domingo, 29 de abril de 2012
Diagnóstico e Causas da DISLEXIA
• Diagnóstico e Causas da Dislexia
Em 1994, O Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais, DSM IV, inclui a dislexia nas perturbações de aprendizagem, utiliza a denominação de "Perturbação da Leitura e da Escrita" e estabelece os seguintes critérios de diagnóstico:
1. O rendimento na leitura/escrita, medido através de provas' normalizadas, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade;
2. A perturbação interfere significativamente com o rendimento escolar, ou atividades da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura/escrita;
3. Se existe um déficit sensorial, as dificuldades são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas. Essa orientação presente no Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais, DSM IV, tem relação com a explicação da etiologia da dislexia.
As tentativas de definir e explicar a etiologia da dislexia foram inúmeras nas últimas décadas. Para Condemarin e Blomquist (1989), a história de um disléxico pode revelar um ou mais dos seguintes antecedentes:
1. Existência de um familiar próximo que apresente ou tenha apresentado problemas na linguagem ou dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita.
2. Dificuldades no parto: anoxia, hipermaturidade, prematuridade do tempo e/ou peso.
3. Doença infecto-contagiosa que tenha produzido no sujeito um período febril, com vômitos, convulsões e/ ou perda de consciência.
4. Atraso na aquisição da linguagem e/ou perturbações na articulação.
5. Atraso na locomoção.
6. Problemas de dominância lateral.
Mas estes antecedentes enunciados raras vezes se apresentam em sua totalidade; entretanto, basta a presença de um ou mais para levar à suspeita de uma possível disfunção neurológica.
Conceitos e Definições de DISLEXIA
Conceitos e Definições de Dislexia
A palavra "dislexia", em sua etirnologia, é constituída pelos radicais "dis" e "lexia". No grego, dys significa dificuldade; e lexis significa palavra.
Desde 1896 este distúrbio tem recebido diversas denominações: "alexia", "afasia", "agnosia", "apraxia", "analfabetismo", "bloqueio secundário da aprendizagem, especificamente relativo à leitura", "cegueira verbal congênita", "distexia congênita", "strephosymbolia (símbolos invertidos)", "alexia do desenvolvimento", "dislexia constitucional", "parte do contínuo das perturbações de linguagem, caracterizada por um déficit no processamento verbal dos sons" etc.
Nos anos 60, sob a influência das correntes psicodinâmicas, foram minimizados os aspectos biológicos da dislexia, atribuindo as dificuldades leitoras a problemas emocionais, afetivos e "imaturidade".
Em 1964, a dislexia foi definida por Ombredanne como uma dificuldade de integrar os elementos simbólicos construtivos de uma palavra ou frase.
Em 1968, a Federação Mundial de Neurologia, utilizou pela primeira vez o termo "Dislexia do Desenvolvimento" definindo-a como: "um transtorno que se manifesta por dificuldades na aprendizagem da leitura, apesar das crianças serem ensinadas com métodos de ensino convencionais, ter inteligência normal e oportunidades socioculturais adequadas".
Em 1969, Pialloux, Valvat, Freisse e Legent a definiram como uma dificuldade de aprendizagem da leitura em crianças que não apresentam enfermidade sensorial ou motriz aparente e em que o nível intelectual não está comprometido e, faz referência à Launay, que a considera uma assimbolia e, Borel-Maisony que a define como uma dificuldade específica para identificar, compreender e reproduzir os símbolos escritos.
No Brasil, a conceituação mais aceita é a de Novaes (1975) em que o termo aplica-se, em geral, às dificuldades da aprendizagem da leitura relacionadas à identificação, compreensão e interpretação dos símbolos gráficos da leitura.
Em 1979, Baroja definiu a dislexia como uma dificuldade para distinguir ou memorizar letras ou grupos de letras, falta de ordem ou ritmo na sua colocação, má estruturação de frases e outros, tanto na leitura quanto na escrita.
Para Condemarin e Blomquist (1989), o termo dislexia é aplicável a uma situação na qual a criança é incapaz de ler com a mesma facilidade com a qual lêem seus iguais, apesar de possuir uma inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais intactos, liberdade emocional, motivação e incentivos normais, bem como instrução adequada.
Em 2002, a Associação Internacional de Dislexia adaptou a seguinte definição:
"Dislexia é uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem neurobiológica. É caracterizada por dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa competência leitora e ortográfica. Estas dificuldades resultam de um déficit fonológico, inesperado, em relação às outras capacidades cognitivas e às condições educativas. Secundariamente podem surgir dificuldades de compreensão leitora, experiência de leitura reduzida que pode impedir o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais". Esta definição de dislexia é a atualmente aceita pela grande maioria da comunidade científica.
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