domingo, 4 de abril de 2010

LETRAS NA FALA - DISLALIA

LETRAS NA FALA - DISLALIA

A palavra falada constitui-se de uma combinação de unidades mínimas de som (fonemas). Essas unidades sonoras são representadas graficamente na escrita por meio de letras. Não devemos confundir fonema com letra. O fonema é um elemento acústico, enquanto a letra é um sinal gráfico que representa o fonema segundo a convenção da língua. Nem sempre há uma correspondência entre letra e som.
Todos os fonemas da Língua portuguesa têm uma ordem para serem adquiridos pelas crianças. Algumas vezes, certas crianças não desenvolvem, necessariamente, esses fonemas na ordem estabelecida, mas esse fato isolado não quer dizer que a criança apresenta uma alteração da fala.

Quadro de correspondência fonêmica e idade de aquisição
IDADE FONEMAS
18 MESES /b/, /m/
2 ANOS /p/, /t/, /d/, /n/
2 ANOS E 1/2 /k/, /g/, /nh/
3 ANOS /f/, /v/, /s/, /z/
3 ANOS E 1/2 /ch/, /ge/, /gi/
4 ANOS /l/, /lh/, /r/, /rr/, /s/, /I/ (entre as palavras)
5 ANOS Aquisição completa

Quando um dos alunos troca alguns fonemas, diz-se que ele tem um distúrbio articulatório, ou que ele é dislálico, ou seja, que apresenta uma dislalia. Para entender melhor esse processo, alguns fatores são avaliados, entre eles:
1. O grau de inteligibilidade: quanto maior a quantidade de trocas de letras, menos inteligível a mensagem se torna para o receptor.
2. A recorrência dos erros: se as trocas são produzidas com muita frequência ou esporadicamente.
3. O tipo de troca: algumas trocas chamam mais atenção que outras, porém todas podem prejudicar o entendimento da mensagem.
4. As condições da comunicação: pode ser que alguns momentos específicos (em uma apresentação em público, por exemplo), propiciem algumas trocas, e em situações mais confortáveis a quantidade de trocas seja menor.
5. O status cultural: de acordo com o padrão cultural do emissor, pode ser que algumas trocas se tornem inaceitáveis, mas compreensíveis se vierem de uma pessoa com pouca instrução.
6. O regionalismo; apesar de todo o país falar o mesmo idioma, é possível que haja divergências quanto à aceitação de algumas trocas de acordo com a região.
7. A idade: 4 anos é a idade limite para que haja uma boa comunicação, em que uma mensagem é passada com clareza. Se isso não está acontecendo, precisa ser averiguado.
8. O subjetivismo: algumas vezes, a criança não entende que está falando de forma errada. Nesses casos, é preciso demonstrar estranheza em vez de fingir que ela está transmitindo sua mensagem, porém essa situação de estranheza não pode ser constrangedora para a criança.

Existem alguns sinais de alerta que podem indicar ao professor se o seu aluno precisa de uma investigação mais atenta. São eles:
a) quando apenas pessoas próximas entendem o que a criança está falando;
b) quando a fala da criança é muito infantilizada para a sua idade.
Nesses casos, se faz necessário procurar um fonoaudiólogo para uma avaliação. Se a família ainda não solicitou tal tratamento, é dever da escola orientar os pais a procurar um especialista e até fornecer um encaminhamento.

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