terça-feira, 28 de agosto de 2012

Abordagem Multidisciplinar p/ o Diagnóstico da Dislexia

A Abordagem Multidisciplinar para o Diagnóstico da Dislexia As avaliações e o diagnóstico devem ser conduzidos por uma equipe e não só por um indivíduo. Por quê? A dislexia é uma condição complexa, e especialistas de uma variedade de campos - incluindo médico, neurológico, educacional, psicológico e social - são necessários para haver uma avaliação correta. Os sistemas de ensino invariavelmente usam uma abordagem multidisciplinar, incluindo dados dos professores e de outros funcionários e orientadores da escola. As avaliações particulares também devem fornecer um parecer multidisciplinar. Por que você iria querer um diagnóstico particular? É mais provável que queira uma segunda opinião. Lembre-se de que recursos particulares podem custar entre $ 1.500 e $ 2.000 (nos Estados Unidos), se não mais. É seu direito ter seu filho examinado pelo sistema público - e a lei federal garante que, tendo começado o processo, deve ser concluído em noventa dias. Alguns pais temem que, depois de iniciado o processo, se algum problema for detectado fugirá ao controle deles. Lembre-se de que você ainda pode falar sobre os problemas e solucioná-las - você, acima de todos, é o responsável pelos interesses do seu filho. Se você não está feliz com a avaliação da escola ou simplesmente se sentiria melhor com uma segunda fonte de informação, as avaliações particulares são fáceis de serem feitas. Porém, certifique-se quanto à experiência do profissional em avaliar crianças com dislexia. Assim como você se certificaria de que seu cirurgião tem uma carreira de sucesso, precisa ter certeza de que os indivíduos que avaliarão seu filho têm bastante conhecimento sobre dislexia e aplicam testes com frequência. Além disso, pergunte sobre os testes usados e veja se são atuais. Você pode pedir à escola de seu filho uma lista com testes sugeridos como um guia para determinar se o profissional particular está usando as ferramentas apropriadas. Existem muitos testes que a delegacia de ensino pode optar por usar; os mais comuns são aqueles para leitura e compreensão, processamento visual, processamento auditivo, inteligência e assim por diante. Também é muito importante que a avaliação seja conduzida na língua materna de seu filho; proteja-se contra qualquer tipo de discriminação. Os testes usados A avaliação exige diversas horas e pode até levar dias para terminar. Como mencionei anteriormente, os primeiros exames devem ser conduzidos pelo seu clínico geral para descartar problemas médicos. Exames visuais e auditivos definitivamente devem fazer parte dessa triagem. Os examinadores vão empregar um teste de Q I padrão, que mede as capacidades verbal e não verbal. O propósito desse teste é determinar o potencial acadêmico de seu filho para saber se ele está acima ou abaixo em suas capacitações e compará-la com seus colegas. Um QI dentro ou acima da média ligado a um baixo rendimento escolar é um indício' de que algo pode estar errado. É claro que os testes de QI são cheios de controvérsias, como se é ou não capaz de determinar o potencial acadêmico. Lembre-se de que o teste de QI é somente uma parte do diagnóstico. Seu filho também será examinado em uma variedade de habilidades, como leitura, escrita a mão, ortografia, continuidade de histórias, números. As habilidades diagnósticas também avaliadas incluem as percepções auditiva e visual, capacidade fonológica (identificar e manipular fonemas individuais), memória, lateralidade (atravessar da esquerda para a direita), linguagem oral e velocidade de processamento (quanto tempo seu filho leva para absorver e processar uma informação). Por fim, você vai precisar relatar o histórico do seu filho. Isso vai exigir que você se sente com a assistente social da escola ou outros funcionários para fazer um levantamento dos históricos médico e familiar de seu filho e qualquer dado ou observação pertinente que possa ajudar a identificar o problema dele. Preparando para o teste Bobby está na segunda série e está com muitas dificuldades este ano. Sua habilidade de leitura está muito aquem e sua letra é ilegível. A professora, Sra. Gittleman, está preocupada e entrou em contato com seus pais, que são divorciados, mas mantêm um bom relacionamento para discutir problemas. Quando ela sugere que Bobby faça uma avaliação de transtorno de aprendizagem, sua mãe, Carol, fica aliviada. Entretanto, seu pai, Arthur, afirma que não há "nada errado" e não vê sentido em procurar os serviços de educação especial mas concorda em seguir o conselho da professora e até aceita que seria uma boa idéia ele e Carol conversarem com Bobby para explicar o que vai acontecer. Acima de tudo, eles querem ter a certeza de que Bobby estará tranquilo quanto à avaliação e não tenha medo do que possa acontecer depois. Se o processo de avaliação parece complicado para você, imagine como deve ser para seu filho. A melhor maneira de diminuir o temor dele é conversar sobre o assunto. Sente-se com seu filho e explique exatamente o que vai acontecer. Faça-o saber que a razão de ser avaliado é porque você e os professores querem que ele aprenda estratégias que o ajudarão em seu desempenho na escola, fazendo com que se sinta mais confortável. Garanta a ele que a avaliação vai ajudá-lo a não ficar tão frustrado ou com raiva de aprender. Avise-o de que os testes só serão realizados a fim de que você e os professores compreendam melhor como ajudá-lo a aprender. Cuidados Especiais com Crianças Mais Novas com Dislexia É muito importante que os pais de crianças disléxicas mais novas detectem seu problema o quanto antes, cuidando para que sua autoestima não se deteriore em decorrência do fracasso escolar. Embora a maioria das escolas avalie a dislexia por volta da segunda ou terceira série, alguns especialistas recomendam que a avaliação deva ser feita ainda mais cedo. Concordo que a detecção precoce seja crucial, mas temo também que avaliar cedo demais possa resultar em um diagnóstico incorreto para algumas crianças. Elas podem estar invertendo letras ou não lendo com fluência ainda nesse momento de suas vidas, por razões de desenvolvimento não relacionadas à dislexia e podem muito bem se recuperar posteriormente. Outro cuidado comum é que seu filho pode estar com medo ou preocupado com o início das aulas. Pode estar se sentindo bravo ou frustrado, até que seja capaz de compreender melhor o que seu problema significa. Logo que a dislexia é diagnosticada, você pode começar o importante processo de ajudar seu filhinho a compreender que ele aprende diferente. Seu principal dever nesse momento é oferecer amor e encorajamento, além de trabalhar junto à escola para garantir que as necessidades do seu filho sejam satisfeitas e que a base para desenvolver um forte sistema de apoio seja firmada. Enfatize que não há nada de "errado" com seu filho: ele apenas aprende diferente. Então, você precisa encontrar a melhor maneira de ajudá-lo a vencer. Prepare-o, explicando que os testes vão verificar sua escrita, sua ortografia, sua leitura, sua audição e outras habilidades. Saliente que não existem "notas" e que ele não precisa ter medo ou se preocupar em "ir mal". Explique que esses testes são como "exercícios". Ele deve dar o melhor de si, mas também deve entender que não haverá punição ou nota. Alguns dos testes podem até ser divertidos! Garanta a seu filho que os examinadores serão legais - lembre-o de que, se precisar tomar água ou ir ao banheiro, deve avisar o examinador. Algumas crianças vão ter dificuldade em ficar sentadas por um longo período de avaliação; então, pergunte aos funcionários do departamento de educação especial como eles administram os testes. Alguns podem seguir procedimentos rígidos; outros podem ser mais flexíveis, e você pode pedir que fracionem os testes em etapas menores. Não hesite em fazer perguntas. Se tiver qualquer preocupação, fale com os funcionários do departamento de educação especial; é para isso que estão lá. Fonte: A vida secreta da criança com dislexia. Robert Frank, ph.d. Editora M. Books

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