domingo, 1 de maio de 2011

QUEM VEM A TER DISLEXIA

Quem vem a ter dislexia

Esse é outro tópico que pode levar a más interpretações. Enquanto especialistas afirmam que a dislexia afeta cerca de 15% da população dos Estados Unidos, suspeito que o número seja um pouco mais elevado, porque algumas crianças permanecem sem diagnóstico durante a infância e também durante a vida adulta – e algumas nunca são corretamente diagnosticadas. Embora hoje haja bem menos cisão entre as escolas do que há dez anos, tenho certeza de que ainda existem algumas que demoram a tomar medidas para um diagnóstico apropriado.
Aos adultos que seguem carreiras que não envolvem muita leitura ou escrita, é bem possível ser capazes de manter sua dislexia encoberta por anos. Tia Betty, cuja escrita não vale um centavo, e seu colega de faculdade, Charlie, que cuida de uma fábrica de sapatos e contrata diversos assistentes para cuidar da papelada, podem muito bem ter dislexia sem que ninguém formalmente tenha identificado. Um homem que conheço cuida de um negócio lucrativo e senta-se diante da sua prancheta de arquitetura. Ele habitualmente escreve as palavras errado, inverte ou omite letras e parece apresentar muitos dos sinais de dislexia. Nunca foi diagnosticado e, sem se preocupar, atribui seus déficits a “um sistema pobre de ensino”. Simplesmente evita ler e escrever o quanto pode.
Então, quem vem a ter dislexia? Qualquer um, de qualquer etnia ou classe socioeconômica e de ambos os sexos. Não há meios de predizer se determinada criança vai ter dislexia. Contudo, se alguém na sua família tiver dislexia, seu filho terá maiores chances de vir a manifestá-la do que uma criança que não apresente essa condição. Pode haver uma ligação genética na família, mas um pai com dislexia não vai necessariamente ter um filho com (nenhum dos meus filhos é). Entretanto, meu tio tem o transtorno e é possível que um dos meus filhos tenha um filho com dislexia, pois ela tem base neurológica e geralmente é familiar; indivíduos podem herdar a ligação genética de um membro familiar imediato – se seu pai, cônjuge, tia, tio, irmão ou irmã tiver dislexia, talvez você tenha um filho com esse transtorno.

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