terça-feira, 28 de agosto de 2012

A FACULDADE e seu filho c/ DISLEXIA

A faculdade e seu filho com dislexia Fazer faculdade pode ser uma perspectiva assustadora até quando um filho não tem dislexia. Se o ensino superior é importante para vocês dois, você pode estar pensando: “Como posso ajudar a preparar meu filho para o esforço multifacetado de entrar na faculdade?”. Considere que a faculdade é uma meta para qual você se prepara desde o dia em que nasce; o primeiro passo é oferecer seu apoio e encorajamento e guiar seu filho na direção da independência. Isso posto, aqui estão alguns dos passos práticos a serem considerados à medida que a entrada para a faculdade vai se aproximando. Monitore as Exigências do Ensino Médio Se a faculdade é um sonho de seu filho, então você deve informar aos orientadores educacionais desde cedo que essa é uma meta que ele está lutando para alcançar. Às vezes, os alunos com transtornos de aprendizagem são afastados dos cursos preparatórios. Quando seu filho montar seu programa de curso, faça-o explicar aos orientadores que a faculdade é uma prioridade para ele. Ajude a Preencher os Formulários da Faculdade Preencher os formulários da faculdade pode ser um processo complicado e é muito provável que seu filho precise da sua ajuda. Saiba quais são os prazos de entrega dos. formulários e faça uma linha de tempo ou uma lista para monitorar seu progresso até o término do preenchimento. Permita que use bastante tempo para escrever, reescrever e editar a dissertação. Certifique-se de que tenha incluído informação detalhada sobre suas atividades extracurriculares, bem como as conquistas acadêmicas. As faculdades estão olhando cada vez mais para o "todo" do aluno e querem saber se seu filho trabalhou como voluntário para a comunidade, participou de grupos de estudo, tocou na banda da escola e assim por diante. Um aluno completo vai ser um recurso para a comunidade da faculdade; então, se seu filho tem pontos fortes em outras áreas que não as acadêmicas, agora é a hora de apostar essas fichas. Fique por Dentro dos Exames Os candidatos com transtornos de aprendizagem não estão isentos de fazer exames como os SATs (Scholastic Assessment Tests) ou ACTs (American College Tests) exames norte-americanos similares ao ENEM e ao vestibular, mas seu filho pode receber adaptações especiais (geralmente, mais tempo). É importante informar o departamento de orientação da escola de seu filho com antecedência (certamente, não no último ano do ensino médio), para que as adaptações especiais para os testes sejam feitas. A maioria das faculdades, se não todas, vai pedir também um relatório psicopedagógico completo dos últimos três anos, que é basicamente o mesmo feito quando o diagnóstico de seu filho acusou transtorno de aprendizagem e ele recebeu um PEI. Algumas faculdades também exigem a WAIS-R (Escala Wechsler de Inteligência Revisada de Adulto); então, verifique no departamento de orientação quando o psicólogo escolar pode aplicar esse teste. Trabalhe de Perto com o Departamento de Orientação Mantenha contato com o departamento de orientação da escola de seu filho. Você pode se sentir um chato, mas é seu dever. Também é dever de um orientador educacional trabalhar para ajudar crianças como seu filho e é seu direito e responsabilidade ser seu defensor. Não se sinta culpado nem seja tímido. Como disse anteriormente, o processo de preenchimento dos formulários da faculdade já é um procedimento complicado e estressante para indivíduos sem transtornos de aprendizagem; os alunos que têm a preocupação adicional da dislexia precisam de muita ajuda e orientação para contornar essa situação. Contudo, podem ficar certos de que isso será feito. Nunca houve época melhor do que esta para as pessoas com transtornos de aprendizagem fazerem faculdade - o vento está verdadeiramente a favor para a percepção de que, com o apoio correto, muitos alunos com transtornos de aprendizagem podem e vão vencer no cenário acadêmico e seguir carreiras desafiadoras. Verifique os Programas das Faculdades Todas as faculdades são obrigadas pela lei a oferecer educação especial aos alunos com transtornos de aprendizagem, mas o que exatamente isso significa varia de escola para escola. Algumas pessoas podem ir bem com um mínimo de ajuda extra, mas é imperativo saber de quanta assistência seu filho vai precisar. Se você sentir que ele precisa de média ou máxima assistência, deve optar por um programa "compreensivo". Isso significa que a faculdade é realmente voltada a ajudar alunos com transtornos de aprendizagem. O programa compreensivo pode incluir um centro de aprendizagem com equipe treinada trabalhando em período integral, recurso de especialistas, professores particulares, orientadores, programas de verão para alunos com transtornos de aprendizagem, aconselhamento acadêmico dado por membros especialmente treinados, recursos para habilidades básicas, grupos de apoio no campus e outros serviços. Existem muitos cursos de dois e de quatro anos que oferecem programas compreensivos e podem ser encontrados em praticamente todo o país (EUA). É essencial pesquisar os detalhes, que podem variar drasticamente de escola para escola. Por exemplo: algumas faculdades permitem que os alunos com transtornos de aprendizagem tenham urna carga horária menor. Por outro lado, algumas podem cobrar uma taxa adicional pelos serviços especiais (variando de várias centenas a vários milhares de dólares). A segunda opção é uma faculdade de dois a quatro anos com educação especial, conceito que pode variar de escola para escola; então, pesquise bem suas opções. O departamento de educação especial pode consistir de uma pessoa cujo tempo é muito curto ou reunir um excelente grupo de especialistas e professores particulares altamente qualificados. A chave é encontrar a faculdade mais adequada possível às necessidades de seu filho. Depois de obter informações do seu orientado r educacional e de outras fontes, ligue para as faculdades as quais ele está seriamente levando em consideração e pergunte ao coordenador do programa para alunos com transtornos de aprendizagem as dúvidas que possa ter. Visite a Faculdade Visitar o campus é fundamental para qualquer futuro aluno de faculdade, mas você terá o incentivo adicional de querer ver por você mesmo o que exatamente ela tem para oferecer aos alunos com transtornos de aprendizagem. Determine quantos conselheiros estão disponíveis aos alunos, como é o centro de aprendizagem (se existir um) e se há computadores e outros materiais adequados para os alunos com transtornos de aprendizagem. Pergunte que outros tipos de adaptações são feitos para eles. Converse com os funcionários da faculdade e com o coordenador da educação especial. Na Oakton Community College, em Des Plaines, Illinois, onde leciono, oferecemos uma variedade de assistência aos alunos no Centro de Apoio à Educação Especial. Os indivíduos que trabalham lá sempre conduzem os alunos com dislexia para meu curso de Psicologia, porque sabem que vou trabalhar de perto com eles. Outra boa idéia é pedir para conversar com alguns alunos com transtornos de aprendizagem para sentir como é a vida no campus e o tipo de apoio oferecido. Leve em consideração o tamanho das turmas, a atmosfera - por exemplo, se é um campus urbano ou rural - e as oportunidades para a interação social. Os alunos podem gravar as palestras? Existem alunos disponíveis para tomarem notas? (Algumas faculdades atualmente providenciam anotações feitas por alunos proficientes nessa área àqueles com transtornos de aprendizagem.) Qual é o procedimento para obter a versão em áudio dos livros? Quais adaptações são feitas para provas e testes - mais tempo, um ambiente com menos distrações, o uso do computador? Há muito a ser levado em consideração! Tome nota de tudo durante sua visita e imediata- mente depois dela, enquanto as informações ainda estiverem frescas em sua memória, faça uma lista de itens prós e contra e reduza suas opções. Encontre a Mais Adequada Não se esqueça de que o importante é encontrar a faculdade mais adequada a seu filho. Certamente, você pode conduzi-lo na direção certa e muni-lo de todas as informações possíveis, mas a decisão final é dele. Ele precisa se sentir confortável na faculdade que escolher. Se você oferece amor e ajuda, determina sua equipe de apoio e ensina a determinar suas metas, ele certamente vai encontrar uma faculdade compatível com suas necessidades e metas. Existem muitas escolhas excelentes. Seja realista: se você sabe que seu filho vai precisar de bastante ajuda e orientação para ter êxito, então conduza o para uma faculdade que ofereça um programa compreensivo. Se seu filho fez muitos avanços e precisa de menos assistência a cada ano, então pode querer optar por uma faculdade que ofereça serviços especiais. Outras opções existem: algumas pessoas vão para a faculdade comunitária por dois anos, provam que são capazes e então pedem transferência para uma de quatro anos. O mais importante é que a faculdade certa está esperando por seu filho; seu dever é ajudá-lo a encontrá-la! Recursos para Criar Vínculo entre a Faculdade e o filho com Dislexia Não consigo enfatizar suficientemente a importância de pesquisar ampla­ mente as faculdades em potencial. Cultive a relação com o orientador de seu filho, pesquise faculdades pela Internet, converse com outros pais que passaram pelo mesmo processo e frequente as feiras de faculdade com seu filho. Existem diversos sites que podem auxiliar na avaliação das faculdades: Educação on-line: www.educacaoonline.pro.br Guia vocacional: www.guiavocacional.com.br Gabaritando educacional: www.gabaritando.com.br Vestibulando: www.vestibulando.hpg.ig.com.br (site excelente) Envolva-se com seu filho; essa decisão é sobre o futuro dele. Fonte: A vida secreta da criança com dislexia Robert Frank, Ph. D. Editora M. Books

Orientações p/ o trabalho com DISLÉXICO em sala de aula

ORIENTAÇÕES PARA O TRABALHO COM DISLÉXICO EM SALA DE AULA Em que pesem as constantes transformações da sociedade atua!, tais como o desenvolvimento digital, novos paradigmas da ciência e mudança nas estruturas familiares, a função primordial da escola permanece a mesma: favorecer o desenvolvimento acadêmico e social dos seus alunos, independente de suas condições individuais. Para garantir o cumprimento desta função, a escola precisa mudar. A mudança, por sua vez, deve partir da interação entre o corpo diretivo, a coordenação e a equipe de professores, atém da parceria das famílias em um projeto único coerente e eficaz. Um aspecto importante da transformação é que a escola se comprometa com a educação inclusiva, não apenas com práticas destinadas aos alunos com dificuldades ou distúrbios, A educação inclusiva deve ser compreendida como uma política para integração de todos os alunos, conscientizando o professor para sua importância e para a necessidade de capacitação contínua para a prática docente. Sabemos hoje que os distúrbios de leitura e escrita, dentre eles a dislexia, são fatores de maior incidência em sala de aula, portanto devem ser objeto de estudo e de compreensão por parte de todos os envolvidos. A escola, na figura do professor, necessita ressignificar o seu papel na busca de novos caminhos para o processo de ensino-aprendizagem aos alunos que manifestam essas dificuldades. Os resultados das pesquisas recentes (Shaywitz, Sally, 2006) provam que é possível estimular os circuitos neurológicos de baixo funcionamento, através de estratégias e ações reeducativas embasadas nos novos paradigmas trazidos pelas neurociências. É possível preparar o professor para identificar aquele aluno que demonstre dificuldades em adquirir a leitura e a escrita desde os primeiros anos do ensino fundamental e encaminhá-la à avaliação aplicada por equipe especializada. O diagnóstico precoce possibilitará a intervenção psicopedagógica aos portadores, além de orientação deste profissional ao professor, que poderá intervir em sala de aula com métodos e estratégias adequadas, visando minimizar as consequências futuras da dislexia no processo de aprendizagem dos seus alunos. Alguns aspectos facilitadores poderão ser introduzidos pelo professor como norte no processo acadêmico e como ferramentas de auxílio aos alunos disléxicos, a saber: » A melhor abordagem perante um aluno disléxico é a multissensorial, isto é o professor deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de todos os recursos (visual, auditivo, oral, tátil e sinestésico) disponíveis, desde que tenha consciência e critérios para a utilização. » Perceber e estimular as habilidades de seus alunos, como forma de dar-lhe segurança, melhor autoestima e mecanismos compensatórios, respeitar suas ineficiências procurando auxiliá-la de forma calma e segura, para que os alunos sintam-se confortáveis em solicitar ajuda ou tirar dúvidas. » Desenvolver o prazer pela leitura, alternando a execução entre professor e aluno, devendo ser criteriosa a escolha dos títulos, levando-se em consideração as possibilidades e interesses das várias faixas etárias. » Trabalhar sempre atividades que ampliem o conhecimento do vocabulário, assim como atividades que estimulem os alunos a escrever. » Explorar seu mundo imaginário e suas habilidades práticas e criativas » Elogiar sempre que merecido suas produções e manifestações criativas ou de ajuda em sala de aula » Permitir e incentivar espaço para que outras habilidades do disléxicos possam se destacar: esportes, manipulação de tecnologia, desenhos, arte em geral, teatro, música, fotografia, etc. » Importante posicionar o disléxico nas primeiras carteiras e garantir sempre que ele compreendeu a tarefa solicitada. » Monitorar suas anotações e agenda, incentivando-o a utilizar este mecanismo. » Estimular a organização e disciplina para o trabalho. » Ensinar técnicas de estudo, como leitura seletiva, sínteses e mapas mentais ou conceituais. » Desenvolver técnicas mnemônicas que favorecerão armazenagem de fórmulas e conceitos. » Ensinar as regras ortográficas sempre aplicadas à prática, pois quando interiorizadas auxiliarão para codificar os vocábulos. » Permitir a gravação de aulas expositivas, visto que o disléxico apresenta dificuldades para anotar e prestar atenção ao mesmo tempo. » Dar tempo adequado dependendo do trabalho a ser realizado, o disléxico despenderá maior tempo quando o solicitado requerer leitura e escrita de textos ou livros. » Fazer provas orais e fornecer mais tempo para as provas que exijam leitura e escrita. » Garantir que o aluno entendeu os enunciados das questões. » Não descontar pontos por erros e/ou trocas ortográficas, mas trabalhar estas dificuldades com atividades paralelas. » Não exigir do disléxico leitura em voz alta. » Incentivar o uso de computador para redigir e corretor de textos, estes recursos o auxiliarão no treino da soletração, na ortografia e na orientação espacial. » Possibilitar que o aluno apresente trabalhos de forma criativa se utilizando de outras linguagens não verbais: diagramas, gráficos, gravuras, desenhos, colagens, vídeos, etc. » Escrita mais adequada na lousa, fazer sínteses, observar a orientação espacial, letra legível, utilizar-se de cores e verificar se a luz que incide sobre a lousa permite boa visibilidade.

DISCALCULIA: A busca do Tempo Certo

DISCALCULIA: A BUSCA DO TEMPO CERTO Um dos problemas com que nos deparamos em nosso trabalho cotidiano junto às dificuldades no aprendizado de Matemática é a discalculia. Objeto de muitas especulações - as quais vêm do considerável desconhecimento do tema, por tratar-se de matéria muito recente no campo da educação matemática -, tem se tomado mais um ponto de divisão entre educadores e profissionais ligados a educação, psicopedagogia e neurologia. Aspectos de seu diagnóstico, bem como de seu tratamento, têm sido abordados de muitas maneiras diferentes, o que faz com que pais e professores de alunos supostamente portadores desse distúrbio sintam-se perdidos. O problema, entretanto, pode estar, não especificamente na falta de conhecimento sobre o tema, mas na compulsão de se chegar imediatamente as respostas que conduzam a diagnósticos e tratamentos adequados. Não custa lembrar que vivemos na sociedade do imediato, onde tudo parece demandar respostas rápidas e procedimentos precisos. Vivemos, hoje, talvez, a ilusão de eficiência e competência sempre associadas ao tempo em que se realizam as ações, muito mais do que aos seus resultados mais perenes. Além do quê, nessa pressa com que tratamos tudo, nem sempre é possível relacionar resultados encontrados hoje com procedimentos usados em tempos mais remotos, A discalculia, por tratar-se de um distúrbio de origem neurológica, só se apresenta de fato à medida que o processamento das informações recebidas pelo indivíduo vai se mostrando insuficiente ao longo de sua vida. Em outras palavras, só é possível que se perceba traços desse distúrbio a partir da variação dos níveis de maturação neurológica - compatíveis com as demandas que a Matemática pode apresentar nas diferentes fases do aprendizado. Não se trata, portanto, de um distúrbio que se percebe da noite para o dia. Seu acompanhamento e busca de diagnóstico implica numa investigação cautelosa e multidisciplinar, desde as primeiras etapas da alfabetização. Já nos primeiros anos da educação infantil, é comum encontrarmos situações de dificuldades em Matemática, que não evoluirão necessariamente, sendo desta forma consideradas apenas dificuldades escolares. E mesmo que evoluam, podem estar no nível que antecede o que podemos caracterizar como distúrbio. O fato é que a atenção de educadores e familiares sempre é algo indispensável nesses casos. Frente às avaliações escolares com resultados insatisfatórios, nos primeiros anos, mais do que desdém ou algum tipo de desespero, a atitude mais correta é a observação e o diálogo entre as partes. Família e escola podem tratar os problemas de maneira muito tranquila se não se partir para as atitudes imediatistas. No caso da discalculia, distúrbio que se caracteriza por grandes dificuldades - como dissemos, e oriundos de disfunções neurológicas - para se trabalhar com quantidades, sim bolos matemáticos, para se fazer contagens e comparações, podendo evoluir para a incapacidade de ler números, realizar operações e, consequentemente, inviabilizar a construção dos conceitos básicos e avançados. o diagnóstico é bastante complexo. E isto por razões evidentes. Tais dificuldades podem estar associadas a outros fatores. A Influência familiar, o ambiente escolar, as relações com colegas e professores, dificuldades visuais e auditivas podem provocar problemas como os citados, sem que o indivíduo seja necessariamente discalcúlico. A presença de outros transtornos - como, por exemplo, dislexia, TDAH etc - podem também levar o aluno a manifestar sintomas que, se analisados prematura ou superficialmente, acabam por determinar equívocos por vezes irreparáveis. É preciso, portanto, que se tenha cuidado e não há outro caminho que não seja a informação e a busca de diálogo com quem se dedica a esse tipo de problemas no dia-a-dia. E não basta tratar isoladamente com um profissional especializado em Educação Matemática ou simplesmente consultar um psicopedagogo, para que se possa fazer um diagnóstico preciso. A discalculia envolve uma série de fatores que só podem ter um sentido se analisados multidisciplinarmente. Daí, o tempo e a dedicação maiores que os esperados para que se possa tratar coerentemente as suspeitas. E, uma vez reconhecida a discalculia, outra batalha começa a ser travada. A luta pelo "resçate" do que se perdeu e a busca quase insana por resultados imediatos. Os profissionais são cobrados por família, escola e pelo próprio discalcúlico, pois existe um anseio pela solução eficaz e rápida do problema. Outra demanda frequente é pela reintegração completa do estudante junto ao grupo, quase que magicamente, como se, a partir do tratamento, este já estivesse em condições de alcançar o nível da maioria. Devemos nos lembrar que o ser humano desenvolveu a mensuração do mundo, os estudos das formas e dos números a partir do equipamento intelectual, psicológico e neurológico que possui. Se há diferenças no instrumental neurológico de certos indivíduos, que o impeçam de lidar com quantidades, relações, comparações etc, esses deverão compensá-las ou criar novos caminhos. E um equívoco muito grande pensar-se que um discalcúlico poderá fazer matemática como alguém que não apresenta esse distúrbio. O próprio tratamento consiste numa busca de caminhos alternativos àquilo que o estudante recebeu ao longo da sua vida escolar - e que, obviamente, não funcionou. A vida do portador de discalculia pode ser muito feliz e produtiva, inclusive com a possibilidade de realizar estudos e trabalhos que dependam da Matemática. Entretanto, este construirá - amparado pelos profissionais que o auxiliarem - caminhos e métodos seus, a partir da realidade que vivenciar e da dinâmica que puder constituir. E tudo isso dentro do tempo que for o melhor para si. O seu tempo! Fonte: http://www.abcdislexia.com.br/dislexia/discalculia-a-busca-tempo-certo.htm

A DISLEXIA no Adulto,sua Evolução e Consequências

A DISLEXIA NO ADULTO, SUA EVOLUÇÃO E CONSEQUÊNCIAS Fala-se muito mais sobre dislexia hoje que há alguns poucos anos. O conhecimento atual evoluiu, sobretudo com as descobertas das neurociências sobre como se dá a aquisição da leitura e escrita e sobre as funções cerebrais durante a leitura. Através das neuroimagens, hoje sabemos como se processam as rotas neurais do disléxico durante a leitura e no que se diferenciam do leitor comum. Os dados clínicos que dispomos sobre o disléxico, acompanhados da infância até a idade adulta, demonstram um quadro de evolução dos sinais da dislexia ao longo da vida do portador. Essa evolução ocorre porque embora alguns déficits fonológicos e visuais permaneçam, o disléxico é dotado de inteligência normal ou superior - e frequentemente desenvolve estratégias compensatórias em seu processo de aprendizagem, ainda que lide com algumas limitações. Um adulto inteligente com dificuldades de leitura convive com uma discrepância bastante significativa entre sua potencialidade e esforço, em detrimento dos resultados escolares obtidos ao longo de sua vida acadêmica, além de prejuízos em sua formação como um todo, decorrendo em sérios comprometimentos em sua vida pessoal, emociona e profissional. Um quadro de dislexia no adulto costuma ser identificado através da anamnese. Sua história denota sinais indicadores do transtorno desde a fase pré- escolar, tais como atraso na aquisição da fala, trocas orais e/ou migrações de letras não esperadas pela faixa etária, Também são comuns dificuldades para nomear objetos, vocabulário pobre, dificuldade para aprender brincadeiras e cantigas infantis, principalmente quando evolvem rimas e alterações. Ê comum entre as crianças disléxicas o uso que fazem de palavras substitutas ou imprecisas, bem como confusão no uso de palavras que indicam direcionamento (dentro. fora, etc.). Apresentam-se, por outro lado, extremamente inteligentes, criativos e com aptidão para desmontar e construir brinquedos. Outro dado fundamental a ser rastreado é se os antecedentes familiares deflagraram dificuldades escolares ao longo de suas vidas acadêmicas, uma vez que já está comprovada a influência genética do distúrbio. Na fase escolar, da primeira à quinta série, observam-se sinais mais claros e sugestivos da dislexia, como lentidão para aprender a ler ou mesmo dificuldades para acompanhar o início da escrita. Eles denotam dificuldades para memorizar o traçado das letras, não conseguem relacioná-las a contento com suas representações sonoras, decorrendo em trocas visuais (a/e/o, m/n/w, d/b, q/g) e auditivas (f/v, d/t, ch/j, b/p), em migrações de letras ou sílabas ("secada"/escada) não esperadas pela idade e série. Apresentam dificuldades para soletrar as palavras e demonstram dificuldade acentuada para perceber a sílaba tônica das mesmas. Nota-se o esforço para a leitura da palavra isolada e principalmente de pseudopalavras (palavras inventadas), a pronúncia dificultosa de partes das palavras, bem como dificuldade para decorar as pronúncias e os significados de palavras novas ou não frequentes, o que os obriga à exaustiva repetição para decodificar e acessar o som e o significado das palavras. Como se vê, há um padrão de evidências básicas que denotam deficiências no déficit fonológico, além de questões de ineficiências relativas aos aspectos do processamento visual, que são fundamentais para a aquisição das habilidades da leitura e escrita. Esse padrão pontuado pelo portador da dislexia no decorrer de sua vida acaba se evidenciando ao longo das avaliações fonoaudiológica, psicopedagogica e neuropsicológica Devemos ter em mente, entretanto que todo indivíduo possui suas especificidades o que também se aplica aos seus processos individuais de aprendizagem. Os sinais se modificam a partir da sexta série, na medida em que o aluno tendo a automatizar a decodificação da leitura e a codificação da escrita, mas sempre de forma mais custosa e lenta que seus colegas. A ineficiência na leitura neste período é mais evidente no quesito compreensão: o disléxico se queixa de não entender o que lê, apresentando dificuldades para acompanhar sua classe, por lhe faltarem as ferramentas básicas para edificar sua educação formal, para desenvolver suas competências cognitivas. A partir daí, o processo tende a se agravar continuamente, em um círculo vicioso. Como não possui o habito de ler, sobretudo pela dificuldade de compreensão, seu vocabulário tende a ser escasso, seu arquivo pessoa! de conhecimentos pobre e o portador de dislexia se limita cada vez mais à produção de textos, em uma esforço natural para evitar o confronto com suas dificuldades e as críticas de pais, colegas e professores O adulto disléxico do ensino médio até os bancos universitários, continuara desempenhando uma leitura mais lenta como sintoma principal, denotando uma automatização sim, mas não suficiente para a demanda da sua faixa etária e acadêmica. Apresentara real dificuldade, para compreender o conteúdo lido, necessitando de varias leituras do mesmo texto ou que leiam para ele para entendê-lo. A leitura oral tende a adquirir mais fluência, embora com entonação deficitária, sobretudo na prosódia e nas modulações. Apresenta pausas pela decodificação de palavras menos usuais, muito embora, exceto casos mais graves, já não se evidenciem as trocas severas da infância e adolescência. Hoje se sabe que o adulto disléxico não adquire a estratégia do "bom leitor': a leitura interativa, que se apoia no significado do conteúdo expresso que o possibilitaria ler fazendo antecipações e verificações de hipóteses, dispondo de autorregulação mediada. A lentidão decorre do fato de não ter o processo automatizado e por utilizar rotas neurais diferentes do leitor comum, que demandam tempo e esforço maior para atingir o mesmo objetivo. A compreensão normalmente ocorre pela ineficiência da leitura oral ou pelos problemas secundários adquiridos pela própria falta do hábito de leitura: a pobreza de vocabulário, pouco arquivo pessoal e pela ineficiente evolução do raciocínio crítico e interpretativo. Na escrita, o disléxico adulto demonstra aquisição do código, mas possui dificuldades para se expressar adequadamente através desse código. Redigir é uma tarefa árdua, em que se sobressaem deficiência na utilização da linguagem formal que a vida adulta exige, tais como textos exíguos e muitas vezes pueris. O manejo formal é insatisfatório, não há alinhamento de margens, paragrafação e pontuação adequada. A ortografia é deficiente ao grafar palavras menos frequentes e que requerem múltiplas associações, apresentando trocas pedagógicas como s/c/ss: c/ç; s/se; ch/x; j/g etc. Este é o panorama do quadro do disléxico adulto. Ele contará sobre um histórico de leitura e escrita sempre árduo e deficiente, sobre dificuldades escolares que vão se acumulando ao longo de sua vida, sobre aulas particulares que não supriram suas deficiências. Contara sobre resultados insatisfatórias em relação ao seu potencial e esforço, sobre recuperações, mudanças de escola, repetições de ano e até mesmo a evasão escolar. E cotidiano, o relato dos adultos sobre suas frustrações nos bancos escolares. Sobre quantas vezes o disléxico se escondeu para o professor não chamá-la a ler em voz alta na classe. Sensibilizamo-nos ao saber das experiências traumatizantes pelas quais passaram e ainda passam, não apenas na escola, mas também família e sociedade. O "bullying" e a identidade frágil que constrói a partir do olhar do outro. Renato, 29 anos, portador de dislexia severa, conta que passou por diversos profissionais, pois manifestava desde o início de seu processo escolar dificuldades para ser alfabetizado, mas nunca foi aventada a hipótese de dislexia. Somente aos 27 anos veio saber o nome do seu problema. Descreve que sofreu muito e que conseguiu com muita ajuda e dificuldade, depois de várias recuperações e reprovações, concluir o ensino fundamental. A seguir, depois de muitas tentativas frustradas, tratamentos inadequados e mudanças de escola, abandonou os estudos no inicio do ensino médio - muito embora fosse plenamente capacitado para graduação e para dar continuidade a sua vida acadêmica. Assim, os disléxicos adultos acabam por desenvolver problemas secundários muito mais graves que a própria dislexia. São privados de ampliarem seu potencial, de obterem formação acadêmica, caso fossem tratados através de intervenção psicopedagógica e beneficiados com métodos adequados na escola. Esta situação ainda ocorre em nossa sociedade, apesar de todo o conhecimento de que dispomos. Ainda hoje, os testes de linguagem, de leitura e de escrita, utilizados para a avaliação da dislexia nem sempre respeitam a evolução dos sinais indicativos e, consequentemente, podem falhar no diagnóstico do adulto. A maioria das avaliações é realizada através de testes para crianças, que Mo dispõe de recursos para a perfeita identificação das dificuldades que os jovens e adultos apresentam. Além disto, os profissionais nem sempre identificam as habilidades manifestas dos adultos disléxicos, tais como sua capacidade criativa e sua possibilidade em áreas que utilizam raciocínio lógico, tais como ciências exatas, desenho, fotografia, propaganda e marketing, informática, paisagismo, dentre tantas outras aptidões. Não identificar as habilidades dos jovens disléxicos decorrerá em limitações e impedimentos em sua orientação vocacional, em seu preparo acadêmico e na busca de seu caminho para atuar no mercado de trabalho e na sociedade, sem dizer dos prejuízos emocionais que farão parte de toda a sua existência. Fonte: http://www.abcdislexia.com.br/dislexia/dislexia-no-adulto.htm

Abordagem Multidisciplinar p/ o Diagnóstico da Dislexia

A Abordagem Multidisciplinar para o Diagnóstico da Dislexia As avaliações e o diagnóstico devem ser conduzidos por uma equipe e não só por um indivíduo. Por quê? A dislexia é uma condição complexa, e especialistas de uma variedade de campos - incluindo médico, neurológico, educacional, psicológico e social - são necessários para haver uma avaliação correta. Os sistemas de ensino invariavelmente usam uma abordagem multidisciplinar, incluindo dados dos professores e de outros funcionários e orientadores da escola. As avaliações particulares também devem fornecer um parecer multidisciplinar. Por que você iria querer um diagnóstico particular? É mais provável que queira uma segunda opinião. Lembre-se de que recursos particulares podem custar entre $ 1.500 e $ 2.000 (nos Estados Unidos), se não mais. É seu direito ter seu filho examinado pelo sistema público - e a lei federal garante que, tendo começado o processo, deve ser concluído em noventa dias. Alguns pais temem que, depois de iniciado o processo, se algum problema for detectado fugirá ao controle deles. Lembre-se de que você ainda pode falar sobre os problemas e solucioná-las - você, acima de todos, é o responsável pelos interesses do seu filho. Se você não está feliz com a avaliação da escola ou simplesmente se sentiria melhor com uma segunda fonte de informação, as avaliações particulares são fáceis de serem feitas. Porém, certifique-se quanto à experiência do profissional em avaliar crianças com dislexia. Assim como você se certificaria de que seu cirurgião tem uma carreira de sucesso, precisa ter certeza de que os indivíduos que avaliarão seu filho têm bastante conhecimento sobre dislexia e aplicam testes com frequência. Além disso, pergunte sobre os testes usados e veja se são atuais. Você pode pedir à escola de seu filho uma lista com testes sugeridos como um guia para determinar se o profissional particular está usando as ferramentas apropriadas. Existem muitos testes que a delegacia de ensino pode optar por usar; os mais comuns são aqueles para leitura e compreensão, processamento visual, processamento auditivo, inteligência e assim por diante. Também é muito importante que a avaliação seja conduzida na língua materna de seu filho; proteja-se contra qualquer tipo de discriminação. Os testes usados A avaliação exige diversas horas e pode até levar dias para terminar. Como mencionei anteriormente, os primeiros exames devem ser conduzidos pelo seu clínico geral para descartar problemas médicos. Exames visuais e auditivos definitivamente devem fazer parte dessa triagem. Os examinadores vão empregar um teste de Q I padrão, que mede as capacidades verbal e não verbal. O propósito desse teste é determinar o potencial acadêmico de seu filho para saber se ele está acima ou abaixo em suas capacitações e compará-la com seus colegas. Um QI dentro ou acima da média ligado a um baixo rendimento escolar é um indício' de que algo pode estar errado. É claro que os testes de QI são cheios de controvérsias, como se é ou não capaz de determinar o potencial acadêmico. Lembre-se de que o teste de QI é somente uma parte do diagnóstico. Seu filho também será examinado em uma variedade de habilidades, como leitura, escrita a mão, ortografia, continuidade de histórias, números. As habilidades diagnósticas também avaliadas incluem as percepções auditiva e visual, capacidade fonológica (identificar e manipular fonemas individuais), memória, lateralidade (atravessar da esquerda para a direita), linguagem oral e velocidade de processamento (quanto tempo seu filho leva para absorver e processar uma informação). Por fim, você vai precisar relatar o histórico do seu filho. Isso vai exigir que você se sente com a assistente social da escola ou outros funcionários para fazer um levantamento dos históricos médico e familiar de seu filho e qualquer dado ou observação pertinente que possa ajudar a identificar o problema dele. Preparando para o teste Bobby está na segunda série e está com muitas dificuldades este ano. Sua habilidade de leitura está muito aquem e sua letra é ilegível. A professora, Sra. Gittleman, está preocupada e entrou em contato com seus pais, que são divorciados, mas mantêm um bom relacionamento para discutir problemas. Quando ela sugere que Bobby faça uma avaliação de transtorno de aprendizagem, sua mãe, Carol, fica aliviada. Entretanto, seu pai, Arthur, afirma que não há "nada errado" e não vê sentido em procurar os serviços de educação especial mas concorda em seguir o conselho da professora e até aceita que seria uma boa idéia ele e Carol conversarem com Bobby para explicar o que vai acontecer. Acima de tudo, eles querem ter a certeza de que Bobby estará tranquilo quanto à avaliação e não tenha medo do que possa acontecer depois. Se o processo de avaliação parece complicado para você, imagine como deve ser para seu filho. A melhor maneira de diminuir o temor dele é conversar sobre o assunto. Sente-se com seu filho e explique exatamente o que vai acontecer. Faça-o saber que a razão de ser avaliado é porque você e os professores querem que ele aprenda estratégias que o ajudarão em seu desempenho na escola, fazendo com que se sinta mais confortável. Garanta a ele que a avaliação vai ajudá-lo a não ficar tão frustrado ou com raiva de aprender. Avise-o de que os testes só serão realizados a fim de que você e os professores compreendam melhor como ajudá-lo a aprender. Cuidados Especiais com Crianças Mais Novas com Dislexia É muito importante que os pais de crianças disléxicas mais novas detectem seu problema o quanto antes, cuidando para que sua autoestima não se deteriore em decorrência do fracasso escolar. Embora a maioria das escolas avalie a dislexia por volta da segunda ou terceira série, alguns especialistas recomendam que a avaliação deva ser feita ainda mais cedo. Concordo que a detecção precoce seja crucial, mas temo também que avaliar cedo demais possa resultar em um diagnóstico incorreto para algumas crianças. Elas podem estar invertendo letras ou não lendo com fluência ainda nesse momento de suas vidas, por razões de desenvolvimento não relacionadas à dislexia e podem muito bem se recuperar posteriormente. Outro cuidado comum é que seu filho pode estar com medo ou preocupado com o início das aulas. Pode estar se sentindo bravo ou frustrado, até que seja capaz de compreender melhor o que seu problema significa. Logo que a dislexia é diagnosticada, você pode começar o importante processo de ajudar seu filhinho a compreender que ele aprende diferente. Seu principal dever nesse momento é oferecer amor e encorajamento, além de trabalhar junto à escola para garantir que as necessidades do seu filho sejam satisfeitas e que a base para desenvolver um forte sistema de apoio seja firmada. Enfatize que não há nada de "errado" com seu filho: ele apenas aprende diferente. Então, você precisa encontrar a melhor maneira de ajudá-lo a vencer. Prepare-o, explicando que os testes vão verificar sua escrita, sua ortografia, sua leitura, sua audição e outras habilidades. Saliente que não existem "notas" e que ele não precisa ter medo ou se preocupar em "ir mal". Explique que esses testes são como "exercícios". Ele deve dar o melhor de si, mas também deve entender que não haverá punição ou nota. Alguns dos testes podem até ser divertidos! Garanta a seu filho que os examinadores serão legais - lembre-o de que, se precisar tomar água ou ir ao banheiro, deve avisar o examinador. Algumas crianças vão ter dificuldade em ficar sentadas por um longo período de avaliação; então, pergunte aos funcionários do departamento de educação especial como eles administram os testes. Alguns podem seguir procedimentos rígidos; outros podem ser mais flexíveis, e você pode pedir que fracionem os testes em etapas menores. Não hesite em fazer perguntas. Se tiver qualquer preocupação, fale com os funcionários do departamento de educação especial; é para isso que estão lá. Fonte: A vida secreta da criança com dislexia. Robert Frank, ph.d. Editora M. Books

A DISLEXIA EXISTE ?

A DISLEXIA EXISTE? Toda criança se apresenta motivada para aprender a ler, principalmente se em sua casa seus familiares são leitores contumazes, se têm o hábito de ler, e principalmente, se o fazem por prazer. Então, nos perguntam pais e professores, por que nem todo jovem aprende, mesmo estimulado? Ou no mínimo, que apresente dificuldades quando da aquisição deste processo? Esta é sem dúvida a maior preocupação dos profissionais das áreas de educação e saúde que num esforço conjunto e contínuo, estudam, pesquisam e procuram alicerçar conhecimentos, para entender os motivos causadores destas ineficiências manifestas. Sabemos que a maior parte dos jovens aprende ler de forma rápida e tranquila, todavia há outros que apesar de muito esforço pouco progridem, demonstrando claramente que ocorre algo fora de seu controle. Podemos levantar várias causas deste confronto, sendo as mais comuns provenientes de questões educacionais como: metodologias impróprias, estratégias de ensino inadequadas; ou sociais como o fato da cultura não ser propriamente uma questão prioritária para os governantes do País. Entretanto, observamos que apesar destas questões, a maioria das crianças, assimila a habilidade de ler sem maiores problemas. E como isto de fato ocorre, voltamos á questão: por alguns não aprendem embora sejam inteligentes, tenham família e escolaridade favorecedoras? A ciência, mais especificamente, as neurociências, nos oferecem farta literatura sobre estas questões e corroboram com dados acerca da Dislexia, este transtorno raro sim, mas que afeta crianças, jovens e adultos, prejudicando seus processos de aprendizagem, além dos demais aspectos de suas vidas Hoje há equipe de profissionais multidisciplinares que buscam entender quais as causas das dificuldades que seus clientes apresentam, através de baterias de testes padronizados, sob um viés rigoroso, competente e qualitativo das habilidades e deficiências demonstradas; além da contribuição inequívoca das ressonâncias magnéticas funcionais, que mostram imagens do cérebro em funcionamento e nos permite saber onde e como a dislexia se apresenta. Mesmo com tantas evidências e provas científicas, há indivíduos que questionam a existência da dislexia, argumentando que há "uma patologização da educação" Tal posicionamento deixa clara demonstração de falta de conhecimento científico, já que entendemos, obviamente, que a existência de transtornos de aprendizagem, como a dislexia, no caso, não refuta as demais questões que também podem causar dificuldades em nossos jovens. Esta posição além de se configurar como um retrocesso à Ciência (assim como ocorreu na Idade Média), acima de tudo impede que tantas crianças, jovens e adultos possam se beneficiar de metodologias mais especificas às suas necessidades e impede ainda que estratégias sejam desenvolvidas propiciando melhor qualidade de vida a estes portadores! Resta assim a questão, o que buscam estes indivíduos que negam o progresso e a ciência, o que visam? E que propostas trazem de concreto aos alunos que transitam de escola para escola, numa tentativa alucinada de obterem o direito de serem letrados? Que respostas dão aos pais e professores que se encontram perdidos frentes a estas dificuldades? Fonte: http://www.abcdislexia.com.br/dislexia/a-dislexia-existe.htm

domingo, 24 de junho de 2012

BREVE HISTÓRICO da DISLEXIA

Breve Histórico da Dislexia Identificada pela primeira vez por Berklan em 1881, o termo "dislexia" foi cunhado em 1887 por Rudolf Berlin, um oftalmologista de Stuttgart, Alemanha. Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. Em 1896, W. Pringle Morgan, um físico britânico de Seaford, Inglaterra publicou uma descrição de uma desordem específica de aprendizado na leitura no British Medical Journal, intitulado "Congenital Word Blindness". O artigo descreve o caso de um menino de 14 anos de idade que não havia aprendido a ler, demonstrando, contudo, inteligência normal e que realizava todas as atividades comuns de uma criança dessa idade. Durante as décadas de 1890 e início de 1900, James Hinshelwood, oftalmologista escocês, publicou uma série de artigos nos jornais médicos descrevendo casos similares, entre eles uma monografia publicada em 1917 sobre Cegueira Verbal Congênita, caracterizada por uma deficiência no processamento verbal dos sons encontrados em pacientes com inteligência normal, mas que tinham dificuldades para aprender a ler e escrever. Um dos primeiros pesquisadores a estudar a dislexia foi sarnuei T. Orton (apud Iak, 2004), um neurologista que trabalhou inicialmente em vítimas de traumatismos. Em 1925, Orton conheceu o caso de um menino que não conseguia ler e que apresentava sintomas perecidos aos de algumas vítimas de traumatismo. Estudou as dificuldades de leitura e concluiu que havia uma síndrome não correlacionada a traumatismos neurológicos que provocava a dificuldade no aprendizado da leitura. Chamou essa condição por strephosymbolia (com o significado de 'símbolos invertidos') baseado na especial característica dos disléxicos de inverter as letras, sílabas ou palavras, para descrever sua teoria a respeito de indivíduos com dislexia. Observou também que a dificuldade em leitura da dislexia aparentemente não estava correlacionada com dificuldades estritamente visuais. Afirmou que na infância esses distúrbios estariam relacionados a um defeito no reconhecimento de orientação das letras e de sua sequência nas palavras, visto que a percepção visual e a orientação espacial de sujeitos disléxicos permanecem intactas. Ele acreditava que essa condição era causada por uma falha na laterização do cérebro, portanto, levantou a hipótese de uma inadequada instalação da dominância lateral (teoria formulada por Broca em 1863). Para ele, a escrita em espelho seria explicada por uma luta ou conflito entre os dois hemisférios, em função da predominância e, então, postulou a mesma explicação para o atraso na linguagem e gagueira. No ano de 1945, a Fiel Foundation recebeu verbas para uma pesquisa das características neurológicas e perceptuais de quinze crianças que apresentavam dificuldades de leitura e esses resultados da pesquisa foram apresentados pela Ora Lauretta Bender, em 1950, na Seção de Neurologia e Psiquiatria da New York Academy of Medicine e em Congresso da Orton Dyslexia Society, no ano de 1951. Por ser disléxica a Ora Lauretta Bender dedicou-se aos estudos que a auxiliaram a compreender o problema da dislexia. A hipótese referente à especialização dos hemisférios cerebrais de Orton foi alvo de novos estudos póstumos na década de 1980 e 1990, estabelecendo que o lado esquerdo do pia num temporale, uma região cerebral associada ao processamento da linguagem é fisicamente maior que a região direita nos cérebros de pessoas não disléxicas; nas pessoas disléxicas, contudo, essas regiões são simétricas ou mesmo ligeiramente maior no lado direito do cérebro. Pesquisadores estão atualmente buscando uma correlação neurológica e genética para a dificuldade em leitura.