quinta-feira, 30 de junho de 2011

PROPOSTAS DE TRABALHOS p/ os DISLÉXICOS

DISLEXIA

A dislexia é um distúrbio de origem neurológica, congênito e hereditário, comum apresentar em parentes próximos. A dislexia mostra-se evidente na época da alfabetização, pois aparecem as dificuldades no processo de leitura, escrita, soletração e ortografia. Mas, outros sintomas ocorrem em fases anteriores à alfabetização, freqüentemente os pais percebem seu filho “diferente”; a criança pode apresentar um atraso na aquisição e uso da linguagem falada, mas freqüentemente, a família não valoriza esse sinal e conseqüentemente essa conduta atrasa o processo terapêutico adequado.
A dislexia independe de causas intelectuais, emocionais e culturais, a criança disléxica falha no processo de aquisição de linguagem, ocorre uma discrepância inesperada entre o seu potencial para aprender e seu desempenho escolar.
O diagnóstico de dislexia é feito por equipe multidisciplinar uma vez que, o mesmo é realizado por exclusão, pois na maioria das vezes os exames clínicos convencionais apresentam resultados dentro da normalidade.
O disléxico tratado adequadamente controla a dispersão, desenvolve a atenção e a disciplina, que são fatores fundamentais para o seu sucesso e êxito nas habilidades de linguagem e escolares. Os pontos positivos do disléxico devem ser exaltados, alguns exemplos: ótimo nível intelectual, criatividade acima do esperado, bom humor, fácil socialização, facilidade em quebrar paradigmas, genialidade, inventividade, aptidões intuitivas e artísticas, habilidade em lidar com múltiplas situações ao mesmo tempo, em alguns casos o disléxico apresenta facilidade em cálculos ou muita dificuldade resultando em Discalculia (que pode vir acompanhada da Dislexia).
Como todos transtornos de aprendizagem na leitura e escrita, requer um bom diagnóstico, para um tratamento adequado e um prognóstico satisfatório para família e criança, é preciso conhecer as terminologias e adequar-se a elas.

Dislexia, refere-se ao distúrbio específico no aprendizado de leitura e escrita;
Disgrafia, a ocorrência de trocas, omissões, aglutinações, transtornos sintáticos-semânticos da língua;
Disortografia, refere-se a incapacidade motora fina e habilidades de lidar com espaços (linhas), e todas distorções léxicas de linguagem;
Discalculia, a incapacidade e dificuldade com raciocínio lógico matemático, em fazer cálculos simples até a compreensão complexa das propostas matemáticas.

Quando realizado diagnóstico multidisciplinar; priorizar tratamento e focar as dificuldades, utilizando suas habilidades para o alcance de êxito nas terapias propostas.
A família, escola, e o próprio individuo deve ter conhecimento do seu diagnóstico e tratamento, pois em equipe com a mesma linguagem, o resultado será satisfatório.

Sugestões e Conduta para Escola:

- Orientar professor a utilizar um combinado multisenssorial: visão, audição e tato, e estratégias como:
- Relógio digital;
- Calculadora;
- Gravador;
- Confecção do próprio material de alfabetização;
- Usar gravuras e fotografias, pois a imagem é essencial para a sua aprendizagem;
- Folhas quadriculadas para a matemática;
- Máscara para leitura de texto;
- Letras com várias texturas;

Algumas Atitudes Éticas Elevam a Auto-Estima dos Educandos que Apresentam Dislexia e Disgrafia:

- Evitar menospreza-los diante dos amigos não os forçando a ler em voz alta nem dizendo seus erros ou suas notas baixas para que todos escutem;
- Rever falas e mensagens constantemente;
- Ser paciente quando estiverem copiando do quadro ou fazendo alguma avaliação, dando-lhe mais tempo do que aos outros e estimulando-os;
- Ao ler palavras longas, ensine-os a separa-la com a ponta do lápis;
- Usar sempre uma linguagem clara e, em línguas estrangeiras, utilizar trabalhos e pesquisa, pois eles têm ainda mais dificuldade;

Propostas Terapêuticas para Equipe Multidisciplinar:

Intencionado em colaborar no tratamento desses distúrbios, Valett propôs algumas atividades relevantes a serem realizadas em sala de aula, tais como:

- Imitar ações: sentar, levantar, tocar o nariz, orelhas, boca, bater os pés, bater palmas, etc;
- Imitar ações e sons: bater palmas e dizer e dizer BANG, tocar tambor e falar BUM;
- Imitar sons: de animais, iniciando por sons simples como os do gato, cachorro, vaca, cabra, indo gradativamente para sons mais complexos como os do cavalo, leão, tigre, etc;
- Ditado mudo: apresentar gravuras do dia a dia e pedir que a criança escreva as palavras correspondentes às gravuras;
- Jogos ativos e marchas rítmicas: incluir sons;
- Analisar palavras foneticamente: identificar palavras através de sons vocálicos ou consonantais;
- Trabalhar com rimas: cantigas infantis, recitar rimas e poesias, trva-língua, charadas, etc;
- Histórias em rodízio: o professor inicia uma história e os demais alunos vão continuando um a um;
- Envolver os alunos em atividades complexas: confecção de murais artísticos, encenação de peças teatrais, descrição de envolvimentos em situações ou eventos globais;
- Trabalhar com histórias em quadrinhos: através de recortes de revistas ou desenhos próprios os alunos poderão elaborar histórias orais e escritas seqüencialmente;
- Jogos de quebra-cabeça em seqüência;
- Copiar e escrever palavras soletradas de memória através de palavras cruzadas;
- Desenhos e pinturas livres ou sugestionados;

Algumas Dicas de como os Pais Podem Ajudar seus Filhos:

- Descobrir sua habilidade e investir com dedicação;
- Diminuir a ansiedade. Procurar mais informações sobre dislexia;
- Manter a auto-estima da criança;
- Escolher um objetivo e uma alternativa de tratamento;
- Auxiliar a criança nos tratamentos necessários: fonoaudiológico, psicopedagógico, e atividades escolares;
- Traçar prioridades e objetivos a curto prazo;
- Falar abertamente com a criança sobre suas dificuldades e a necessidade de empenho;
- Respeitar o tempo de aprendizagem da criança;
- Colocar limites e disciplina nos estudos e na vida.
- Não comparar a criança com outras;

Quanto aos pais, cabe o apoio em procurar ajuda profissional de Fonoaudiólogos, Psicólogos, Neurologistas e Psicopedagogos. Devem ainda encoraja-los a possuir outras atividades fora do colégio como a prática de esportes, cursos de música, fotografia, desenho, etc. Um alerta aos pais é não permitir que suas dificuldades impliquem em um mal comportamento e na falta de limites.


Autoras:
Simony Gomes de Almeida Rezende Fonoaudióloga
Lana Cristina de Paula Bianchi Fonoaudióloga

DISLEXIA NO ADULTO

A DISLEXIA NO ADULTO, SUA EVOLUÇÃO E CONSEQUÊNCIAS

Fala-se muito mais sobre dislexia hoje que há alguns poucos anos. O conhecimento atual evoluiu, sobretudo com as descobertas das neurociências sobre como se dá a aquisição da leitura e escrita e sobre as funções cerebrais durante a leitura. Através das neuroimagens, hoje sabemos como se processam as rotas neurais do disléxico
durante a leitura e no que se diferenciam do leitor comum. Os dados clínicos que dispomos sobre o disléxico, acompanhados da infância até a idade adulta, demonstram um quadro de evolução dos sinais da dislexia ao longo da vida do portador. Essa evolução ocorre porque embora alguns déficits fonológicos e visuais permaneçam, o disléxico é dotado de inteligência normal ou superior - e freqüentemente desenvolve estratégias compensatórias em seu processo de aprendizagem, ainda que lide com algumas limitações.

Um adulto inteligente com dificuldades de leitura convive com uma discrepância bastante significativa entre sua potencialidade e esforço, em detrimento dos resultados escolares obtidos ao longo de sua vida acadêmica, além de prejuízos em sua formação como um todo, decorrendo em sérios comprometimentos em sua vida pessoal, emociona e profissional.

Um quadro de dislexia no adulto costuma ser identificado através da anamnese. Sua história denota sinais indicadores do transtorno desde a fase pré- escolar, tais como atraso na aquisição da fala, trocas orais e/ou migrações de letras não esperadas pela faixa etária. Também são comuns dificuldades para nomear objetos, vocabulário pobre, dificuldade para aprender brincadeiras e cantigas infantis, principalmente quando evolvem rimas e aliterações.

É comum entre as crianças disléxicas o uso que fazem de palavras substitutas ou imprecisas, bem como confusão no uso de palavras que indicam direcionamento (dentro, fora, etc.). Apresentam-se, por outro lado, extremamente inteligentes, criativos e com aptidão para desmontar e construir brinquedos. Outro dado fundamental a ser rastreado é se os antecedentes familiares deflagraram dificuldades escolares ao longo de suas vidas acadêmicas, uma vez que já está comprovada a influência genética do distúrbio.

Na fase escolar, da primeira à quinta série, observam-se sinais mais claros e sugestivos da dislexia, como lentidão para aprender a ler ou mesmo dificuldades para acompanhar o início da escrita. Eles denotam dificuldades para memorizar o traçado das letras, não conseguem relacioná-las a contento com suas representações sonoras, decorrendo em trocas visuais (a/e/o, m/n/w, d/b, q/g) e auditivas (f/v, d/t, ch/j, b/p), em migrações de letras ou sílabas (“secada”/escada) não esperadas pela idade e série.

Apresentam dificuldades para soletrar as palavras e demonstram dificuldade acentuada para perceber a sílaba tônica das mesmas. Nota-se o esforço para a leitura da palavra isolada e principalmente de pseudopalavras (palavras inventadas), a pronúncia dificultosa de partes das palavras, bem como dificuldade para decorar as pronúncias e os significados de palavras novas ou não frequentes, o que os obriga à exaustiva repetição para decodificar e acessar o som e o significado das palavras.

Como se vê, há um padrão de evidências básicas que denotam deficiências no défict fonológico, além de questões de ineficiências relativas aos aspectos do processamento visual, que são fundamentais para a aquisição das habilidades da leitura e escrita. Esse padrão pontuado pelo portador da dislexia no decorrer de sua vida acaba se evidenciando ao longo das avaliações fonoaudiológica, psicopedagógica e neuropsicológica. Devemos ter em mente, entretanto que todo indivíduo possui suas especificidades, o que também se aplica aos seus processos individuais de aprendizagem.

Os sinais se modificam a partir da sexta série, na medida em que o aluno tendo a automatizar a decodificação da leitura e a codificação da escrita, mas sempre de forma mais custosa e lenta que seus colegas. A ineficiência na leitura neste período é mais evidente no quesito compreensão: o disléxico se queixa de não entender o que lê, apresentando dificuldades para acompanhar sua classe, por lhe faltarem as ferramentas básicas para edificar sua educação formal, para desenvolver suas competências cognitivas.

A partir daí, o processo tende a se agravar continuamente, em um círculo vicioso. Como não possui o hábito de ler, sobretudo pela dificuldade de compreensão, seu vocabulário tende a ser escasso, seu arquivo pessoal de conhecimentos pobre e o portador de dislexia se limita cada vez mais à produção de textos, em uma esforço natural para evitar o confronto com suas dificuldades e as críticas de pais, colegas e professores.

O adulto disléxico, do ensino médio até os bancos universitários, continuará desempenhando uma leitura mais lenta como sintoma principal, denotando uma automatização sim, mas não suficiente para a demanda da sua faixa etária e acadêmica. Apresentará real dificuldade para compreender o conteúdo lido, necessitando de várias leituras do mesmo texto ou que leiam para ele para entendê-lo.

A leitura oral tende a adquirir mais fluência, embora com entonação deficitária, sobretudo na prosódia e nas modulações. Apresenta pausas pela decodificação de palavras menos usuais, muito embora, exceto casos mais graves, já não se evidenciem as trocas severas da infância e adolescência. Hoje se sabe que o adulto disléxico não adquire a estratégia do “bom leitor”: a leitura interativa, que se apóia no significado do conteúdo expresso que o possibilitaria ler fazendo antecipações e verificações de hipóteses, dispondo de autorregulação mediada.

A lentidão decorre do fato de não ter o processo automatizado e por utilizar rotas neurais diferentes do leitor comum, que demandam tempo e esforço maior para atingir o mesmo objetivo. A compreensão normalmente ocorre pela ineficiência da leitura oral ou pelos problemas secundários adquiridos pela própria falta do hábito de leitura: a pobreza de vocabulário, pouco arquivo pessoal e pela ineficiente evolução do raciocínio crítico e interpretativo.

Na escrita, o disléxico adulto demonstra aquisição do código, mas possui dificuldades para se expressar adequadamente através desse código. Redigir é uma tarefa árdua, em que se sobressaem deficiência na utilização da linguagem formal que a vida adulta exige, tais como textos exíguos e muitas vezes pueris. O manejo formal é insatisfatório, não há alinhamento de margens, paragrafação e pontuação adequada. A ortografia é deficiente ao grafar palavras menos frequentes e que requerem múltiplas associações, apresentando trocas pedagógicas como s/c/ ss; c/ç; s/sc; ch/x; j/g etc.

Este é o panorama do quadro do disléxico adulto. Ele contará sobre um histórico de leitura e escrita sempre árduo e deficiente, sobre dificuldades escolares que vão se acumulando ao longo de sua vida, sobre aulas particulares que não supriram suas deficiências. Contará sobre resultados insatisfatórios em relação ao seu potencial e esforço, sobre recuperações, mudanças de escola, repetições de ano e até mesmo a evasão escolar.

É cotidiano, o relato dos adultos sobre suas frustrações nos bancos escolares. Sobre quantas vezes o disléxico se escondeu para o professor não chamá-lo a ler em voz alta na classe. Sensibilizamo-nos ao saber das experiências traumatizantes pelas quais passaram e ainda passam, não apenas na escola, mas também família e sociedade. O “bullying” e a identidade frágil que constrói a partir do olhar do outro.

Renato, 29 anos, portador de dislexia severa, conta que passou por diversos profissionais, pois manifestava desde o início de seu processo escolar dificuldades para ser alfabetizado, mas nunca foi aventada a hipótese de dislexia. Somente aos 27 anos veio saber o nome do seu problema. Descreve que sofreu muito e que conseguiu com muita ajuda e dificuldade, depois de várias recuperações e reprovações, concluir o ensino fundamental. A seguir, depois de muitas tentativas frustradas, tratamentos inadequados e mudanças de escola, abandonou os estudos no início do ensino médio – muito embora fosse plenamente capacitado para graduação e para dar continuidade a sua vida acadêmica.

Assim, os disléxicos adultos acabam por desenvolver problemas secundários muito mais graves que a própria dislexia. São privados de ampliarem seu potencial, de obterem formação acadêmica, caso fossem tratados através de intervenção psicopedagógica e beneficiados com métodos adequados na escola. Esta situação ainda ocorre em nossa sociedade, apesar de todo o conhecimento de que dispomos.

Ainda hoje, os testes de linguagem, de leitura e de escrita, utilizados para a avaliação da dislexia nem sempre respeitam a evolução dos sinais indicativos e, consequentemente, podem falhar no diagnóstico do adulto. A maioria das avaliações é realizada através de testes para crianças, que não dispõe de recursos para a perfeita identificação das dificuldades que os jovens e adultos apresentam.

Além disto, os profissionais nem sempre identificam as habilidades manifestas dos adultos disléxicos, tais como sua capacidade criativa e sua possibilidade em áreas que utilizam raciocínio lógico, tais como ciências exatas, desenho, fotografia, propaganda e marketing, informática, paisagismo, dentre tantas outras aptidões.

Não identificar as habilidades dos jovens disléxicos decorrerá em limitações e impedimentos em sua orientação vocacional, em seu preparo acadêmico e na busca de seu caminho para atuar no mercado de trabalho e na sociedade, sem dizer dos prejuízos emocionais que farão parte de toda a sua existência.

Fonte :Tânia Freitas

Como Descobrir uma Criança Disléxica

Como Descobrir uma Criança Disléxica


"Como educadores, pela primeira vez, temos a real chance de plantar alguma coisa, em uma criança..."


Autor: Professor Vicente Martins.[1]
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Saber tratar as carências psicológicas, isso é conhecimento.
Eis a seguir as observações de um Educador e Pesquisador, Professor Vicente Martins, sobre a Dislexia.
São importantes aspectos coletados com a prática didática e que vão ajudar você a aprender e entender mais sobre esse distúrbio tão comum atualmente.



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Nos últimos sete anos, venho desenvolvendo estudos sobre a contribuição da lingüística para o diagnóstico da dislexia. A dislexia é uma síndrome pouco conhecida e pouco diagnosticada por pais e educadores, especialmente os pedagogos e médicos, que se voltam ao desenvolvimento cognitivo das crianças na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio)

A dislexia é uma perturbação ou transtorno ao nível de leitura. A criança disléxica é um mau leitor: é capaz de ler, mas não é capaz de entender eficientemente o que lê.

O que nos chama atenção, à primeira vista, é que uma criança disléxica é inteligente, habilidosa em tarefas manuais, mas persiste um quadro de dificuldade de leitura da educação infantil à educação superior.

Minha estimativa, por baixo, é a de que, no Brasil, pelo menos, 15 milhões crianças e jovens sofram com distúrbios de letras. Creio que a dislexia é a maior causa do baixo rendimento escolar.

A linguagem é fundamental para o sucesso escolar. Ela está presente em todas as disciplinas e todos os professores são potencialmente professores de linguagem, porque utilizam a língua materna como instrumento de transmissão de informações.

Muitas vezes uma dificuldade no ensino da matemática está relacionada à compreensão do enunciado do que ao processo operatório da solução do problema.

Os disléxicos, em geral, sofrem com a discalculia (dificuldade de calcular) porque encontram dificuldade de compreender os enunciados das questões.

É necessário que diagnóstico da dislexia seja precoce, isto é, os pais e educadores se preocupem em encontrar indícios de dislexia em crianças aparentemente normais, já nos primeiros anos de educação infantil, envolvendo as crianças de 4 a 5 anos de idade.

Quando não se diagnostica a dislexia, ainda na educação infantil, os distúrbios de letras podem levar crianças de 8 a 9, no ensino fundamental, a apresentar perturbações de ordem emocional, efetiva e lingüística.

Uma criança disléxica encontra dificuldade de lê e as frustrações acumuladas podem conduzir a comportamentos anti-sociais, à agressividade e a uma situação de marginalização progressiva.

Os pais, professores e educadores devem estar atentar a dois importantes indicadores para o diagnóstico precoce da dislexia: a história pessoal do aluno e as suas manifestações lingüísticas nas aulas de leitura eescrita.
Quando os professores se depararem com crianças inteligentes, saudáveis, mas com dificuldade de ler e entender o que lê, devem investigar imediatamente se há existência de casos de dislexia na família. A história pessoal de um disléxico, geralmente, traz traços comuns como o atraso na aquisição da linguagem, atrasos na locomoção e problemas de dominância lateral.

Os dados históricos de dificuldades na família e na escola poderão ser de grande utilidade para profissionais como psicólogos, psicopedagogos e neuropsicólogos que atuam no processo de reeducação lingüística das crianças disléxicas.

No plano da linguagem, os disléxicos fazem confusão entre letras, sílabas ou palavras com diferenças sutis de grafia como "a-o", "e-d", "h-n" e "e-d", por exemplo.

As crianças disléxicas apresentam uma caligrafia muito defeituosa, verificando-se irregularidade do desenho das letras, denotando, assim, perda de concentração e de fluidez de raciocínio.

As crianças disléxicas apresentam confusão com letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço como " b-d". "d-p", "b-q", "d-b", "d-p", "d-q", "n-u" e "a-e". A dificuldade pode ser ainda para letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos: "d-t" e "c-q", por exemplo.

Na lista de dificuldades dos disléxicos, para o diagnóstico precoce dos distúrbios de letras, educadores, professores e pais devem ter atenção para as inversões de sílabas ou palavras como "sol-los", "som-mos" bem como a adição ou omissão de sons como "casa-casaco", repetição de sílabas, salto de linhas e soletração defeituosa de palavras.

Por fim, com os novos recursos da sociedade informática, pais e educadores devem redobrar os cuidados. O mau uso do computador, por exemplo, pode levar a criança a ter algum distúrbio de letras. Até agora, não há estudos científicos sobre o assunto, mas, pelo relato de pais e professores, dirigidos ao meu site (http://sites.uol.com.br/vicente.martins) , na Internet, revelam que posições pouco ergonômicas perante a um computador, pode comprometer o sistema perceptivo da criança, levando à dificuldade de leitura e escrita.

Acredito também que o transporte inadequado de mochilas pode também comprometer o sistema perceptivo da crianças, de modo a embaraçar sua visão na hora de ler ou escrever

Este artigo resulta dos trabalhos de investigação do professor Vicente Martins sobre as Dificuldades de Aprendizagem relacionadas à Linguagem.

Para referência webliográfica:

MARTINS, Vicente. (2001). " Como descobrir um disléxico". Disponível em Internet: http:// www.x.y.z Capturado em xx/yy/zz.

A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou profissional especializado. Para obter informações mais precisas e indicadas para o seu caso específico, consulte o seu médico de família ou um especialista na área de Distúrbios de Linguagem.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Como intervir nos casos de DISLEXIA ESCOLAR

Para uma eficaz intervenção psicopedagógica nos casos de dislexia, disgrafia e disortografia, há necessidade de o profissional descrever a situação para poder explicar perante aos pais e à escola o que ocorre no cérebro das crianças com necessidades educacionais específicas. Isto significa dizer que terá a missão de representar fielmente o caso do disléxico em seu plano de trabalho, por escrito ou oralmente, no seu todo ou em detalhes. É através da descrição que o Profissional fará relato circunstanciado das dificuldades lectoescritoras, de modo a explicar, em seguida, as dificuldades lectoescritoras caracterizadas na anamnse.

Uma descrição rica de detalhes historiais dos educandos com necessidades educacionais permitirá uma melhor elucidação das dificuldades de aprendizagem lectoescritoras e, também, justificará medidas mais seguras e eficientes no momento da avaliação e da intervenção psicopedagógica.

Outro verbo a ser conjugado pelo psicopedagogo é o de avaliar para intervir e a partir solucionar ou compensar a dificuldade do educando. Assim, descrito e explicado o caso psicopedagógico, o profissional que atua com as crianças, jovens ou adultos com dislexia, disgrafia ou disortografia poderá verificar, objetivamente, os dados das dificuldades levantados junto aos professores, pais dos alunos e os próprios alunos. A pauta, protocolo ou ficha de observação quanto mais ampla mais eficaz. As avaliações escolares tradicionais também não podem ser descartas ou negligenciadas uma vez que são verificações que objetivam determinar a competência do educando.

A intervenção psicopedagógica deve ocorrer quando o profissional se sente seguro teoricamente para praticar atividades que atuem diretamente nas dificuldades dos educandos disléxicos, disgráficos e disortográficos. A intervenção psicopedagógica é uma capacidade, advinda da experiência, de fazer algo com eficiência. Em geral, é um período em que alunos deixam, em algumas horas do seu tempo regular de estudo escolar, na própria instituição de ensino, a sala de aula e passam a receber treinamento específico para a superação de suas dificuldades.

Para ilustrar no artigo com exemplos reais de casos de dislexia, vamos expor, de forma sintética, relatos de pais, profissionais de educação da fala e educadores sobre dificuldades específicas na linguagem escrita de seus filhos e educandos:

1º caso
“ Fui chamada na escola de meu filho porque ele tem problemas com a escrita, faz trocas de letras como v/f, d/t, ele tem 9 anos está na terceira serie, pediram para que o leve para fazer uma avaliação com uma fono, queria saber se este caminho que devo seguir, ou o que devo fazer grata “

2º caso
“Tenho uma paciente de 27 anos que apresenta algumas dificuldades na escrita e na fala. Em uma das atividades que realizei com ela, a mesma apresentou-se nervosa ao ler,trocando algumas letras. Ao pedir para ela falasse qual o número que estava no dado, a mesma teve dificuldades; tendo dificuldade também em distinguir letras aleatórias, trocando principalmente as letras F e V. A paciente relata ser muito agressiva querendo bater nas pessoas e não gosta de "conviver" com elas. Sente ódio de todos.Gostaria de saber como faço para verificar se ela pode ter Dislexia?.”

3º caso
“ Tenho uma filha de 8 anos e meio diagnosticada com dislexia, além de ter disgrafia e disortografia. A Fono disse que a dislexia dele é bem leve. Ela lê razoavelmente bem, apesar de soletrar muitas vezes, principalmente as palavras pouco freqüentes, mas eu acredito que a disgrafia e a disortografia nela sejam um pouco mais severas que a dificuldade de leitura propriamente dita. Ela não consegue escrever uma frase sem cometer vários erros, em palavras que já escreveu várias vezes (sempre escreve valar ao invés de falar, xegou ao invés de chegou, soldade ao invés de saudade entre outras coisas) e a aparência gráfica de sua letra é muito franca, parece de criança ensaiando as primeiras letras. No entanto ela gosta muito de escrever, tem um diário, escreve historinhas, só que é uma luta conseguirmos decifrar o que ela quis dizer.Gostaria de saber, se poderia indicar alguma literatura, que contivesse exercícios especificamente para disgrafia e disortografia .”

Tomando, para a rápida análise e sistematização dos relatos de casos de dislexia acima, muito comuns nas queixas de crianças, pais e docentes, observaremos que, em geral, são estes indícios típicos de dificuldades em leitura, escrita e disortografia:

(1) progresso muito lento na aquisição das habilidades de leitura;
(2) problemas ao ler palavras desconhecidas (novas, não-familiares), que devem ser pronunciadas em voz alta;
(3) tropeços ao ler palavras polissilábicas, ou deficiências o ter de pronunciar a palavra inteira;
(4) A leitura em voz alta é contaminada por substituições, omissões e palavras malpronunciadas;
(5) Leitura muito lenta e cansativa;
(6) Dificuldades para lembrar nomes de pessoas e de lugares e confusão quando os nomes se parecem;
(7) Falta de vontade de ler por prazer;
(8) Ortografia que permanece problemática e preferência por palavras menos complexas ao escrever;
(9) Substituição de palavras que não consegue ler por palavras inventadas e (10) Problemas ao ler e pronunciar palavras incomuns, estranhas ou singulares, tais como o nome de pessoas, de ruas e de locais, nomes dos pratos de um menu.

DISLEXIA: PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. Qual a origem da dislexia?

É uma palavra de origem grega. Dis, quer dizer, dificuldade. Lexia, palavra, leitura. O primeiro relato de dislexia data de 1896, a partir de uma queixa de um jovem de 14 anos que vai a um médico ofalmologista relatar sua dificuldade específica de ler e escrever, tendo surpreendentemente intactas as habilidades em matemáticas e outras disciplinas escolares.

2. Quais os sinais mais comuns de uma criança disléxica?

Na educação infantil, o atraso da fala é um indício importante. No ensino fundamental, a dificuldade de alfabetizar-se em leitura, soletrar, por exemplo, um texto, em voz alta perante uma sala de aula ou para si mesmo. No ensino fundamental, se a soletração não tiver sido resolvida, o aluno terá implicações no entendimento do texto em todas as disciplinas escolares. A falta de consciência fonológica durante a alfabetização leva à dislexia escolar.

3. Dislexia tem cura?

Se for de origem genética, não. E por isso, será considerada uma síndrome, uma dislexia desenviolvimento, evolutiva ou genética. Se a dislexia é de natureza escolar, a mudança do método de leitura, por exemplo, mudar o método global para o fônico,pode trazer resultados bastante animadores para os disléxicos, docentes e aos pais.

4. Qual o papel da família no processo de tratamento?

Os pais devem ficar atentos sobre o desempenho leitor de seus filhos. As baixas notas em língua portuguesa e a falta de interesse em ler textos podem ser sinais de alerta importante para um pedido de ajuda profissional. Os alunos que são disléxicos tendem a se afastar de atividades que envolvem a leitura ou texto escrito, temendo as dificuldades inerentes ao sistema escrito da língua e caminham para atividades outras como atividades de lazer, esporte, liderança escolar, entre tantas em que possa revelar seu potencial de criação e inteligência.

5. Quais atribuições cabem à escola, enquanto instituição que identifica os primeiros sinais desse distúrbio?

Cabe à escola oferecer aos pais de alunos e aos próprios alunos, metodologias interessantes e eficientes, do ponto de vista pedagógico, para atender os alunos especiais, os que apresentam dificuldades em leitura, escrita e ortografia. É incumbência da escola e, em especial dos professores, oferecer recuperação de estudos para aqueles que têm baixo rendimento escolar.

Vicente Martins
Professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará.

TERAPIAS para a DISLEXIA

TERAPIAS CONTROVERSAS
O desconhecimento, até datas recentes, das causas e do tipo de défices subjacente à dislexia contribuiriam para o surgimento de teorias explicativas e consequentes intervenções terapêuticas sem qualquer validação científica.

TERAPIAS BASEADAS EM INTERPRETAÇÕES PSICOLÓGICAS

Em 1895, Sigmund Freud afirmava: “Os mecanismos cognitivos dos fenómenos mentais, normais e anormais, podem ser explicados mediante o estudo rigoroso dos sistemas cerebrais”. Apesar dos seus estudos sobre neuroanatomia não conseguiu obter respostas que lhe permitissem compreender em profundidade os fenómenos psíquicos. Perante a inexistência de meios compreende-se que tenha recorrido a explicações puramente psicológicas, desvinculadas da actividade biológica cerebral. Interrogamo-nos sobre o modo como teria evoluído o seu pensamento se tivesse tido acesso à neuroimagem, à genética molecular e aos actuais conhecimentos sobre neurotransmissores.
A última década, a denominada década do cérebro, trouxe-nos uma imensidade de conhecimentos sobre os fenómenos e transtornos psíquicos de cuja interpretação se tinha apropriado a psicanálise.
Actualmente, perante a esmagadora evidência dos aspectos biológicos da actividade cerebral e dos estudos do genoma humano é impensável dar crédito às interpretações psicodinâmicas sobre as perturbações de leitura e escrita.

TERAPIAS BASEADAS EM DÉFICES PERCEPTIVOS

Durante as décadas de 50 e 60 os estudos sobre as perturbações de aprendizagem procuraram encontrar explicações a partir das perturbações perceptivas, visuais e auditivas. Com base nestes pressupostos surgiram diversos programas educativos. Treino da percepção visual de Frostig; treino da audição dicotómica de Tomátis; treino de desenvolvimento motor de Delacato...

TERAPIAS BASEADAS EM DÉFICES VISUAIS, PSICOMOTORES E PROBLEMAS POSTURAIS.

Diversos estudos referem que as crianças com dislexia têm os mesmos problemas visuais das outras crianças.
As Sociedades Americanas de Pediatria e de Oftalmologia referem a independência entre a dislexia e problemas de visão e alertam para a ineficácia do uso de lentes prismáticas e do treino de visão, como tratamento para dislexia.
A dislexia não tem na sua origem um défice visual, pelo que não existe qualquer indicação para a utilização de lentes prismáticas.
Em complementaridade com a prescrição de lentes prismáticas, e estabelecendo uma relação de causalidade entre dislexia e problemas psicomotores e posturais, são propostos programas de treino psicomotor, prescrita a utilização de leitoris, apoios para os pés, palmilhas, sapatos e colchões ortopédicos.
Estas intervenções, proporcionam tratamentos placebos, extremamente gravosos, não só porque obrigam ao dispêndio de tempo e dinheiro, mas principalmente porque adiam a recuperação e impedem uma intervenção educativa especializada.
Não existe nenhum marcador biológico que, na prática clínica, se possa utilizar para estabelecer, ou confirmar, o diagnóstico de dislexia.
O diagnóstico da dislexia é feito com base na história familiar e clínica, em testes psicométricos, em testes de consciência fonológica, de linguagem, de leitura e da ortografia.
A realização de exames médicos, electroencefalogramas, potenciais auditivos e visuais evocados, não tem qualquer justificação, nem utilidade, para o diagnóstico e consequente intervenção na dislexia. Os exames de fMRI, actualmente, ainda não são utilizados como meio de diagnóstico.






Dra. Paula Teles

Dislexia:Transtorno Genético e Hereditário

A dislexia é um transtorno genético e hereditário presente em aproximadamente 10% da população mundial, podendo também ser causada pela produção exacerbada de testosterona pela mãe, durante a gestação.

Muitas vezes confundida com déficit de atenção, problemas psicológicos, ou mesmo preguiça; esse transtorno se caracteriza pela dificuldade do indivíduo em decodificar símbolos, ler, escrever, soletrar, compreender um texto, reconhecer fonemas, exercer tarefas relacionadas à coordenação motora; e pelo hábito de trocar, inverter, omitir ou acrescentar letras/palavras ao escrever.

Indivíduos disléxicos possuem a área lateral-direita do cérebro mais desenvolvida que a de pessoas que não possuem essa síndrome, tendo geralmente, por tal motivo, mais facilidade em questões relacionadas à criatividade, solução de problemas, mecânica e esportes.

Levando em consideração o despreparo que muitas instituições de ensino têm em relação às particularidades dos alunos - muitas vezes, inclusive, criando e reforçando estigmas – esse comportamento é responsável por uma grande parcela das causas de evasão escolar. Além disso, muitos casos de suicídio e de violência juvenil têm sido associados aos portadores dessa síndrome; comportamentos estes muitas vezes relacionados às alterações emocionais decorrentes das suas dificuldades.

O diagnóstico consiste na análise do paciente, geralmente por equipe multidisciplinar (psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo, etc.), excluindo outras possíveis causas. Tal avaliação permite que o acompanhamento seja feito de forma mais eficaz, já que leva em consideração suas particularidades individuais.

O tratamento embora não tenha cura, auxilia o paciente quanto às suas limitações, permitindo uma melhora progressiva e evitando, assim, que sofra problemas sérios relacionados à autoestima e socialização.



Por Mariana Araguaia

sexta-feira, 24 de junho de 2011

LEGISLAÇÃO

Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

Decreto nº 3.298, de 20 de Dezembro de 1999

Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, decreta:

Seção II
Educação

Art. 24. Os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal direta e indireta responsáveis pela educação dispensarão tratamento prioritário e adequado aos assuntos objeto deste Decreto, viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:
I - a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoa portadora de deficiência capazes de se integrar na rede regular de ensino;
II - a inclusão, no sistema educacional, da educação especial como modalidade de educação escolar que permeia transversalmente todos os níveis e as modalidades de ensino;
III - a inserção, no sistema educacional, das escolas ou instituições especializadas públicas e privadas;
IV - a oferta, obrigatória e gratuita, da educação especial em estabelecimentos públicos de ensino;
V - o oferecimento obrigatório dos serviços de educação especial ao educando portador de deficiência em unidades hospitalares e congêneres nas quais esteja internado por prazo igual ou superior a um ano; e
VI - o acesso de aluno portador de deficiência aos benefícios conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, transporte, merenda escolar e bolsas de estudo.

§ 1o Entende-se por educação especial, para os efeitos deste Decreto, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educando com necessidades educacionais especiais, entre eles o portador de deficiência.

§ 2o A educação especial caracteriza-se por constituir processo flexível, dinâmico e individualizado, oferecido principalmente nos níveis de ensino considerados obrigatórios.

§ 3o A educação do aluno com deficiência deverá iniciar-se na educação infantil, a partir de zero ano.

§ 4o A educação especial contará com equipe multiprofissional, com a adequada especialização, e adotará orientações pedagógicas individualizadas.

§ 5o Quando da construção e reforma de estabelecimentos de ensino deverá ser observado o atendimento as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT relativas à acessibilidade.

Art. 25. Os serviços de educação especial serão ofertados nas instituições de ensino público ou privado do sistema de educação geral, de forma transitória ou permanente, mediante programas de apoio para o aluno que está integrado no sistema regular de ensino, ou em escolas especializadas exclusivamente quando a educação das escolas comuns não puder satisfazer as necessidades educativas ou sociais do aluno ou quando necessário ao bem-estar do educando.

Art. 26. As instituições hospitalares e congêneres deverão assegurar atendimento pedagógico ao educando portador de deficiência internado nessas unidades por prazo igual ou superior a um ano, com o propósito de sua inclusão ou manutenção no processo educacional.

Art. 27. As instituições de ensino superior deverão oferecer adaptações de provas e os apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo adicional para realização das provas, conforme as características da deficiência.

§ 1o As disposições deste artigo aplicam-se, também, ao sistema geral do processo seletivo para ingresso em cursos universitários de instituições de ensino superior.

§ 2o O Ministério da Educação, no âmbito da sua competência, expedirá instruções para que os programas de educação superior incluam nos seus currículos conteúdos, itens ou disciplinas relacionados à pessoa portadora> de deficiência.

Art. 28. O aluno portador de deficiência matriculado ou egresso do ensino fundamental ou médio, de instituições públicas ou privadas, terá acesso à educação profissional, a fim de obter habilitação profissional que lhe proporcione oportunidades de acesso ao mercado de trabalho.

§ 1o A educação profissional para a pessoa portadora de deficiência será oferecida nos níveis básico, técnico e tecnológico, em escola regular, em instituições especializadas e nos ambientes de trabalho.

§ 2o As instituições públicas e privadas que ministram educação profissional deverão, obrigatoriamente, oferecer cursos profissionais de nível básico à pessoa portadora de deficiência, condicionando a matrícula à sua capacidade de aproveitamento e não a seu nível de escolaridade.

§ 3o Entende-se por habilitação profissional o processo destinado a propiciar à pessoa portadora de deficiência, em nível formal e sistematizado, aquisição de conhecimentos e habilidades especificamente associados a determinada profissão ou ocupação.

§ 4o Os diplomas e certificados de cursos de educação profissional expedidos por instituição credenciada pelo Ministério da Educação ou órgão equivalente terão validade em todo o território nacional.

Art. 29. As escolas e instituições de educação profissional oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, tais como:

I - adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento e currículo;
II - capacitação dos recursos humanos: professores, instrutores e profissionais especializados; e
III - adequação dos recursos físicos: eliminação de barreiras arquitetônicas, ambientais e de comunicação.


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Conheça os SINTOMAS e evite os PRECONCEITOS

A dislexia é uma dificuldade na leitura, escrita e soletração de palavras, frases e textos que pode comprometer seriamente a evolução escolar de crianças acometidas pelo distúrbio. Normalmente, o disléxico tem atraso na aquisição da linguagem, é propenso a trocar letras na hora de falar, apresenta dificuldades em assimilar as cores, números em sequência e memorização de músicas. A aversão a livros e a tudo relacionado à escrita é inevitável, pois, para os disléxicos, essa representação da linguagem nada mais é do que uma grande sopa de letrinhas. É uma dificuldade duradoura que manifesta-se já na primeira infância em crianças inteligentes e sem quaisquer perturbações sensoriais ou psíquicas. Contudo, o diagnóstico só pode ser conclusivo quando a criança inicia a alfabetização.

É preciso uma investigação criteriosa realizada por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo. O diagnóstico é fechado depois da exclusão de outros fatores, como deficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais congênitas ou adquiridas e desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar. Apesar de atingir grande parte da população mundial - em torno de 15% – a doença ainda é pouco divulgada e grande parte das crianças disléxicas sofrem com o preconceito. Muitas acabam abandonando a escola após serem taxadas de “burras” ou “preguiçosas”. Frases como “ela não aprende porque não quer” “tem preguiça de ler e escrever” “não gosta de estudar” são comuns e representam um grande desestimulo para o aprendizado.

“É tudo muito confuso para a vítima desse transtorno. Os disléxicos têm baixa autoestima, julgam que são incapazes e fogem de tudo relacionado à escrita. Ao mesmo tempo, eles desenvolvem outras habilidades muito bem e entram em conflito por conta disso”, explica a psicóloga infantil Vânia Jughartha Bonna


Não existe um padrão, mas as vítimas desse distúrbio geralmente são excelentes em artes plásticas, música e matemática. O nível de inteligência é, no mínimo, na mesma média apresentada pela população em geral. “Albert Einstein, físico alemão que propôs a teoria da relatividade e conquistou o Prêmio Nobel de Física em 1921, era disléxico. Em anos de experiência, nunca avaliei um disléxico que não tivesse uma inteligência superior”, afirma a fonoaudióloga e psicóloga Alice Sumihara.

A dislexia pode variar de leve à severa. “Em casos raros, a pessoa jamais conseguirá ser alfabetizada. Já nas situações em que ela se apresenta de forma moderada ou leve, desde que acompanhados e tratados, os disléxicos conseguem desenvolver mecanismos para driblar as dificuldades e levar uma vida acadêmica normal. Muitos se formam e são profissionais extremamente bem-sucedidos”, garante Alice. O tratamento depende do grau de intensidade da dislexia.O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento e diagnóstico.

Em 2008 foram realizados, em todo o país, 3.482.600 atendimentos relacionados ao problema, segundo o Ministério da Saúde.ós diagnósticado do problema, é importante deixar claro para a criança que a dislexia não significa falta de inteligência, má alfabetização, preguiça ou desatenção. É essencial que os pais e professores acompanhem e motivem a criança dentro das suas limitações.

FONTE DISLEXICOS SAIBA SEUS DIREITOS, AGÊNCIA BRASIL E PORTAL DA DILEXIA

DISLEXIA: UM APRENDER DIFERENTE

Conhecida como um distúrbio de aprendizagem, a patologia tem alta incidência nas salas de aula; pesquisas mostram que 17% da população mundial é disléxica.

Pessoas que marcaram a história da humanidade, como Albert Einstein, Charles Darwin, Leonardo DaVinci e Michaelangelo também foram um dia crianças e, como toda criança, viveram pequenas dificuldades ao aprender os primeiros ensinamentos escolares. Além da genialidade de cada um, todos contavam com uma característica em comum: a dislexia, distúrbio que acomete outros 17% da população mundial.

Conhecida por ser um problema de aprendizagem com origem neurológica, a dislexia é marcada pela dificuldade da fluência da leitura, da soletração e da decodificação de palavras. Quanto mais cedo pais e familiares identificarem o problema, mais rápido a criança conseguirá vencer a dificuldade no aprender.

De acordo com a fonoaudióloga e psicopedagoga da Clínica Interação, Thayssa Brasil, além de não conseguir compreender facilmente a leitura, o disléxico também não adquire vocabulário com facilidade, o que resulta em diversos comprometimentos na alfabetização e aprendizagem escolar. ´´O adulto sofre mais na hora de tratar da dislexia porque chegou num ponto que conseguiu conviver com os problemas do distúrbio. No caso das crianças, quanto antes for diagnosticado e feito uma intervenção, melhor´´, diz.

O diagnóstico da dislexia é clínico e só pode ser confirmado depois que o paciente passa por exames realizados por uma equipe multidisciplinar, que envolve fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo e neurologista. Além disso, somente crianças a partir dos 8 anos de idade podem ser consideradas disléxicas.

Antes disso, trata-se de uma fase normal de aprendizagem. Segundo a fonoaudióloga, o sucesso da intervenção vai depender do desempenho do paciente, mas ela afirma que, em média, com dois meses de tratamento a criança já apresenta melhoras significativas no desempenho de aprendizagem.

Assim que passa a conhecer as dificuldade, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente para tratá-lo. São diversas as formas de intervenção que se intercalam entre técnicas e exercícios que trabalham com a fala, além da produção de palavras e textos.

´´Ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. São muito bons na área exata, também se destacando em atividades ligadas aos números´´, comenta a profissional.

Ainda segundo Thayssa, existem crianças encaminhadas por escolas que chegam à clínica conseguindo escrever apenas algumas palavras e com dificuldades até mesmo na pronúncia. ´´Muitos desses casos são considerados críticos, mas ainda assim é possível reverter porque o disléxico consegue aprender normalmente, a diferença é que o aprender dele se difere dos demais. Outra coisa que muitos não sabem é que o Q.I. do disléxico é completamente normal ao de outras pessoas e em alguns casos até maior´´, finaliza.