança e a auto-estima.
Não compare a performance ao filho com a dos demais estudantes. Cada um tem seu tempo e seu jeito de aprender.
Barreiras são superadas com ações que envolvem os pais, o colégio, o aluno. Assuma sua parte sem entrar em desespero e cobre a do filho sem esquecer que ele precisa também de afeto, além do apoio em casa.
UMA ESCOLA PARA TODOS
UMA ESCOLA PARA TODOS
Matheus tem 10 anos e está na terceira série do ensino fundamental. É um aluno caprichoso, tranquilo, independente e maduro, que se dá bem com os colegas e recebe elogios das professoras. Sua mãe, Gonçala Mendes do Amaral, respira aliviada ao constatar que ele se adaptou muito bem à nova escola. Matheus tem síndrome de Down e há um ano trocou a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae-SP) por um colégio convencional, por sugestão da própria instituição. "No começo, fiquei muito assustada com a mudança, mas ele se deu bem e se interessa mais pelas aulas agora", diz Gonçala. Além do curso regular, o garoto faz acompanhamento com profissionais especializados, duas vezes por semana.
O pequeno Matheus faz parte de um grupo que, pouco a pouco, está deixando as salas de aulas especiais. Há dez anos, apenas 13% dos alunos com necessidades específicas estavam matriculados em classes comuns. Em 2008 eram 46%. Nesta conta entram crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Esse salto é fruto da política do Ministério da Educação, que defende o fim das turmas separadas. "A proposta de educação inclusiva considera a educação um direito humano universal e defende o respeito às diferenças humanas na prática educativa. Todos podem aprender e cabe à educação proporcionar espaços de desenvolvimento do potencial humano, não reforçar a ideia da limitação", diz a secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC), Cláudia Dutra. Embora existam muitos programas governamentais com objetivo de adaptar a rede de ensino aos alunos especiais, a política do MEC não é consenso.
Muitos educadores acreditam que a inclusão irrestrita é uma utopia, sobretudo nos casos de crianças com deficiências intelectuais cujas necessidades variam muito de caso para caso. "Educação inclusiva é um grande avanço, mas não acreditamos que seja preciso fechar as escolas especiais, que defendemos para alguns casos e quando for uma escolha da família", diz Eduardo Barbosa, presidente da federação das Apaes. Outra dificuldade frequente é a falta de recursos em algumas regiões do Pais. "Numa cidade do interior, as alternativas são mais limitadas", diz Barbosa. Na Apae de São Paulo, por exemplo, é muito mais fácil. "Optamos pela inclusão porque temos recursos para atender todos os casos, até mesmo os mais comprometidos", diz Roseli Olher, coordenadora educacional da Apae¬-SP. Em 2009, acabam as turmas especiais da entidade. Os alunos estão sendo realocados aos poucos, com ajuda de pais, especialistas em educação especial e professores da rede comum. A psicopedagoga Irene Maluf acredita que o custo emocional da inclusão nem sempre vale a pena. "Existe uma visão maravilhosa da socialização. Mas, na prática, recebo no consultório muitos casos de crianças que não conseguem fazer amigos, mesmo em excelentes escolas. Para cada exemplo bem-sucedido, tem seis crianças que chegam chorando porque não conseguem se adaptar", afirma.
Depois de peregrinar por oito escolas em busca de uma vaga para a filha Mônica, Isabel dos Santos Guimarães teve a impressão de que não conseguiria matriculá-la no ensino comum. A menina nasceu prematura e sofreu uma hemorragia cerebral que causou algumas dificuldades motoras. Com 14 anos, se locomove com cadeira de rodas e, até a quarta serie, estudou em turmas especiais da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Na ocasião, a instituição recomendou que a jovem fosse matriculada em uma escola comum. "Cheguei a pensar que não ia encontrar colégio para ela. É muito dolorido ver a discriminação", conta Isabel. No Colégio Adventista de Interlagos, em São Paulo, além de haver disposição para tomar as instalações acessíveis para Mônica, a coordenadora pedagógica chegou a levar a turma em que ela estudaria para conhecer a AACD. "É um trabalho que tem que ser feito com todos: professores, alunos e funcionários", diz Sandra Tavares, orientadora educacional do colégio. Especialista em educação especial, Sandra acredita que o principal obstáculo à inclusão é a falta de boa vontade. "Pensar diferente dá mais trabalho, mas é totalmente possível. Seria contra nossa filosofia não aceitar" afirma. No caso de Mônica, a inclusão chegou até as aulas de educação física, as preferidas dela. "A professora pediu para eu levar meus aparelhos e adaptou a aula, para eu poder jogar futebol, handebol e basquete", conta a garota.
Mesmo diante do esforço do MEC, que está investindo em dezenas de programas no tema da inclusão a formação e adaptação da rede leva anos. "O Brasil avança com muitas dificuldades e não vai ser a curto prazo que vamos atingir um desfecho satisfatório", diz Marlene da Silva Soares, especialista em educação especial da Universidade de Brasília. É preciso garantir que a inclusão signifique o acesso ao direito fundamental da educação, e não uma experiência dolorosa na vida d
Matheus tem 10 anos e está na terceira série do ensino fundamental. É um aluno caprichoso, tranquilo, independente e maduro, que se dá bem com os colegas e recebe elogios das professoras. Sua mãe, Gonçala Mendes do Amaral, respira aliviada ao constatar que ele se adaptou muito bem à nova escola. Matheus tem síndrome de Down e há um ano trocou a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae-SP) por um colégio convencional, por sugestão da própria instituição. "No começo, fiquei muito assustada com a mudança, mas ele se deu bem e se interessa mais pelas aulas agora", diz Gonçala. Além do curso regular, o garoto faz acompanhamento com profissionais especializados, duas vezes por semana.
O pequeno Matheus faz parte de um grupo que, pouco a pouco, está deixando as salas de aulas especiais. Há dez anos, apenas 13% dos alunos com necessidades específicas estavam matriculados em classes comuns. Em 2008 eram 46%. Nesta conta entram crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Esse salto é fruto da política do Ministério da Educação, que defende o fim das turmas separadas. "A proposta de educação inclusiva considera a educação um direito humano universal e defende o respeito às diferenças humanas na prática educativa. Todos podem aprender e cabe à educação proporcionar espaços de desenvolvimento do potencial humano, não reforçar a ideia da limitação", diz a secretária de Educação Especial do Ministério da Educação (MEC), Cláudia Dutra. Embora existam muitos programas governamentais com objetivo de adaptar a rede de ensino aos alunos especiais, a política do MEC não é consenso.
Muitos educadores acreditam que a inclusão irrestrita é uma utopia, sobretudo nos casos de crianças com deficiências intelectuais cujas necessidades variam muito de caso para caso. "Educação inclusiva é um grande avanço, mas não acreditamos que seja preciso fechar as escolas especiais, que defendemos para alguns casos e quando for uma escolha da família", diz Eduardo Barbosa, presidente da federação das Apaes. Outra dificuldade frequente é a falta de recursos em algumas regiões do Pais. "Numa cidade do interior, as alternativas são mais limitadas", diz Barbosa. Na Apae de São Paulo, por exemplo, é muito mais fácil. "Optamos pela inclusão porque temos recursos para atender todos os casos, até mesmo os mais comprometidos", diz Roseli Olher, coordenadora educacional da Apae¬-SP. Em 2009, acabam as turmas especiais da entidade. Os alunos estão sendo realocados aos poucos, com ajuda de pais, especialistas em educação especial e professores da rede comum. A psicopedagoga Irene Maluf acredita que o custo emocional da inclusão nem sempre vale a pena. "Existe uma visão maravilhosa da socialização. Mas, na prática, recebo no consultório muitos casos de crianças que não conseguem fazer amigos, mesmo em excelentes escolas. Para cada exemplo bem-sucedido, tem seis crianças que chegam chorando porque não conseguem se adaptar", afirma.
Depois de peregrinar por oito escolas em busca de uma vaga para a filha Mônica, Isabel dos Santos Guimarães teve a impressão de que não conseguiria matriculá-la no ensino comum. A menina nasceu prematura e sofreu uma hemorragia cerebral que causou algumas dificuldades motoras. Com 14 anos, se locomove com cadeira de rodas e, até a quarta serie, estudou em turmas especiais da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Na ocasião, a instituição recomendou que a jovem fosse matriculada em uma escola comum. "Cheguei a pensar que não ia encontrar colégio para ela. É muito dolorido ver a discriminação", conta Isabel. No Colégio Adventista de Interlagos, em São Paulo, além de haver disposição para tomar as instalações acessíveis para Mônica, a coordenadora pedagógica chegou a levar a turma em que ela estudaria para conhecer a AACD. "É um trabalho que tem que ser feito com todos: professores, alunos e funcionários", diz Sandra Tavares, orientadora educacional do colégio. Especialista em educação especial, Sandra acredita que o principal obstáculo à inclusão é a falta de boa vontade. "Pensar diferente dá mais trabalho, mas é totalmente possível. Seria contra nossa filosofia não aceitar" afirma. No caso de Mônica, a inclusão chegou até as aulas de educação física, as preferidas dela. "A professora pediu para eu levar meus aparelhos e adaptou a aula, para eu poder jogar futebol, handebol e basquete", conta a garota.
Mesmo diante do esforço do MEC, que está investindo em dezenas de programas no tema da inclusão a formação e adaptação da rede leva anos. "O Brasil avança com muitas dificuldades e não vai ser a curto prazo que vamos atingir um desfecho satisfatório", diz Marlene da Silva Soares, especialista em educação especial da Universidade de Brasília. É preciso garantir que a inclusão signifique o acesso ao direito fundamental da educação, e não uma experiência dolorosa na vida d
MAIS CONTEÚDO E MENOS PRECONCEITO
DISLEXIA: COMO TRABALHAR COM ELA?
MAIS CONTEÚDO E MENOS PRECONCEITO
Autor: Dr Jaime Zorzi
Doutor em Educação e especialista em linguagem, o fonoaudiólogo Jaime Zorzi calcula que entre 3,5% e 4% da população brasileira alfabetizada tenha problemas com a leitura e a escrita. Diretor do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica e Audiologia Clínica (Cefac), onde também ministra aulas de pós-graduação em saúde e educação, ele explica que a dislexia é um distúrbio específico de leitura e, antes de entrar na sala de aula, o professor deve deixar de lado todos os seus preconceitos ou desistir de lecionar.
“Alguns profissionais chegam a mim perguntando qual o diagnóstico de determinadas crianças com dificuldades de aprendizagem. Eu digo que é distúrbio específico de leitura. Muitos, sem informação, chegam a dar graças a Deus por não ser dislexia. Mas mal sabem que essa é a definição da doença”, diz.
Zorzi lembra que a grande maioria não sabe que um disléxico pode aprender muito, mas só se for bem ensinado. “Quando se depara com um aluno que tem esse tipo de problema, o educador deve saber que terá um desafio pela frente. Também não pode deixar de incentivar o estudante, que muitas vezes se sente desmotivado, por ter um grau de aprendizado mais lento, não inferior”, pontua.
Para ele que já viajou por todo o Brasil e América Latina abordando o tema, é necessário incrementar a autoestima, trabalhar os pontos fracos e valorizar, especialmente, os pontos fortes que o estudante tem. “É preciso estabelecer condições favoráveis ao aprendizado, diariamente. Isso significa desenvolver novas metodologias, conhecer a competência de cada um e facilitar a vida das crianças que sofrem de algum distúrbio”, observa.
O especialista aconselha os professores, como primeira medida, a confiar na capacidade de aprendizado do aluno. Em segundo lugar, ele deve compreender o problema, para propor soluções. “Quem não tem essa postura, precisa antes avaliar sua competência para ensinar”, critica.
Ele analisa que, atualmente, trabalha-se muito com métodos que não avaliam a habilidade das crianças. Considera que todo processo que não observa o sistema alfabético de letras e sons está fadado ao erro. “É imprescindível trabalhar com as abordagens fônicas, ou seja, pensar por sons. O professor deve prestigiar a habilidade de perceber os diferentes e os semelhantes sons, como a palavra é montada. Quando a criança for escrever, ela deve pensar a palavra, seus fonemas, sua composição. Isso faz falta. Se não é desenvolvido, a criança pode travar e comprometer todo o aprendizado”, esclarece.
Zorzi explica que a dislexia é identificada durante o processo de alfabetização, ou seja, é geralmente percebida pelos educadores. Portanto, conclui, é ele quem deve avaliar as condições que a criança tem de responder ao seu programa de ensino. “Tem crianças que acompanham, outras não. O professor deve ser mais flexível. Observar suas atividades em sala de aula e modificar o programa quando necessário. Rapidez não é sinônimo de qualidade. Deve haver tempo hábil para trabalhar as matérias. Os prejudicados no processo onde o professor é irredutível e não sai do programa de ensino, são todos os alunos, não apenas os que têm algum distúrbio. O rendimento escolar cai”, lamenta.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br
MAIS CONTEÚDO E MENOS PRECONCEITO
Autor: Dr Jaime Zorzi
Doutor em Educação e especialista em linguagem, o fonoaudiólogo Jaime Zorzi calcula que entre 3,5% e 4% da população brasileira alfabetizada tenha problemas com a leitura e a escrita. Diretor do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica e Audiologia Clínica (Cefac), onde também ministra aulas de pós-graduação em saúde e educação, ele explica que a dislexia é um distúrbio específico de leitura e, antes de entrar na sala de aula, o professor deve deixar de lado todos os seus preconceitos ou desistir de lecionar.
“Alguns profissionais chegam a mim perguntando qual o diagnóstico de determinadas crianças com dificuldades de aprendizagem. Eu digo que é distúrbio específico de leitura. Muitos, sem informação, chegam a dar graças a Deus por não ser dislexia. Mas mal sabem que essa é a definição da doença”, diz.
Zorzi lembra que a grande maioria não sabe que um disléxico pode aprender muito, mas só se for bem ensinado. “Quando se depara com um aluno que tem esse tipo de problema, o educador deve saber que terá um desafio pela frente. Também não pode deixar de incentivar o estudante, que muitas vezes se sente desmotivado, por ter um grau de aprendizado mais lento, não inferior”, pontua.
Para ele que já viajou por todo o Brasil e América Latina abordando o tema, é necessário incrementar a autoestima, trabalhar os pontos fracos e valorizar, especialmente, os pontos fortes que o estudante tem. “É preciso estabelecer condições favoráveis ao aprendizado, diariamente. Isso significa desenvolver novas metodologias, conhecer a competência de cada um e facilitar a vida das crianças que sofrem de algum distúrbio”, observa.
O especialista aconselha os professores, como primeira medida, a confiar na capacidade de aprendizado do aluno. Em segundo lugar, ele deve compreender o problema, para propor soluções. “Quem não tem essa postura, precisa antes avaliar sua competência para ensinar”, critica.
Ele analisa que, atualmente, trabalha-se muito com métodos que não avaliam a habilidade das crianças. Considera que todo processo que não observa o sistema alfabético de letras e sons está fadado ao erro. “É imprescindível trabalhar com as abordagens fônicas, ou seja, pensar por sons. O professor deve prestigiar a habilidade de perceber os diferentes e os semelhantes sons, como a palavra é montada. Quando a criança for escrever, ela deve pensar a palavra, seus fonemas, sua composição. Isso faz falta. Se não é desenvolvido, a criança pode travar e comprometer todo o aprendizado”, esclarece.
Zorzi explica que a dislexia é identificada durante o processo de alfabetização, ou seja, é geralmente percebida pelos educadores. Portanto, conclui, é ele quem deve avaliar as condições que a criança tem de responder ao seu programa de ensino. “Tem crianças que acompanham, outras não. O professor deve ser mais flexível. Observar suas atividades em sala de aula e modificar o programa quando necessário. Rapidez não é sinônimo de qualidade. Deve haver tempo hábil para trabalhar as matérias. Os prejudicados no processo onde o professor é irredutível e não sai do programa de ensino, são todos os alunos, não apenas os que têm algum distúrbio. O rendimento escolar cai”, lamenta.
Fonte: www.portaldoprofessor.mec.gov.br
ELEVANDO A AUTOESTIMA do FILHO DISLÉXICO
ELEVANDO A AUTO-ESTIMA DO SEU FILHO DISLÉXICO
A auto-estima é uma questão crucial para todas as crianças. Queremos que nossos filhos se sintam bem consigo mesmos para que possam fazer o melhor. Para as crianças com dislexia, a auto-estima é uma área especialmente sensível, porque muitas delas são tratadas como se não fossem "espertas", especialmente por quem não entende a natureza do problema. A aceitação dos colegas e da família também pode afetar a auto-estima. Uma criança que sente o amor incondicional de sua família e de seus amigos tem mais chances de se sentir bem consigo mesma do que uma que é amada ou aceita somente quando está dentro de certos padrões ou comportamentos.
A auto-estima de seu filho vai depender, em parte, de sua aprovação; desse modo, seu apoio é essencial. Ter tempo para ler um livro para ele ou dar-lhe um abraço mostra que ele é importante para você. Além disso, a auto-estima vem da busca do que é importante para ele - o que valoriza, quais são seus interesses.
Por que a auto-estima é importante?
Uma boa auto-estima ajuda uma criança a ser confiante e afeta um leque de elementos em sua vida. Com um sólido sentimento de auto-estima, ela vai se sentir confiante para tentar coisas novas, relacionar-se com outras pessoas e ter mais chances de ir bem na escola. A auto-estima está na base de nossas realizações com a vida; sem ela, como seu filho vai ter coragem e confiança para esforçar-se em atingir suas metas? Eis como fazer para que seu filho tenha o que precisa:
• Comece cedo. A intervenção precoce é importante quando se trata da auto-estima. Quanto mais cedo você puder começar a ajudar seu filho a construir um sólido sentimento sobre seu próprio valor, melhor. Essa é uma das razões pelas quais o diagnóstico prematuro da dislexia é tão importante. Quanto antes você puder identificar o problema e ajudar seu filho a encontrar estratégias para desenvolver suas habilidades e aumentar sua confiança, mais sólido seu sentimento de auto-estima será. Crianças que lutam contra o fracasso por anos antes de serem diagnosticadas têm grande desvantagem; vai ser mais difícil alcançar seus objetivos, embora isso seja possível (sou prova viva!).
• Saiba que as palavras fazem diferença. Quando eu era criança, pouco se sabia sobre a dislexia ou, pelo menos, sobre a importância da auto-estima. Alguns dos meus professores acreditavam que eu não ia bem na escola porque era "burro" ou "preguiçoso". Quando estava na sexta série, minha professora me repreendeu na frente dos colegas chamando-me de "estúpido", quando não consegui responder à sua pergunta. Lembro-me de estar sentado no fundo da sala de aula, com todas as outras crianças olhando para mim, enquanto ela me acusava de ser estúpido. Essa foi uma experiência traumática que nunca vou esquecer. Embora não consiga mais me lembrar da pergunta exata feita por ela, o sentimento de vergonha e de frustração que senti no momento ficará gravado em minha memória para sempre.
Hoje em dia, por sorte, percorremos um longo caminho na compreensão de que o que falamos aos nossos filhos é extremamente importante para desenvolver sua noção de "eu". Palavras de encorajamento e de confiança são essenciais para as crianças. Entretanto, elogios vazios não adiantam. Em vez de dizer "Você é a melhor criança do mundo", estimule seu filho de maneiras honestas e específicas: "Você realmente estudou bastante para a prova de Matemática. Deve sentir orgulho por ter se empenhado tanto!". Lembre-se de elogiar o esforço, não só o resultado; você pode prestar-lhe glórias até quando seu filho terminar um pequeno passo em direção a um objetivo.
• Reconheça a importância das ações. As crianças são muito intuitivas, especialmente as que têm dislexia; seu filho pode facilmente perceber quando alguém não está sendo sincero. Lembre-se de que sua atitude é muito importante para moldar a auto-estima de seu filho e suas ações vão falar mais do que suas palavras. Se você disser a ele que é ótimo, mas depois ignorá-lo ou não o ajudar a encontrar habilidades para lidar com a dislexia, ele vai duvidar de sua sinceridade e sua auto-estima pode cair vertiginosamente.
Se você quer que seu filho sinta que a escola é importante, vá até ela e envolva-se com a educação dele. Se quiser que seu filho saiba que você o acha um excelente jogador de futebol, vá a seus jogos e esteja presente quando ele marcar o gol da vitória. Mostre a ele que você o valoriza, dando apoio às suas atividades e interesses.
• Adote um estilo eficiente de cuidados. Pais democráticos e cuidadosos ajudam uma criança a viver e a crescer bem. Determinam regras e limites claros e consistentes para que o filho saiba o que é esperado dele. Quando uma criança sabe o que esperar, sente-se mais no controle. Os pais que determinam regras e limites estão fazendo com que seu filho saiba que acreditam que ele possa segui-los e se preocupam o suficiente para impor delimitações. Para crianças com dislexia, estrutura e organização são especialmente importantes, e um estilo de cuidados que trace diretrizes de modo amoroso e primordial.
A auto-estima é uma questão crucial para todas as crianças. Queremos que nossos filhos se sintam bem consigo mesmos para que possam fazer o melhor. Para as crianças com dislexia, a auto-estima é uma área especialmente sensível, porque muitas delas são tratadas como se não fossem "espertas", especialmente por quem não entende a natureza do problema. A aceitação dos colegas e da família também pode afetar a auto-estima. Uma criança que sente o amor incondicional de sua família e de seus amigos tem mais chances de se sentir bem consigo mesma do que uma que é amada ou aceita somente quando está dentro de certos padrões ou comportamentos.
A auto-estima de seu filho vai depender, em parte, de sua aprovação; desse modo, seu apoio é essencial. Ter tempo para ler um livro para ele ou dar-lhe um abraço mostra que ele é importante para você. Além disso, a auto-estima vem da busca do que é importante para ele - o que valoriza, quais são seus interesses.
Por que a auto-estima é importante?
Uma boa auto-estima ajuda uma criança a ser confiante e afeta um leque de elementos em sua vida. Com um sólido sentimento de auto-estima, ela vai se sentir confiante para tentar coisas novas, relacionar-se com outras pessoas e ter mais chances de ir bem na escola. A auto-estima está na base de nossas realizações com a vida; sem ela, como seu filho vai ter coragem e confiança para esforçar-se em atingir suas metas? Eis como fazer para que seu filho tenha o que precisa:
• Comece cedo. A intervenção precoce é importante quando se trata da auto-estima. Quanto mais cedo você puder começar a ajudar seu filho a construir um sólido sentimento sobre seu próprio valor, melhor. Essa é uma das razões pelas quais o diagnóstico prematuro da dislexia é tão importante. Quanto antes você puder identificar o problema e ajudar seu filho a encontrar estratégias para desenvolver suas habilidades e aumentar sua confiança, mais sólido seu sentimento de auto-estima será. Crianças que lutam contra o fracasso por anos antes de serem diagnosticadas têm grande desvantagem; vai ser mais difícil alcançar seus objetivos, embora isso seja possível (sou prova viva!).
• Saiba que as palavras fazem diferença. Quando eu era criança, pouco se sabia sobre a dislexia ou, pelo menos, sobre a importância da auto-estima. Alguns dos meus professores acreditavam que eu não ia bem na escola porque era "burro" ou "preguiçoso". Quando estava na sexta série, minha professora me repreendeu na frente dos colegas chamando-me de "estúpido", quando não consegui responder à sua pergunta. Lembro-me de estar sentado no fundo da sala de aula, com todas as outras crianças olhando para mim, enquanto ela me acusava de ser estúpido. Essa foi uma experiência traumática que nunca vou esquecer. Embora não consiga mais me lembrar da pergunta exata feita por ela, o sentimento de vergonha e de frustração que senti no momento ficará gravado em minha memória para sempre.
Hoje em dia, por sorte, percorremos um longo caminho na compreensão de que o que falamos aos nossos filhos é extremamente importante para desenvolver sua noção de "eu". Palavras de encorajamento e de confiança são essenciais para as crianças. Entretanto, elogios vazios não adiantam. Em vez de dizer "Você é a melhor criança do mundo", estimule seu filho de maneiras honestas e específicas: "Você realmente estudou bastante para a prova de Matemática. Deve sentir orgulho por ter se empenhado tanto!". Lembre-se de elogiar o esforço, não só o resultado; você pode prestar-lhe glórias até quando seu filho terminar um pequeno passo em direção a um objetivo.
• Reconheça a importância das ações. As crianças são muito intuitivas, especialmente as que têm dislexia; seu filho pode facilmente perceber quando alguém não está sendo sincero. Lembre-se de que sua atitude é muito importante para moldar a auto-estima de seu filho e suas ações vão falar mais do que suas palavras. Se você disser a ele que é ótimo, mas depois ignorá-lo ou não o ajudar a encontrar habilidades para lidar com a dislexia, ele vai duvidar de sua sinceridade e sua auto-estima pode cair vertiginosamente.
Se você quer que seu filho sinta que a escola é importante, vá até ela e envolva-se com a educação dele. Se quiser que seu filho saiba que você o acha um excelente jogador de futebol, vá a seus jogos e esteja presente quando ele marcar o gol da vitória. Mostre a ele que você o valoriza, dando apoio às suas atividades e interesses.
• Adote um estilo eficiente de cuidados. Pais democráticos e cuidadosos ajudam uma criança a viver e a crescer bem. Determinam regras e limites claros e consistentes para que o filho saiba o que é esperado dele. Quando uma criança sabe o que esperar, sente-se mais no controle. Os pais que determinam regras e limites estão fazendo com que seu filho saiba que acreditam que ele possa segui-los e se preocupam o suficiente para impor delimitações. Para crianças com dislexia, estrutura e organização são especialmente importantes, e um estilo de cuidados que trace diretrizes de modo amoroso e primordial.
DISLÉXICOS podem pedir tempo extra para fazer PROVAS
Disléxicos podem pedir tempo extra para fazer provas
Em alguns casos, exames também podem ser feitos oralmente.
O drama da personagem Clarissa da novela "Duas caras", da Rede Globo, que é disléxica e tem dificuldades para conseguir levar os estudos adiante, não se resume ao mundo da ficção. Muito pelo contrário. Estima-se que assim como a personagem, entre 5% e 17% da população mundial é disléxica.
Clarissa é interpretada pela atriz Bárbara Borges. Na ficção, ela enfrenta sérias dificuldades para ler e conta com a ajuda da mãe para estudar. Para conseguir entrar na faculdade, fez uma prova oral.
Segundo Mônica Bianchini, psicóloga e membro da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), a dislexia não é uma doença e sim um distúrbio hereditário de aprendizagem que afeta e leitura e a escrita. "A dislexia é um problema genético e as pessoas que têm são absolutamente normais, normalmente possuem inteligência acima da média", afirmou.
Um dos primeiros sinais da dislexia é a demora na leitura, já que por causa do transtorno o disléxico não consegue organizar o processamento das informações recebidas pelo sistema visual. Desta forma, ele não relaciona som e representação visual (letras). "Por isso, a pessoa disléxica é mais lenta e muitas vezes chega a ser confundida com uma pessoa preguiçosa. E isso não é o que acontece", afirmou Mônica.
Uma das características dos disléxicos é "engolir" letras ou até mesmo trocá-las. Por exemplo: em vez de ler "bola" eles podem ler "boa". Em vez de ler "prata" eles podem ler "pirata". "Isso dificulta a compreensão do texto", explicou Mônica. Outra dificuldade é relacionar o som com a escrita, em que no lugar de escrever a palavra 'casa' com "s" eles costumam escrever 'caza' com "z", já que o som da pronúncia é o mesmo.
Suporte na escola
Segundo Mônica, embora não fale diretamente sobre a dislexia, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) dá o suporte necessário para proteger os portadores de dislexia na escola, durante as provas ou processos seletivos, por exemplo. Pela legislação, os alunos com dificuldades têm direito a receber as condições especiais para desenvolver a aprendizagem.
No caso dos disléxicos, uma das alternativas é receber tempo adicional para fazer as provas e, dependendo do caso, eles podem pedir auxílio a um ledor ou até fazer a prova oralmente.
"Teoricamente não existe um tempo regulamentado, o que existe é um entendimento de que as pessoas com dificuldades têm o direito de receber condições especiais na escola. A interpretação de vários artigos da LDB e de outras resoluções falando sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais gerou um consenso de que os disléxicos têm o direito de receber atendimento diferenciado", explicou o advogado Ricardo Bandeira de Mello, diretor voluntário da ABD.
"As escolas, teoricamente, têm que se adaptar e ajudar o aluno disléxico a encontrar formas de estudar. O ensino é normal, a diferença é que nas provas esse aluno poderá ter o direito a tempo adicional ou até mesmo a fazer provas orais", disse Mônica.
Tempo extra nos vestibulares
E as universidades sempre respeitam esse direito. A Comissão Permanente dos Vestibulares da Universidade Estadual de Campinas (Comvest/Unicamp), por exemplo, avalia cada caso individualmente para poder atender aos disléxicos de maneira adequada durante as provas. Os candidatos devem avisar a instituição durante a inscrição e devem comprovar a situação através de laudo oficial, assinado por médicos.
Segundo a assessoria de imprensa da Comvest, como cada um tem uma necessidade específica, o procedimento vai depender do grau de dificuldade que eles têm. Mas a universidade disponibiliza desde tempo maior de prova, até leitores e escrevedores, se for o caso. No vestibular 2008, a Unicamp atendeu 16 disléxicos na primeira fase, sendo que quatro foram convocados para a segunda etapa.
Na Fuvest, fundação que realiza o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), o número de candidatos disléxicos tem aumentado a cada ano. Segundo o professor Roberto Costa, coordenador do vestibular, no processo seletivo de 2007, 25 candidatos disléxicos se inscreveram para as provas, sete foram para a segunda fase e três foram aprovados. Já no vestibular 2008, 47 disléxicos se inscreveram e nove foram para a segunda fase.
A instituição oferece 20% de tempo adicional para os candidatos nessa condição, que também deve ser informada no momento da inscrição. "Procuramos atender sua solicitação de ter ou não um fiscal só para ele. Durante a prova, este eventual atendente procura ajudar sem interferir. Às vezes, chega-se ao caso de ler a prova", disse o professor Costa.
Na primeira fase, os candidatos disléxicos podem fazer a prova oralmente, já que a prova é de múltipla escolha. Na segunda fase da Fuvest isso não é mais permitido, pois a prova é discursiva. Nesse caso, a correção é feita por uma banca de professores que tem conhecimento da condição do candidato.
Fonte: G1/Associação Brasileira de Dislexia (ABD)
Em alguns casos, exames também podem ser feitos oralmente.
O drama da personagem Clarissa da novela "Duas caras", da Rede Globo, que é disléxica e tem dificuldades para conseguir levar os estudos adiante, não se resume ao mundo da ficção. Muito pelo contrário. Estima-se que assim como a personagem, entre 5% e 17% da população mundial é disléxica.
Clarissa é interpretada pela atriz Bárbara Borges. Na ficção, ela enfrenta sérias dificuldades para ler e conta com a ajuda da mãe para estudar. Para conseguir entrar na faculdade, fez uma prova oral.
Segundo Mônica Bianchini, psicóloga e membro da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), a dislexia não é uma doença e sim um distúrbio hereditário de aprendizagem que afeta e leitura e a escrita. "A dislexia é um problema genético e as pessoas que têm são absolutamente normais, normalmente possuem inteligência acima da média", afirmou.
Um dos primeiros sinais da dislexia é a demora na leitura, já que por causa do transtorno o disléxico não consegue organizar o processamento das informações recebidas pelo sistema visual. Desta forma, ele não relaciona som e representação visual (letras). "Por isso, a pessoa disléxica é mais lenta e muitas vezes chega a ser confundida com uma pessoa preguiçosa. E isso não é o que acontece", afirmou Mônica.
Uma das características dos disléxicos é "engolir" letras ou até mesmo trocá-las. Por exemplo: em vez de ler "bola" eles podem ler "boa". Em vez de ler "prata" eles podem ler "pirata". "Isso dificulta a compreensão do texto", explicou Mônica. Outra dificuldade é relacionar o som com a escrita, em que no lugar de escrever a palavra 'casa' com "s" eles costumam escrever 'caza' com "z", já que o som da pronúncia é o mesmo.
Suporte na escola
Segundo Mônica, embora não fale diretamente sobre a dislexia, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) dá o suporte necessário para proteger os portadores de dislexia na escola, durante as provas ou processos seletivos, por exemplo. Pela legislação, os alunos com dificuldades têm direito a receber as condições especiais para desenvolver a aprendizagem.
No caso dos disléxicos, uma das alternativas é receber tempo adicional para fazer as provas e, dependendo do caso, eles podem pedir auxílio a um ledor ou até fazer a prova oralmente.
"Teoricamente não existe um tempo regulamentado, o que existe é um entendimento de que as pessoas com dificuldades têm o direito de receber condições especiais na escola. A interpretação de vários artigos da LDB e de outras resoluções falando sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais gerou um consenso de que os disléxicos têm o direito de receber atendimento diferenciado", explicou o advogado Ricardo Bandeira de Mello, diretor voluntário da ABD.
"As escolas, teoricamente, têm que se adaptar e ajudar o aluno disléxico a encontrar formas de estudar. O ensino é normal, a diferença é que nas provas esse aluno poderá ter o direito a tempo adicional ou até mesmo a fazer provas orais", disse Mônica.
Tempo extra nos vestibulares
E as universidades sempre respeitam esse direito. A Comissão Permanente dos Vestibulares da Universidade Estadual de Campinas (Comvest/Unicamp), por exemplo, avalia cada caso individualmente para poder atender aos disléxicos de maneira adequada durante as provas. Os candidatos devem avisar a instituição durante a inscrição e devem comprovar a situação através de laudo oficial, assinado por médicos.
Segundo a assessoria de imprensa da Comvest, como cada um tem uma necessidade específica, o procedimento vai depender do grau de dificuldade que eles têm. Mas a universidade disponibiliza desde tempo maior de prova, até leitores e escrevedores, se for o caso. No vestibular 2008, a Unicamp atendeu 16 disléxicos na primeira fase, sendo que quatro foram convocados para a segunda etapa.
Na Fuvest, fundação que realiza o vestibular da Universidade de São Paulo (USP), o número de candidatos disléxicos tem aumentado a cada ano. Segundo o professor Roberto Costa, coordenador do vestibular, no processo seletivo de 2007, 25 candidatos disléxicos se inscreveram para as provas, sete foram para a segunda fase e três foram aprovados. Já no vestibular 2008, 47 disléxicos se inscreveram e nove foram para a segunda fase.
A instituição oferece 20% de tempo adicional para os candidatos nessa condição, que também deve ser informada no momento da inscrição. "Procuramos atender sua solicitação de ter ou não um fiscal só para ele. Durante a prova, este eventual atendente procura ajudar sem interferir. Às vezes, chega-se ao caso de ler a prova", disse o professor Costa.
Na primeira fase, os candidatos disléxicos podem fazer a prova oralmente, já que a prova é de múltipla escolha. Na segunda fase da Fuvest isso não é mais permitido, pois a prova é discursiva. Nesse caso, a correção é feita por uma banca de professores que tem conhecimento da condição do candidato.
Fonte: G1/Associação Brasileira de Dislexia (ABD)
terça-feira, 16 de março de 2010
A INCLUSÃO e a Proposta Pedagógica da Escola
A inclusão e a proposta pedagógica da escola
“As escolas têm que esquecer a ideia de que o aluno tem que se adaptar a ela. Pelo contrário, elas devem tornar-se o meio mais favorável para o aluno, dando-lhe recursos para enfrentar desafios". (Cláudia Werneck)
Muito se tem falado, refletido e discutido sobre inclusão escolar. Devido à falta de uma proposta pedagógica, o que ocorre nas escolas públicas, até o momento, e a integração escolar e não a tão esperada inclusão.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, nº 9.394/96) prevê no artigo 12, inciso I que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”. Isso significa que a escola tem autoridade para elaborar a sua intencionalidade educativa e fazê-la realizar num determinado espaço de tempo. Sendo assim, no que se refere à inclusão, a escola deve elaborar sua proposta pedagógica de forma a atender o aluno com necessidades educativas especiais dentro dos critérios de crescimento intelectual, social e humano.
A escola inclusiva
A escola inclusiva deve ser a solução para as pessoas com necessidades educativas especiais, uma vez que é a escola a responsável por formar o cidadão “e a ele deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos” (Declaração de Salamanca, 1994). Portanto a proposta pedagógica precisa buscar alternativas que possibilitem preparar estas pessoas para exercer sua cidadania com dignidade, bem como “sua inserção no mercado de trabalho” (art. 2ª - LDBEN).
Uma escola inclusiva deve ser o protótipo da escola de qualidade. E, como afirma a educadora Guiomar Namo de Mello, “escola de qualidade é aquela na qual todos entram e todos aprendem”.
A pesquisadora Maria Teresa Mantoan explica que “uma escola inclusiva propõe um modo de organização do sistema que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades”. Eugênia Fávero, mãe de criança portadora de necessidades especiais, desabafa: “Pude constatar que a maioria das escolas regulares recusa-se a receber crianças que não se encaixam no seu critério de normalidade”.
De acordo com o professor Peter Mittler, os elementos essenciais da inclusão são assim definidos: todas as crianças frequentam a escola de sua vizinhança; todos os professores aceitam a responsabilidade por todos os alunos; as escolas repensam seus valores.
O mesmo autor ainda explica como implementar o currículo da escola inclusiva: professores apóiam professores; pais apóiam professores; comunidade apóia professores e seus alunos; alunos apóiam alunos; professores recebem apoio técnico; professores e coordenações recebem capacitação.
Para concluir
A escola inclusiva tem por fim promover o acesso, a permanência e o sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais, na rede regular de ensino, de forma real, já que existem tantas possibilidades de fazê-lo.
Inclusão implica mudança, tanto no sistema quanto na escola. Nesta, começa-se pela parte física e continua-se até o currículo, que deve ser reestruturado, adaptado, readaptado (em todos os seus aspectos), transformado: acessível ao portador de necessidades educativas especiais.
Para isso é preciso que os sistemas de ensino criem estruturas e programas de apoio aos professores na capacitação e remuneração adequada, e também possibilitem às escolas instrumentalização e espaços adequados que possam estimular o aprendizado dos alunos com necessidades educativas especiais. A escola, a partir da sua proposta pedagógica, pode efetuar mudanças radicais em toda a sua estrutura educacional. Para que a educação inclusiva seja realmente efetiva e eficaz, o que se propõe é que se cumpram as leis.
“As escolas têm que esquecer a ideia de que o aluno tem que se adaptar a ela. Pelo contrário, elas devem tornar-se o meio mais favorável para o aluno, dando-lhe recursos para enfrentar desafios". (Cláudia Werneck)
Muito se tem falado, refletido e discutido sobre inclusão escolar. Devido à falta de uma proposta pedagógica, o que ocorre nas escolas públicas, até o momento, e a integração escolar e não a tão esperada inclusão.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, nº 9.394/96) prevê no artigo 12, inciso I que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica”. Isso significa que a escola tem autoridade para elaborar a sua intencionalidade educativa e fazê-la realizar num determinado espaço de tempo. Sendo assim, no que se refere à inclusão, a escola deve elaborar sua proposta pedagógica de forma a atender o aluno com necessidades educativas especiais dentro dos critérios de crescimento intelectual, social e humano.
A escola inclusiva
A escola inclusiva deve ser a solução para as pessoas com necessidades educativas especiais, uma vez que é a escola a responsável por formar o cidadão “e a ele deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos” (Declaração de Salamanca, 1994). Portanto a proposta pedagógica precisa buscar alternativas que possibilitem preparar estas pessoas para exercer sua cidadania com dignidade, bem como “sua inserção no mercado de trabalho” (art. 2ª - LDBEN).
Uma escola inclusiva deve ser o protótipo da escola de qualidade. E, como afirma a educadora Guiomar Namo de Mello, “escola de qualidade é aquela na qual todos entram e todos aprendem”.
A pesquisadora Maria Teresa Mantoan explica que “uma escola inclusiva propõe um modo de organização do sistema que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades”. Eugênia Fávero, mãe de criança portadora de necessidades especiais, desabafa: “Pude constatar que a maioria das escolas regulares recusa-se a receber crianças que não se encaixam no seu critério de normalidade”.
De acordo com o professor Peter Mittler, os elementos essenciais da inclusão são assim definidos: todas as crianças frequentam a escola de sua vizinhança; todos os professores aceitam a responsabilidade por todos os alunos; as escolas repensam seus valores.
O mesmo autor ainda explica como implementar o currículo da escola inclusiva: professores apóiam professores; pais apóiam professores; comunidade apóia professores e seus alunos; alunos apóiam alunos; professores recebem apoio técnico; professores e coordenações recebem capacitação.
Para concluir
A escola inclusiva tem por fim promover o acesso, a permanência e o sucesso dos alunos com necessidades educativas especiais, na rede regular de ensino, de forma real, já que existem tantas possibilidades de fazê-lo.
Inclusão implica mudança, tanto no sistema quanto na escola. Nesta, começa-se pela parte física e continua-se até o currículo, que deve ser reestruturado, adaptado, readaptado (em todos os seus aspectos), transformado: acessível ao portador de necessidades educativas especiais.
Para isso é preciso que os sistemas de ensino criem estruturas e programas de apoio aos professores na capacitação e remuneração adequada, e também possibilitem às escolas instrumentalização e espaços adequados que possam estimular o aprendizado dos alunos com necessidades educativas especiais. A escola, a partir da sua proposta pedagógica, pode efetuar mudanças radicais em toda a sua estrutura educacional. Para que a educação inclusiva seja realmente efetiva e eficaz, o que se propõe é que se cumpram as leis.
NECESSIDADE DE DIALOGAR
NECESSIDADE DE DIALOGAR
Maria Conceição Gomes de Melo
DIALOGAR COM O MUNDO
- necessitado
- sugestivo
- pleno de solidões em comum
- carente de segurança e estabilidade
- rico de apelos à criatividade e à pesquisa
- complexo em suas estruturas
- clamando por uma “humanidade Adulta”
- transitório em suas alternativas
- promissor quanto às oportunidades.
DIALOGAR COM O EDUCANDO
Num dialogo sereno, humilde, amoroso e confiante, face à sua expectativa que parece traduzir-se, para o adulto atento, num único pedido: de fidelidade, de renovação.
DIALOGAR COM A ESCOLA
No sentido de questioná-la sobre a sua posição de manancial de uma vida comunitária, onde o currículo perde gradativamente o seu caráter estático de simples seriação, para integrar e promover a integração num sentido de funcionalidade, onde os professores deixam de ser máquinas transmissores de conhecimentos, para assumirem realmente sua condição humana que acolhe, liberta, promove, porque cresce e se torna SIMPLES...
DIALOGAR COM A FAMÍLIA
Em uníssono com a ESCOLA, num verdadeiro processo de socialização, na convicção de que o ser humano não é um solitário e sim um solidário na medida em que se descobre como parte integrante de uma imensa e magnífica SÍNTESE EXISTENCIAL.
DIALOGAR COM TODA A COMUNIDADE
Com base no principio de que é nas experiências diárias de uma vida em comum que o ADOLESCENTE e o JOVEM irão buscar a pedra de toque que lhes servirá de TALISMÃ para suas futuras experiências e decisões de um SER SOLIDÁRIO...
DIALOGAR COM o BELO, a VERDADE, o BEM
Que são METAS para as quais aponta toda a filosofia EDUCACIONAL que o presente trabalho permite estrever...
DIALOGAR COM TODOS AQUELES QUE NA EXPERIÊNCIA EDUCATIVA
Em apreço deram o mais eloqüente testemunho de que AMAR, em EDUCAÇÃO é sinônimo de CRER E PROMOVER...
Maria Conceição Gomes de Melo
DIALOGAR COM O MUNDO
- necessitado
- sugestivo
- pleno de solidões em comum
- carente de segurança e estabilidade
- rico de apelos à criatividade e à pesquisa
- complexo em suas estruturas
- clamando por uma “humanidade Adulta”
- transitório em suas alternativas
- promissor quanto às oportunidades.
DIALOGAR COM O EDUCANDO
Num dialogo sereno, humilde, amoroso e confiante, face à sua expectativa que parece traduzir-se, para o adulto atento, num único pedido: de fidelidade, de renovação.
DIALOGAR COM A ESCOLA
No sentido de questioná-la sobre a sua posição de manancial de uma vida comunitária, onde o currículo perde gradativamente o seu caráter estático de simples seriação, para integrar e promover a integração num sentido de funcionalidade, onde os professores deixam de ser máquinas transmissores de conhecimentos, para assumirem realmente sua condição humana que acolhe, liberta, promove, porque cresce e se torna SIMPLES...
DIALOGAR COM A FAMÍLIA
Em uníssono com a ESCOLA, num verdadeiro processo de socialização, na convicção de que o ser humano não é um solitário e sim um solidário na medida em que se descobre como parte integrante de uma imensa e magnífica SÍNTESE EXISTENCIAL.
DIALOGAR COM TODA A COMUNIDADE
Com base no principio de que é nas experiências diárias de uma vida em comum que o ADOLESCENTE e o JOVEM irão buscar a pedra de toque que lhes servirá de TALISMÃ para suas futuras experiências e decisões de um SER SOLIDÁRIO...
DIALOGAR COM o BELO, a VERDADE, o BEM
Que são METAS para as quais aponta toda a filosofia EDUCACIONAL que o presente trabalho permite estrever...
DIALOGAR COM TODOS AQUELES QUE NA EXPERIÊNCIA EDUCATIVA
Em apreço deram o mais eloqüente testemunho de que AMAR, em EDUCAÇÃO é sinônimo de CRER E PROMOVER...
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